Capítulo 7: Menos uma! parte 1/2

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¹⁹³⁴ palavras.

Antes de tudo, atentem-se á esse recado:

O capítulo tratará de assuntos pesados, do tipo que traumatiza alguém. Mas nada tão detalhadamente posto. Em momento algum estarei instigando as ações citadas, portanto; não venham Militar p'ra mim depois, não! (Do contrário é block!)

Boa leitura, lovers!

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Não pude mais contar quantas vezes parei por entre os becos, por me sentir perdido ou por simplesmente não aguentar mais seguir adiante com dor. Não foi de imediato que fui notar o ferimento em minha coxa, onde há um pedaço de vidro enterrado nela. Não sei ao certo quantos centímetros têm, mas me arrisco a pensar que ao menos uns 4,5 estão dentro e o pedaço amostra na parte de fora, talvez, mais 3 ou 4. Me faltou coragem para removê-lo, pois não entender de absolutamente nada sobre primeiros socorros me deixou receoso em acabar por fazer algo errado e acabar morrendo ali, sozinho, em algum escoadouro. E, como se não bastasse, as ruas que tomei como atalho para chegar ao hotel estavam completamente desertas.

Para o meu alívio, ao passar pela porta que dá à recepção do hotel, o concierge, me olhando com espanto e assombro, veio em meu socorro bem a tempo de me amparar para que não caísse, atabalhoadamente, no chão.

- Não me culpe por isso também! Ele foi por causa de você e pela curiosidade em desvendar essa sua obsessão sigilosa - mesmo que longínquo, escutei a voz acusadora de Lucy.

- Cala a boca, ele está acordando! - A voz grave de Dylan soou em meus ouvidos.

Em segundos, após abrir os olhos, todas as minhas memórias me vieram à cabeça, me lembrando do ocorrido de algumas horas atrás e, com o auxílio de Dylan, sentei na cama. Durante o movimento senti uma pontada no local onde o vidro estava e ao olhar notei que havia sido tratado e enfaixado. Mas ao levantar o olhar para Dylan, Amy e Lucy, notei suas feições interrogativas. As quais esperavam uma resposta que apenas eu poderia oferecer-lhes.

- Matthew, o que aconteceu? - me interrogou, Dylan. - O cara da recepção do hotel chegou aqui com você, inconsciente, nos braços e um vidro do tamanho de uma tesoura enfiado na coxa... como isso foi acontecer?

- Os Blackwood... eu estava na biblioteca da cidade e um... primo, do Eathan apareceu e tentou me levar... mas eu tomei a sua arma e atirei no tanque do carro. Mal me lembro do percurso até aqui... - tentando explicar, minha voz saia quase inaudível.

- Você sabe atirar? - havia descrença e surpresa na voz de Amy. - Uau!

- E eu não sei! Apenas fiz, sem saber se daria certo ou não...

- Ainda não entendo como nos encontraram tão rápido... Como? - Dylan me fitou.

- Eu não sei, Dylan! - praticamente gritei com ele. - Esse tal Aiden, ele simplesmente apareceu e daí tudo aconteceu muito rápido, para que ainda o perguntasse quais estratégias utilizam para nos achar sempre!

Dylan, bem como as meninas, pareceram entender perfeitamente. Dylan, acenou e juntou as sobrancelhas, como se estivesse ponderando fazer algo. Tirei meus olhos dele e observei em volta, notando assim a ausência de Mary.

- Onde está Mary?

- Saiu com aquele cara que ela não para de falar. O vizinho de porta - Lucy, explicou. - Ele parece boa pinta, já que faz o tipo dela, então não acho que ela volta ainda hoje.

- Previsível! - Amy decreta. - Já vi ele algumas vezes pelos corredores e ele é um gato! Eu, no lugar dela, iria para onde ele quisesse.

Não o vi até então, mas Mary vem me falando bastante sobre ele nos últimos dias. Sobre o quanto ele é romântico, cavalheiresco, bonito e surreal, ao ponto de fazê-la se questionar se não pararia o que fazemos para viver uma vida ao lado dele. Uma vez falei e ainda mantenho o mesmo juramento, de que se ela quiser sair disso ninguém vai impedi-la! Porém, agora estou receoso... com essa agitação em que estou metido, aparentemente, não posso perdurar estadia por muito tempo em nenhum lugar e, obviamente, esse cara não irá largar sua vida para acompanhar a gente nesse negócio baixo e infame que fazemos. É aí que vem a possibilidade de deixá-la para trás, para viver longe dessa confusão ao lado de alguém que a ame. Em parte, eu invejo ela! Como a grande pedra no sapato que Eathan vem se mostrando ser, quando terei tempo e liberdade para ter alguém que eu possa chamar de amor, enquanto preparo panquecas para o café da manhã, vestido com uma camisa preta dele e uma boxer? Parece até conto de fadas, de tão inusitado que é esse pensamento tolo.

Propriedade de um SociopataOnde histórias criam vida. Descubra agora