Capítulo 2

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A terra já estava coberta de neve enquanto Kara dirigia seu carro pelas colinas que levavam ao castelo. Embora a propriedade real não estivesse muito longe da capital, estava bem escondida entre as terras cobertas de pinheiros que brilhavam sob os grossos flocos de neve. O dia começava a cair na noite e os postes que guardavam a estrada iluminavam-se, deixando rastros brilhantes na neve. Estava tudo quieto e Kara sentiu um ruído de seus próprios pensamentos pressionando seu crânio, perdendo os olhos na vastidão de branco que a rodeava. Finalmente, o castelo apareceu entre as árvores, orgulhoso no frio. A estrutura de paredes brancas e pedra queimada se estendia alto no céu com uma torre alta no meio e quatro torres menores para guardá-la. Kara lembrou-se do jardim atrás dela, cheio de estátuas intrincadas que pareciam vivas ao amanhecer, povoando os labirintos de arbustos. As estátuas ficavam escondidas no verão devido à natureza luxuriante, mas no inverno elas tomavam conta do cenário e parecia que estavam tendo um baile solitário e sem fim.

Kara deixou o carro na entrada e foi conduzida para dentro do grande salão por um mordomo do qual ela não conseguia se lembrar. Ela não tinha mais de 16 anos na última vez que visitou o castelo. Não mudou muita coisa, a mobília parecia a mesma, as pinturas um pouco mais antigas e as luzes mais brilhantes. Havia uma sensação aconchegante no castelo que surpreendeu pela arquitetura limpa. Finalmente, o mordomo pediu que ela o seguisse e eles entraram em um dos escritórios.

"Sua senhoria Kara Zor-El", o mordomo a apresentou.

Kara entrou, onde encontrou a princesa parada em frente à lareira, segurando uma taça de vinho na mão. Ela não se parecia em nada com a criança de que Kara se lembrava e era um pouco diferente das fotos espalhadas pela internet. Havia firmeza em seus olhos verdes, seus lábios carnudos quase sempre formando um sorriso. Seu cabelo cobria os ombros, caindo em ondas leves que pareciam de um castanho rico devido à luz do fogo. Ela havia crescido e era quase tão alta quanto o irmão, tendo a mesma constituição magra, com braços finos e dedos longos.

Ao lado dela estava um homem que Kara conhecia. Ele era um lorde britânico, um bom amigo de Lex, com um estilo de vida luxuoso e uma atitude carismática.

"Sua alteza," Kara inclinou levemente a cabeça, uma reverência que não combinava com suas calças retas e pulôver solto.

A princesa olhou para ela por um longo tempo, como se estivesse tentando identificá-la, semicerrando levemente os olhos enquanto um sorriso educado tomava conta de seus lábios. Ela se virou para Kara e permaneceu em silêncio por um tempo, sem pressa, fazendo a sala congelar. Finalmente, depois de um breve arco de sobrancelhas grossas, ela falou.

"Lady Kara, já faz um tempo. Da última vez que nos encontramos, éramos apenas crianças."

"Você se lembra de mim", Kara se aproximou.

"A princesa Lena nunca esquece um rosto", falou o homem.

"Não vamos exagerar," Lena sorriu. "Você se juntaria a nós para uma taça de vinho?"

"Com prazer. Como você está, James?" Kara disse e Lena caminhou até uma pequena mesa de bar cheia de algumas garrafas de bebida alcoólica. Ela mesma serviu o vinho em uma taça de cristal e entregou-a à mulher, olhando brevemente em seus olhos. Ela não fez contato visual educado, mas fixou o olhar em Kara como se estivesse examinando a mulher.

"Você está aqui nas férias?" Lena perguntou gesticulando para que todos se sentassem.

"Não, na verdade voltei para casa. Estou aqui para ficar e por isso vim apresentar-me e dizer-lhe que estou ao seu dispor. Como uma mulher nobre, acho que é meu dever servi-la e ajudá-la a servir o seu país."

KARLENA - Um Milagre De NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora