XIV. "Blue"

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Assim que eu cheguei em casa, fui para o meu quarto me arrumar. E por algum motivo Richas estava no meu quarto.

— O que você tá fazendo aqui?
— Perguntei ao pequeno moreno.

— Nada. — Richas estava estranho, ele escondia algo nas mãos atrás dele.

— O que é isso aí atrás de você hein.
— Apontei para as mãos dele que estava escondidas atrás dele.

— É nada não. — Rapidamente ele saiu do meu quarto e correu até o quarto dele.

Eu apenas soltei uma risada nasal e voltei a me arrumar. Eu tinha lembrado o que eu tinha que fazer hoje. Quackity tinha me convidado para ir para a casa dele para que ele me ensinasse a fazer alguns doces da confeitaria que eu tinha pedido pra ele me ensinar.

Coloquei uma roupa bem simples e confortável, afinal, ainda era verão e as noites costumavam ser bem quentes.

— Quer que eu te leve lá? — Perguntou Cellbit.

— Ah não, obrigado, é quase aqui do lado, precisa se preocupar não.

— Tudo bem, se cuida, caso fique com o Quackity, tenha responsabilidade. — Cellbit adora brincar com minha cara, porque sabe que eu sempre fico envergonhado.

Eu apenas sair pela a porta da frente com meu rosto um pouco azulado e fui em direção a casa do Quackity. Quando cheguei, percebi que Quackity estava abaixado perto de alguns arbustos mexendo em alguma coisa, por curiosidade, me aproximei dele e perguntei o que ele estava fazendo.

— Que cê tá fazendo aí doido, tá no meio do mato porquê. — Me aproximei de Quackity e me abaixei no chão para vê o que ele estava fazendo.

Quackity estava segurando algo e assim que ele me viu, me mostrou o que era.
— Olha, esse passarinho caiu do ninho e eu acho que ele se perdeu porque não tem nenhum ninho por aqui, ele é bonitinho não é? Vou cuidar dele até que ele melhore. — Quackity estava segurando um passarinho bebê que era azul, ele parecia bem novo e estava com as suas asinhas machucadas.

— Que bonitinho, deixa eu segurar?
— Deixei minhas mãos em formato de conchinha para que Quackity colocasse o pequeno pássaro em minhas mãos.

Quackity colocou o passarinho em minhas mãos para que eu pudesse vê melhor.
— Ele parece machucado, então eu vou cuidar dele até que ele melhore e possa viver na natureza sozinho, mas até lá ele precisa de um lar. — Ele olhou para mim e sorriu. — Que tal nós cuidarmos dele? Ele é só um bebê ainda, precisa de proteção.

Imediatamente, comecei a sentir meu coração bater mais forte, como se ele quisesse sair para fora. Normalmente só sinto isso quando tenho uma crise de ansiedade, mas hoje não, hoje foi diferente, foi por um motivo bom. Eu só estava amando alguém e por isso estava sentindo isso. Meu rosto todo estava num tom de azul bem clarinho por conta da vergonha que eu estava sentindo, foi algo bom, porém foi algo que me assustou um pouco.

— Claro, mas ele precisa de um nome, que tal Blue? — Os meus olhos que estavam no passarinho, agora estava olhando para os olhos de Quackity. — Eu já tive uma ovelha azul que se chamava Blue.

— Ovelha azul? — Quackity riu, mas ele parecia estar confuso com o que eu tinha acabado de dizer.

Eu abri um sorrisinho no rosto. — Ah sim, eu tinha uma ovelhinha que eu tinha ganhado de aniversário quando eu tinha 7 anos, ela não era azul, ela só tinha caído num balde de tinta e com isso algumas partes do pelo dela ficaram manchados por conta da tinta azul, aí eu ficava chamando ela de Blue, a ovelha azul.

— Que bonitinho, você tinha uma ovelha quando criança.

— Sim, eu tinha, mas ela morreu quando um lobo invadiu a casinha dela e matou ela.

