Capítulo 6

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"Você contou a ela sobre a reunião, não foi?" Kara perguntou assim que ela chegou em casa com a mãe.

"Eu sabia que precisávamos de um pouco de ajuda, mas tinha certeza de que você não concordaria, dado o seu enorme ego. Que você herdou do seu pai", disse ela ao entrar na sala de estar. "E eu não tinha certeza se ela poderia ir."

"Você também foi quem contou a ela sobre minhas intenções", Kara suspirou, olhando para a mãe. "Não acredito que o Serviço Secreto tenha encontrado uma maneira de ler minha mente. Ainda."

"Talvez eu seja o Serviço Secreto", ela piscou.

"Você está mais perto dela do que eu imaginava."

Allura encolheu os ombros.

"Eu gosto de Lena. Eu não gostaria que ela se apaixonasse de alguém que não tenha as melhores intenções com ela, mesmo que esse alguém seja minha filha. Que criei para ter moral e não correr atrás de títulos."

"Você viu hoje o quanto um título importa. Ele nunca teria concordado se Lena não tivesse entrado. E qual foi o gesto... por que ele ficou tão surpreso ao ver a mão dela no meu ombro?"

"A princesa raramente toca alguém em público, a não ser com um aperto de mão. Quando ela o faz, é um gesto de aprovação. Com isso, ela realmente lhe deu muito poder. Admita, ela está começando a gostar de você."

"Não sei o que dizer sobre isso. Cada um de seus gestos é calculado, até mesmo seu menor sorriso. Ela me dá a impressão de um robô perfeito. O que há para gostar?"

"E você poderia passar a vida com alguém que você acredita ser um robô?"

"Mal nos víamos, teríamos muitos deveres. E acredito que poderíamos ter conversas agradáveis à noite. Ela é educada, temos muito o que conversar."

"E quanto a... intimidade?"

"Eu dificilmente acredito que alguém tão calculada e fria como ela tenha tais desejos. Não acho que ela seja muito romântica, então talvez ela fique feliz tendo apenas uma amiga como cônjuge."

"Se você diz," Allura sentou-se.

"Ainda não consigo acreditar que você contou a ela quais são minhas intenções!" Kara tentou fingir que estava irritada, mas dificilmente conseguia ficar chateada com a mãe.

Ela sentiu o telefone vibrar no bolso da calça e, após tirá-lo e olhá-lo brevemente, empalideceu.

"Eu... desculpe, não posso ficar para jantar" sussurrou Kara enquanto enfiava o telefone de volta nas calças.

"Tudo está certo?"

Kara assentiu e saiu da sala.

KARLENA - Um Milagre De NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora