2x10 - Nascidos para Sofrer

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A Van preta andava pelas ruas de Aurora enquanto a noite chegava cada vez mais. As pessoas começavam a voltar para dentro de suas casas, outras estavam saindo de seus trabalhos enquanto outras ansiavam por este momento.

Os agentes estavam quietos, perdidos em seus pensamentos e sentimentos. Estavam aflitos, nervosos e ansiosos. Finalmente aquele caso terminaria, mas o que os esperaria naquele galpão? Talvez Virgílio já soubesse que estava sendo caçado? Ou seria pego de surpresa?

Se afastavam cada vez mais das poucas ruas movimentadas, e estavam indo em direção ao limiar da cidade. A lua começava a aparecer lentamente no céu estrelado, enquanto o único som que a equipe ouvia era dos pneus do veículo passando pelo asfalto.

Gustavi estava concentrado, determinado, mas não podia deixar de sentir uma ponta de incerteza. Estariam fazendo a coisa certa? Poderiam capturar Virgílio sem dificuldades, mas também poderiam estar rumando direto para a jaula de um monstro feroz.

-- Não estou sendo pessimista, mas não se assustem caso encontrem as vítimas de sequestro já mortas. Como sabemos, elas foram usadas como Sacrifícios, oferendas para essa tal Dama das Orquídeas. Tenham um mental forte e inabalável na hora, pois tudo pode acontecer. Vou pedir novamente para reforçarem a atenção e o foco, esse provavelmente vai ser o acontecimento mais complexo dessa missão. -- Disse Calisto.

Os agentes apenas emitiram murmúrios em concordância. Ainda continuavam nervosos e ansiosos, e as instruções de Calisto, por mais úteis que fossem, não deixava de lhes causar receio.

As movimentadas e populosas ruas com casas e ruelas começaram a dar lugar à estradas longas e inóspitas, com mais vegetação em volta e menos casas. Estavam deixando o ambiente luminoso das ruas proporcionados pelos postes e estabelecimentos, e começavam a adentrar um ambiente escuro e sombrio. Quando estavam a cerca de 50 metros do local, Gustavi já pode notar uma fina névoa cobrir o terreno. A Membrana estava mais danificada naquela área do que qualquer outra que Gustavi vira na vida.

Ao longe, um grande galpão, que há muito deveria ser usado para entregas e descargas frequentes mas que agora estava completamente abandonado... Era o que os cidadãos da cidade acreditavam.

Imagine se soubessem os horrores que estavam acontecendo naquele lugar.

A Van seguiu o caminho até que parou ao lado do galpão. O lugar era grande, bem maior do que um galpão normalmente usado como depósito particular. As dobradiças e as paredes de metal do lugar já indicavam o templo que se passara desde que o lugar tivera um cuidado decente. Os agentes desceram da Van, equipados, armados e prontos.

-- Por que não paramos de frente? -- Perguntou Ana.

-- Lembrem-se que Virgílio provavelmente já sabe que estamos à procura dele, então tomaria medidas de segurança básicas. Com certeza colocou pessoas para vigiar a entrada da frente. -- Explicou Calisto.

-- Vamos então dar uma volta pelo lugar e ver o melhor jeito de entrarmos? -- Sugeriu Gustavi. Calisto assentiu com a cabeça.

A equipe Destinados e Suzane começaram a contornar o lugar. A princípio, do lado de fora, nenhuma medida de defesa fora deixada, pelo menos não que os agentes viram. Analisaram o canto direito inteiro, porém não acharam nenhuma entrada de fácil acesso. Do lado de trás, a mesma coisa, porém, no lado esquerdo, acharam uma pequena janela, que só permitia uma pessoa por vez. O lado esquerdo do galpão estava próximo de um campo de grama alta, suficiente para esconder pessoas, por isso, todos ficaram muito atentos.

-- Como sabemos se não tem ninguém observando essa janela? -- Perguntou Gustavi.

-- Nós vamos saber. -- Disse Calisto, enquanto mexia em seu relógio de pulso. Parecia tentar buscar ou retirar alguma coisa.

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