— Nossa, deve ter sido muito triste para você ter perdido sua ovelhinha. — Nesses últimos 5 meses, eu e Quackity ficarmos muito próximos, então sempre quando possível, Quackity fica próximo de mim e faz algum tipo de "carinho" em mim, seja fazer algumas carícias em meu rosto ou apenas um carinho em meu cabelo ou até o que ele acabou de fazer, arrumar meu cabelo e colocar a mecha de cabelo que estava na frente do meu rosto, atrás de minha orelha. Eu amo quando ele faz isso, não sei exatamente o porquê dele fazer isso, mas eu adoro. Me sinto mais próximo dele quando ele demostra que gosta da minha companhia, não sei se ele sente o mesmo, mas mesmo assim eu gosto dessa demostração de afeto, é algo novo para mim.

— Sim, foi horrível ter perdido dela, ela era minha melhor amiga, eu lembro que eu fiquei acabado quando ela morreu.

...

— Blue! Cheguei, cadê você? — Eu tinha acabado de chegar da escola naquele dia, eu só queria vê como minha amiguinha estava. Eu amava a Blue, ela era a minha única amiga. — Blue? Cadê você Blue?

Eu estava procurando por Blue, ela não estava na casinha dela e muito menos no meu quarto. Eu tinha ficado preocupado e fui perguntar para meu pai onde estava a Blue.

— Papai, cadê a Blue? Ela sumiu. — Tinha ido perguntar ao meu pai, eu achava que ele sempre sabia de tudo, então tudo que eu tinha dúvida eu ia perguntar para ele.

— E eu vou saber, a ovelha é sua, você que deveria tomar conta dela. — Naquela época ele já estava ficando mais agressivo, não parecia ser mais meu pai, mas eu era novo demais para entender.

— Tudo bem, eu vou procurar ela lá fora, ela deve ter saído pra brincar. — Eu sempre fui uma criança muito ingênua, sempre acreditava que tudo era belo e lindo.

Eu saí de casa e fui procurar Blue nos matinhos que tinham perto de casa, as vezes ela fugia para brincar e comer os matos de lá, mas o que eu não sabia é que essa seria a última vez que eu veria a Blue com vida.

— Blue! — Assim que eu avistei Blue, saí correndo atrás dela, ela estava deitada no chão, ela estava cheia de sangue e havia um buraco enorme em sua barriga. Antes de eu ter gritado o nome dela, havia um lobo perto dela, mas ele se assustou comigo e saiu correndo. — Blue, por que você fugiu de casa? — Meus olhos estavam marejados, eu tinha corrido para chegar até ela e com isso abracei ela com meus braços.

Ela estava toda machucada e havia sangue para todos os lados, havia nela e no chão. Blue por algum motivo me mordeu e com isso saiu um pouco de sangue de dentro da minha pele, eu não tinha entendido por que ela tinha feito isso, foi de repente e isso tinha me machucado.

A mordida de Blue não foi profunda, porém foi o suficiente para que derramasse algumas gotas de sangue em cima dela. Algo nesse dia aconteceu, algo inovador que eu nunca tinha visto antes. Assim que o meu sangue encostou na Blue, automaticamente os ferimentos de Blue começaram a cicatrizar, foi instantâneo. Eu não estava entendendo nada, pra mim, Blue estava morrendo e não iria mais viver, mas ela viveu, os ferimentos pareciam que nunca nem tivessem existido. Com 7 anos eu não tinha entendido nada, Blue morreu sim, mas não foi por conta do lobo, ela morreu por velhice quando eu tinha 10 anos, mas para todos eu falo que ela morreu quando eu tinha 7 anos porque eu não entendia o porquê dela ter ficado viva, pra mim, ela iria morrer ali nos meus braços, mas ela não morreu e ficou viva por mais 3 anos.

"Is it ok that I like you?" QSMP's FanFictionOnde histórias criam vida. Descubra agora