1x5 - Uma Verdadeira Aberração

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Gustavi estava chocado com aquela visão. Definitivamente era algo que nunca havia visto na vida. Sentiu, então, um par de mãos alcançarem seus ombros, e então Calisto puxou Gustavi de volta para dentro da sala, e fechou a porta cuidadosamente.

-- Ficou maluco?! Quer matar nós dois?! -- Sussurrou Calisto, irritado.

-- Que porra era aquela?! -- Perguntou Gustavi, aquela visão horrenda ainda viva na sua cabeça.

-- É uma Aberração de Carne, para você que é um leigo total, é um bixo capaz de matar você com um soco bem dado. A gente só fica longe sempre que possível, entendeu?

-- Tá, mas o que a gente faz agora?

-- Esperamos ela passar pra gente poder espirulitar daqui!

Os passos, então, voltaram a ser ouvidos, cada vez mais altos e pesados, indicando que a criatura se aproximava da pequena sala que Gustavi e Calisto se encontravam, o que fez com que os dois ficassem em silêncio, esperando a criatura passar pelo corredor, assim dando uma brecha para os dois saírem de lá.

Os passos ficavam cada vez mais altos, até que, quando pareceram parar diante da porta da pequena sala de radiografia, um som, como se fosse uma respiração abafada e sofrida, pode ser escutado. A criatura tentava farejar alguma coisa.

Os dois homens na sala se olharam rapidamente, seus olhos dizendo claramente um pro outro "tomara que ela não sinta nosso cheiro". O som, então, parou, e, por mais ou menos 10 longos segundos, o mais puro silêncio pareceu dominar o hospital abandonado...

Até que, finalmente, os passos voltaram a ser escutados, e, dessa vez, pareciam ficar cada vez mais abafados e distantes. A criatura estava se afastando, indo para o final do corredor.

Gustavi e Calisto continuaram em silêncio, a cautela era a única aliada naquele momento. Até que, quando finalmente os sons estavam longe o suficiente para pararem de ser escutados, os dois expiraram em alívio.

-- Agora, vamo meter o pé daqui, já sabemos que ocultistas - pessoas que mexem com o Paranormal - usavam esse lugar para realização de rituais. Agora eu deixo com a minha equipe de varredura a missão de realmente investigar esse lugar de cima a baixo.

-- Pelo visto esse "grupo" que você participa realmente é bem organizado, não é?

-- Tem suas divisões, sim. Cada um faz sua parte, mas sempre com o mesmo objetivo em mente; combater o Paranormal.

Os dois, então, abriram a porta do pequeno cômodo. Seguravam suas respectivas armas à frente do seu corpo, prontos para usa-las assim que fosse necessário, porém, mais nada ameaçador podia ser visto.

-- Realmente não tem chance nenhuma de eu entrar para esse grupo aí? -- Perguntou novamente Gustavi. Estava realmente interessado.

-- Bom, você se mostrou promissor até aqui, sim, mas ainda não sei, eu posso até indicar, mas sério cara, não sou o responsável direto por isso pra ser bem sincero.

-- Bom, se você tiver um superior, podia pelo menos me indi-

Calisto levantou a mão direita, indicando para Gustavi parar de falar imediatamente. Estavam quase chegando à esquina que viraram quando viram a sala de radiografia anteriormente, quando sons puderam ser ouvidos.

Eram passos, passos apressados e irregulares, o que fez os dois homens levantarem suas armas, os sentidos aguçados e os reflexos prontos para entrarem em ação assim que fossem precisos.

E então, virando a esquina pelo corredor oposto que Gustavi e Calisto vieram, um homem parou derrapando na frente dos dois. Era baixo, vestia a mesma capa com capuz das pessoas das fotos e da mulher na boca da tal Aberração de Carne. Estava ofegante, pálido, e nos seus braços, algo perturbador: um par de pernas, separadas do respectivo tronco, e vísceras e sangue escorriam pelas pernas soltas. Pareciam pertencer à parte superior do corpo da mulher na boca central da criatura que Gustavi acabara de ver.

Ordem Paranormal - DestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora