XVI. "Terapia, com bolo."

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Eu continuei a observar Quackity encarar o desenho na geladeira por mais alguns segundos. Eu estava cansado e dei um suspiro pesado e isso fez Quackity olhar para mim. Eu não me encontrava em um momento muito bom, estava esquecendo muito das coisas que eu fazia no dia-a-dia, parecia até que nem era eu que estava vivendo. Eu estava praticamente só existindo.

—  E as suas sessões de terapia com o Roier? Como estão? — Perguntou Quackity agora olhando para mim.

— Ah, estão bem, inclusive, amanhã eu tenho mais uma. — Era minha primeira vez indo em um psicólogo, nunca tinha feito isso antes, então era algo novo para mim.

Quackity sorriu gentilmente e foi até a dispensa pegar alguma coisa. Ah certo, ele foi pegar ingredientes, foi para isso que eu vim para cá. Aprender a fazer alguma coisa, cara, minha memória tem estado péssima esses dias.

— E então, pronto para aprender a fazer bolo? — Quackity já havia pego todos os ingredientes e colocado em cima do balcão.

— Sim, mas eu já sei fazer bolo, é uma receita diferente?

— Você sabe fazer bolo e não a confeitar bolo. — Quackity deu um sorrisinho de lado e me mostrou um saco de confeitar. De fato, eu nunca faria decorado um bolo antes, eu já tinha montado um bolo com recheios e cobertura, mas nunca havia montado um bolo decorado antes. Estava ansioso para decorar o bolo.

Eu rapidamente fui pegar uma bacia e os utensílios para começar a fazer a massa do bolo. Decidir fazer um bolo de chocolate desta vez e para o recheio seria algo envolvendo frutas, algo como côco ou morango. Ainda estava escolhendo o melhor sabor para o bolo.

Por Quackity já ter me ensinado a como preparar um bolo, eu já sabia toda a receita de cabeça, então apenas fui seguindo tudo que ele já havia me ensinado antes. E enquanto isso, Quackity me olhava do outro lado do balcão com um sorriso no rosto. Eu corei um pouco quando percebi isso, acho fofo quando ele faz isso, é meio reconfortante.

Depois de preparar a massa e levar ao forno, termino de cozinhar o recheio e me sento na mesa da cozinha e descanso minha cabeça sob ela. Quando Quackity me vê daquela maneira, ele solta uma risada nasal.

— Hein, tire a cabeça da mesa, vai te dá torcicolo dessa forma. — Quackity estava sentado do outro lado da mesa.

— Não, estou cansado, bater massa dói os braços. — Reclamo.

— Eu sei, por isso queria ter você aqui, para ter ajuda e companhia. — Quackity ficou calado por um tempo, parecia estar pensando em algo.

Levanto minha cabeça da mesa e olho para ele, tentando adivinhar no que ele estava pensando.

— Sabia que eu já trabalhei em uma creche uma vez. Foi uma loucura, as crianças era bem agitados e eu não acabei não durando muito tempo naquele trabalho.

— Ah sério? Não sabia, você nunca tinha me contado isso antes. — Nunca pensei que alguém como Quackity trabalharia em uma creche. Claro, ele tinha uma filha, mas não aparentava ser alguém que conseguia lidar com várias crianças ao mesmo tempo.

— Eh, eu trabalhava, mas não conseguir ficar muito tempo, era difícil demais cuidar de várias crianças ao mesmo tempo, eu só tinha aceitado por conta da Tilín, a padaria estava em um momento complicado e eu precisava de uma renda fixa na época. — Quackity estava distraído, ele falava enquanto olhava para o laço em meu cabelo. Todos os dias a partir do dia que ele me deu o laço, eu fiz questão de sempre o colocar em meu cabelo quando fosse sair. Tinha sido um presente muito especial para mim.

— Ah, entendi. — Eu não tinha muito o que falar. Minha mente parecia estar divagando, eu não conseguia manter a concentração para continuar uma conversa. Estava me sentindo quebrado...

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⏰ Última atualização: May 19 ⏰

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