Em Roosevelt High School, no ano de 1975, um encontro casual entre dois adolescentes, Frank "Nikki" Feranna e Clementine Bell, desencadeia uma série de eventos que mudarão suas vidas para sempre. Envolto em uma energia magnética e uma autoconfiança...
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CLEMENTINE
Meus olhos percorrem o corredor agitado da escola, que conduz ao meu armário, onde uma figura altíssima se destaca na multidão. Os cabelos longos e inconfundíveis de Rick revelam sua identidade enquanto ele se apressa em direção ao auditório.
Acelero os passos, contornando as pessoas que se deslocam no sentido contrário, até alcançá-lo. Sua estatura quase o faz ignorar minha presença de 1,70m, e é nesse momento que decido romper o silêncio:
— Ei, Rick!
Ele petrifica e se vira, surpreso por ouvir seu nome de maneira tão repentina. Seus olhos descem, encontrando os meus, e ele balbucia com um sorriso cauteloso:
— Oh, oi, Clementine.
— Para onde você está indo?
— Departamento de teatro. — faz uma pausa. — E você?
— Astronomia, na verdade. Preciso passar no meu armário primeiro.
— É por este corredor?
— Sim. Estamos chegando lá.
Rick assente e me acompanha, colocando uma mão no bolso da calça jeans. Ainda há uma certa timidez nele, mas não me importo, contanto que não me odeie por "roubar" seu melhor amigo.
— Charles Manson? — pergunto impulsivamente, lançando um olhar de desaprovação para a estampa de sua camiseta.
Por que diabos alguém usaria uma camiseta com a cara do monstro Manson estampada?
E, sinceramente, como a escola fecha os olhos para isso, e impõe restrições, criticando as meninas pelo comprimento de suas saias?!
Um palmo acima dos joelhos é considerado um crime!
Bizarro.
— Sim, ele mesmo. — responde com uma calma surpreendente.
— Desculpa, não quero me intrometer, já me intrometendo, mas qual é a ideia por trás disso?
— Todos me veem como um esquisito, uma aberração, assim como veem Manson, então uso uma camiseta dele. É tipo um protesto, uma expressão pessoal, sabe? — Rick dá de ombros.
— Ah, sim, expressão pessoal... — balanço a cabeça, fingindo compreender, embora minha indignação só aumente. — O inspetor, os professores, a coordenadora, o diretor, ninguém aqui diz nada a respeito?
