1x4 - Perguntas

19 3 2
                                    

-- CALISTO!!!! -- Gritou Gustavi, tentando alertar o ruivo sobre a presença da criatura.

Gustavi rapidamente levantou a mira de seu revólver, e Calisto se virou, enquanto a criatura humanoide abria sua boca com dentes afiados, pronta para enterra-los no pescoço de Calisto. Porém, esse foi mais rápido, e sacando uma faca de sua cintura, acertou um golpe numa velocidade incrível na criatura, que teve sua cabeça completamente dilacerada.

O sangue asqueroso se espalhou pela pequena sala, enquanto Gustavi tomava a dianteira e checava à porta, verificando se nenhuma outra criatura estava à espreita. Calisto, por sua vez, ajoelhara perto da criatura, tentando identificar algo além do sangue gosmento e a aparência distorcido de algo que outrora fora um humano.

Após ter certeza de que não seriam surpreendidos mais, pelo menos não naquele instante, Gustavi voltou para dentro da sala, um olhar confuso e desconfiado no rosto.

-- E então? Como você sabe meu nome? -- Perguntou para Calisto, este que ainda estava analisando o corpo da criatura que acabara de matar.

-- Como eu disse, é uma longa história...

-- Não tenho nenhum compromisso marcado, fique à vontade. Aliás Calisto, não sei se você percebeu, mas me deve muitas respostas ainda. Por que estava tão confiante que eu não iria atirar em você lá na loja? Por que me deixou vir até aqui com você? Tenho certeza que mesmo eu tendo alguma experiência no assunto, você não deixaria qualquer um te acompanhar aqui, não é?

Calisto ainda fitava o corpo morto da criatura, que agora começava a derreter, mas não mais o analisava. Estava pensando.

-- Irei responder da mais fácil até a mais difícil, pode ser?

-- Se for me responder todas, não importa a ordem.

-- Okay, primeiramente, o por que de eu ter tanta certeza que não atiraria em mim? Porque eu me certifiquei disso. -- Disse Calisto, agora finalmente se levantando e olhando para Gustavi.

-- Como assim?

-- Tente atirar com ela.

Gustavi direcionou sua atenção ao revólver na sua mão. À princípio, nada havia mudado; o cano levemente enferrujado e o metal ofuscado da arma continuava como o jovem se lembrava. Porém, foi quando apontou para um canto da sala e tentou atirar, que Gustavi percebeu algo muito estranho.

O gatilho foi puxado, e a princípio, a bala deveria ser ejetada da arma, mas nada aconteceu. Em vez disso, a arma tremeu levemente na mão do rapaz, e um símbolo brilhou em roxo no revólver. Gustavi nunca vira esse símbolo antes, muito menos na arma.

-- O que você fez?! -- Perguntou Gustavi, largando a arma no chão, com medo de que aquele símbolo pudesse ser algo que o causasse mal.

-- Utilizei um ritual na arma, para me certificar de que você não atiraria em mim. Não se preocupe, era só até o primeiro disparo, sua arma voltou ao normal.

Gustavi olhava para Calisto, ainda desconfiado, e olhou para seu revólver no chão novamente. O símbolo sumira, e a arma, agora sim, parecia perfeitamente normal novamente.

Ainda cauteloso, Gustavi deu um leve chute na arma, e vendo que nenhuma reação ocorrera, ele pegou a arma com as mãos, e a levantou à altura dos olhos, procurando ver algo na arma que não reparara antes, com ajuda da luz fraca da lanterna de Calisto e a luz que piscava no teto da sala.

-- Mais respostas. -- Pediu Gustavi, voltando a encarar Calisto.

-- Bom, agora sobre o porque eu te deixei vir comigo. Na verdade, a resposta para essa pergunta também se interliga com a primeira...

Ordem Paranormal - DestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora