7. YUKI

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Mais cedo, Sunghoon me deixou no dormitório, segurando minha mão, carregando minha mochila. E agora ele me deixou sentada em um banco próximo ao Rio Han, para comprar alguma coisa para tomar. Recebi muita informação dele hoje de tarde e acho que ele também recebeu muita informação minha, mas vou atender ao pedido dele, não me afastar. Eu vi ele se aproximar e sorri para ele.

     - Aqui, chá, uma bebida quentinha. - Ele disse me entregando. - Já vi você tomando desse antes de treinar. - Ele sentou ao meu lado. - Você sempre toma chá?

     - Virou um hábito quando saí do hospital. - Eu disse e ele se arrumou ao meu lado. - Você nunca perguntou sobre isso.

     - Sobre o que? - Ele disse.

     - Sobre o que aconteceu, sobre o que eu e a Jinah falamos.

     - Ah. - Ele disse baixo. - Eu só escuto aquilo que você queira me dizer, Yuki. - Ele me olhou, passou o braço por trás da minha cabeça e colocou minha cabeça perto dele. - Quando você estiver pronta e quando quiser me contar. - Ele depositou um beijo no topo da minha cabeça. - Eu estarei aqui.

     - Obrigada. - Foi a única coisa que consegui dizer.

Ficamos olhando o movimento perto do Rio, era agradável. Ele tornava tudo agradável. Eu não me importaria de não fazer nada ao lado dele, porque estar ao lado dele era tudo que importava nesse momento.

     - Você já namorou antes? - Eu disse e ele começou a tossir e se afastou um pouco. Eu ri dos movimentos rápidos.

     - Assim? Do nada? - Ele riu, quando me viu rindo. - Por que?

     - Porque parece que você já namorou. - Eu disse.

     - Como assim? - Ele falou voltando a se sentar perto de mim.

     - Você sabe como tratar uma garota bem.

     - E por isso achou que eu já namorei? - Ele disse sorrindo.

     - Desculpa. - Ótimo, Yuki, acabou com o clima.

     - Eu tenho uma irmã mais nova, e cresci com ela e minha mãe. Meu pai trabalhou muito tempo fora. Eu só trato uma garota como eu gostaria que tratassem a minha irmã, quero que a respeitem. - Ele falava com calma. - Quero que saibam que existem limites, que se ela quiser espaço, saibam dar isso a ela, quero que sejam gentis com ela, que deem atenção a ela, que cuidem dela como se ela fosse um pedra preciosa, porque de fato, ela é. - Eu olhava ele atentamente. - Quero que ela receba o melhor de quem ela escolher, então quero fazer pela minha garota, o que eu quero que façam pela minha irmã. É o mínimo de exemplo que quero dar a ela e que ela saiba como um cara certo deve ser.

     - Você é um irmão de ouro. - Eu disse olhando pra ele.

     - É o que dizem por aí. - Ele disse e piscou o olho, eu ri.

     - Mas, você nunca namorou mesmo?

     - Já, uma vez. - Eu soltei um 'Hum'. - E você conhece ela.

     - Quem é? - Eu disse curiosa. 

     - A Jinah. - Ele disse e olhou pro copo vazio na mão dele.

     - O que? - Eu falei sem acreditar. - Isso é tão estranho. - Ele riu fraco.

     - Não foi um mar de rosas.

     - Nenhum namoro é um mar de rosas. - Eu disse e ele me olhou.

     - Ela foi meio... - Ele pendeu a cabeça pro lado e fez uma cara engraçada. - Meio ela, prepotente. Digamos que ela só queria dizer que me namorava, mas ela nunca gostou de mim. 

BURNING ICE | SUNGHOON (EN-)Onde histórias criam vida. Descubra agora