‣ › ❴Amar também é saber deixar ir. E cellbit só quer que seu amor viva uma vida melhor longe de si.❵
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O café parou de ser o mesmo, nem o gosto amargo e forte parecia me manter de pé. Cellbit se sentia fraco.O que antes eram noites em claro cheio de trabalho, fichas e histórias em criação, agora eram vinho, jantares pouco saudáveis e fotos rasgadas.
Seus amigos haviam desistido de tirá-lo daquele situação, cansados de todo aquele drama que o brasileiro mesmo tinha dado início.
Um drama com cheiro bom e risada gostosa, daquelas que preenche teu peito de felicidade e provocam sorrisos espontâneos.
Mas como permanecer com aquilo que te faz bem, quando todos a sua volta não dizem que tu és merecedor?
Cellbit tentou ignorar as frases dolorosas, ciente de sua popularidade e dos sussurros discretos sobre ele. Não negava nada, sem obrigação de dar explicações.
Por trás da máscara convincente, Cellbit não era tão forte, e entre muitos, alguém enxergou além do que ele escondia.
Quando Roier chegou na sua vida, Cellbit sentiu que havia algo de diferente no mexicano que rapidamente achou bonito. Não demorou muito para cair nos encantos do garoto.
Enquanto Roier parecia indiferente aos comentários sobre eles, Cellbit estava atento. Quando anunciaram o relacionamento, enfrentaram uma enxurrada de comentários maldosos.
Cellbit não podia ficar parado vendo seu amor desconfortável com o que diziam, então medidas foram tomadas.
Desapareceu da vida daqueles que não aprovavam seu relacionamento. Era injusto com o mexicano que o amava tanto? Sim. Mas, Cellbit não podia simplesmente tirá-lo de perto daqueles que o amavam apenas porque não aprovavam eles juntos. Mas, a continuar vendo seu grande amor sofrer com comentários maldosos dessas mesmas pessoas, e deixá-lo livre de todo mal, Cellbit escolheu a segunda opção.
E nunca em toda a sua vida, havia ficado tão mal.
A drástica mudança afetou seus horários, alimentação e saúde mental. Se viu imerso em um caos no próprio apartamento, onde a única prioridade era passar o dia na cama.
Cellbit não negaria se perguntassem, nos primeiros meses as lágrimas eram companheiras constantes, adormecendo com uma foto que ele mesmo havia tirado da pessoa amada em mãos trêmulas. A recaída foi tão intensa que Cellbit decidiu retomar as consultas psiquiátricas.
Com o tempo, mesmo relutante, aprendeu a lidar com a ausência do seu "guapito". A dor persistia, e Cellbit acreditava que seria eterna, mas reconhecia a necessidade de seguir em frente e permitir que seu amor vivesse uma vida melhor.
Deixar ir não era fácil, e ele percebeu que para Roier também não era.
Observando à distância, viu seu amor sentado no mesmo banco onde se conheceram. Os cabelos desgrenhados estavam mais longos, e a barba havia crescido. Sentiu uma vontade intensa de correr e abraçá-lo, mas a contragosto, permaneceu parado, estático.
Pensou que Roier havia seguido em frente, mas ali estava ele, mantendo a tradição que Cellbit criara.
Porém, Cellbit não eram bom para Roier, ouviu isso tanto em sua vida que agora acreditava. Então, permaneceria onde estava, sem um único passo.
O observaria de longe, assim, não teria como machucá-lo.
— Deixe-me ir, guapito. — clamou tristemente.
Mas Roier já estava machucado.
「⋆ ࣪.」