1x3 - O Sangue

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O local era fétido, o cheiro podre e velho infestava o lugar, que junto com o aspecto abandonado do seu interior, corroído pelo tempo, um cenário perfeito para um filme de terror.

As entranhas de Gustavi reviraram quando seus olhos viram o sangue que estava espalhado pelo lugar, o que fez com que o rapaz ficasse ainda mais alerta. Calisto, por sua vez, olhou aos arredores, tentando encontrar algo nas paredes além do sangue e das pichações.

-- Acha que tem mais daquelas criaturas aqui? -- Perguntou Calisto à Gustavi.

-- Não era eu quem devia fazer essa pergunta, já que você tem mais experiência? -- Respondeu Gustavi, irritado.

-- Analise o ambiente -- Sugeriu Calisto.

Gustavi então percebeu que Calisto sabia a resposta para aquela pergunta de algum jeito, mas queria saber se ele poderia encontrar a resposta também. Era algum tipo de teste? Sem tempo para pensar nisso, ele decidiu correr os olhos pelo ambiente, à procura de alguma pista ou evidência que indicasse o que de fato aconteceu e o que estava acontecendo naquele lugar.

Seus olhos pararam numa pequena das várias poças de sangue que marcavam o local, e então percebeu que aquele sangue era diferente, como se fosse gosmento e gelatinoso.

-- É, deve ter mais deles aqui... -- Pontuou Gustavi, que segurava o revólver na sua mão com mais força. -- Acha que aquelas pessoas encapuzadas sabiam da existência das criaturas, ou foram pegos de surpresa?

-- Acho que isso pode nos ajudar a responder essa pergunta -- Respondeu Calisto, que apontava com a mini lanterna tática acoplada em sua pistola para uma pilha de correntes no chão, quem em sua volta havia sangue e um pedaço de pano rasgado.

Calisto se abaixou para analisar as correntes, parecia procurar à princípio por alguma digital, mas então, com o dedo indicador da mão direita, ele passou por uma das partes das correntes mais sujas, em seguida levantando o dedo para analisar.

-- São cinzas humanas. -- Disse Calisto, ainda olhando para a ponta do dedo.

Um arrepio percorreu a espinha de Gustavi

-- Que?! Por que?? Como você sabe??

-- Olhe. -- Calisto apontou o dedo indicador na altura dos olhos de Gustavi.

O dedo estava sujo, com algo que, por mais que Gustavi não quisesse admitir, lembrava muito cinzas.

-- Por mais absurdo que possa parecer, as cinzas têm uma certa importância pros estudiosos do Paranormal, já que ela é um dos ingredientes para fazer rituais... Basicamente utilizar resquícios de poder do Outro Lado -- Acrescentou Calisto, vendo a expressão confusa no rosto de Gustavi.

Gustavi achou que essa explicação não respondia muitas perguntas, mas achou que aquele não era o melhor momento para fazer perguntas

-- Provavelmente prenderam alguma pessoa aqui, e a feriram de alguma maneira, o que explicaria o sangue, mas não queriam mata-la, já que as cinzas mostram que possivelmente tentaram tratar o ferimento. A única coisa que não tenho teorias a respeito é esse pedaço de pano, provavelmente é do mesmo tecido e mesma cor daquelas pessoas encapuzadas. Isso talvez mostrasse que prenderam uma pessoa do próprio grupo aqui? Mas por que?

Calisto agora começara a anotar todas as pistas e evidências que encontraram até ali, pegando vários papéis soltos dos seus bolsos e alguns grudados na sua roupa.

Gustavi, mais uma vez, achou melhor não fazer perguntas.

Chegaram, então, próximo de uma das várias salas do hospital, porém, essa tinha a porta de madeira quase totalmente destruída, e marcas de garras no chão, além de pegadas aparentemente deixadas por um humano, mostravam que provavelmente uma perseguição ocorrera ali.

Ordem Paranormal - DestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora