Os dias foram seguindo e como imaginei, o maior dos problemas não era ter Sukuna ao meu lado, mas sim guardar esse nosso segredo. Me sentia perto de explodir com tamanho sentimento de culpa em todas as vezes que Satoru sentou-se ao meu lado questionando sobre o paradeiro dele.
Se ele soubesse que todas as manhãs Sukuna aparece no meu apartamento para tomar café e logo a noite adormece ao meu lado, com certeza ele surtaria e não perderia tempo em ir atrás de Ryomen. Porém, hoje eu sinto que tem algo de errado, já são meio dia e o rosado não apareceu, além disso, Gojo não deu as caras no colégio. Aperto com força a alça da minha bolsa pensando no pior, acabo passando em frente ao Starbucks e como se meus olhos me traíssem, eu parei para olhar dentro do estabelecimento. Não foi difícil encontrar uma cabeleira platinada e perceber que o mesmo estava acompanhado de Utahime, dou um sorriso de lado enquanto sigo meu caminho.
- S/n ? - Dou uma olhada por cima do ombro ao perceber a sua presença, que rápido.
- Aconteceu algo ? - Franzi a sobrancelha.
- Eu te vi me encarando... e bem... não queria que interpretasse errado uma situação que... - Dei uma risada impedindo o mesmo de continuar falando
- Por favor, Satoru. Nós não temos mais nada. - Me aproximei dele tocando seu ombro - Você está seguindo em frente, está tudo bem, me sinto feliz por isso.
- O que aconteceu com você nesse tempo ? - Seu rosto ficou mais sério e começou a me encarar com atenção, pelo jeito ele queria me pegar desprevenida e conseguiu.
- Como assim ? Eu apenas estou feliz que esteja saindo e fazendo outras coisas.
- Anda mais alegre do que o normal, suspirando pelos cantos, pegando várias folgas ao invés de trabalhar.
- Talvez porque eu trabalhei durante um bom tempo e agora quero usufruir ? Porque está me espionando ?
- Onde está o Sukuna, Geto ? - Sua mão foi até a cintura e me olhou com desdém, ok, agora a sua falta me causou arrepio.
- Eu não sei, ele sumiu e....
- Está mentindo - Prendi minha respiração enquanto pensava em uma maneira de convencê-lo. Mas ter me chamado pelo sobrenome, me desestruturou.
- Não estou - Desafiei seus olhos azuis que possuíam uma neblina.
- Avisa ele que seria bom aparecer hoje lá na ponte de Shibuya... para conversarmos. - Me virou as costas sem chance para réplica.
Fiquei alguns segundos parada enquanto ele voltava a se sentar dentro do lugar enquanto a garota de fios longos voltava a falar sem parar com ele. Sinto seu olhar em mim e um nervosismo surge.
*Quebra de tempo*
Ao chegar em casa não vejo nenhum sinal de Sukuna, mando uma mensagem a ele mas nem ao menos chega a ser enviada já que aparenta ele estar sem sinal. Passo as mãos pelo cabelo sentindo um medo de algo acontecer, mas antes de surtar, preciso tomar um banho para pensar melhor.
E durante longos minutos fiquei debaixo do chuveiro pensando no que Satoru quer com Ryomen. Bom, a resposta eu já sei, mas meu coração não quer ver nenhum dos dois machucados. Visto roupas confortáveis e me deixo cair na cama pensando em uma maneira de evitar qualquer conflito entre os dois.
Logo a porta do meu quarto se abre e meu coração acelera com a apresentação de Sukuna em minha frente, as vezes esqueço que ofereci uma cópia das chaves daqui de casa para ele. Com um rosto aborrecido ele se joga do meu lado puxando meu corpo para perto dele e abraça minha cintura. Começo um cafuné em seus fios de cabelo enquanto ele coloca seu rosto em meus peitos usando como travesseiro.