Sempre me considerei um cara limitado nas minhas relações amorosas, não no quesito "dar beijocas", que para mim é algo extremamente superficial nos dias atuais. Quando digo relações, estou querendo chegar ao ponto de extremo afeto entre duas pessoas, naquele friozinho na barriga ou borboletas no estômago que sentimos quando estamos perto de quem mexe conosco. No desejo carnal que sentimos perante nosso estado do corpo que reage favoravelmente a estímulos sexuais.
Você? O que? Não se sente excitado em uma boa festa? Ou beijando intensamente aquela boca que encarou a noite toda? É sobre valores, conquistas e apegos. O quanto e o que você está disposto a fazer pelo o que quer, pelo o que deseja e almeja? O quanto se excita perante situações quentes? Em devaneios consequentes de um porre após uma balada? Não faça isso. Não seja prisioneiro do tesão e do prazer, mas me alto contradizendo, viva perigosamente... sem dar atenção aos meus conselhos nem um pouco profissionais, pelo menos não dessa vez.
Seja alarmante ao andar pelas ruas sedento por excitação, mas não seja como eu, procurando por diversão escutando melodias mentirosas ou ficando chapado de graça. É legal que todos tenhamos esse outro lado da nossa personalidade, um alter ego, o lado que só quer dançar em territórios alheios. Isso é algo que sempre penso quando me mudo de cidade, viajo para um lugar desconhecido ou algo assim, não tem nada de errado em querer satisfazer nossos prazeres. Enfatizando o fato da vida ser só uma, e quando associamos isso a excitação e prazer, o desejo se torna a perdição e a perdição se torna o poder.
Coisas novas virão, novos rostos, bocas, olhares... queremos isso, sentir aquele tal frio na barriga antes de fazermos algo promíscuo. A vida está em nossas mãos para ser vivida, precisamos escrever nossos roteiros de acordo com os desejos e ambições que temos, e a cada novo dia, uma nova página se apresenta sobre nossa visão nesse mundão pequeno, pequeno até mesmo para os sonhadores.
Estamos livres, e queremos ser assim sempre, mas a sociedade em que vivemos não nos permite sermos felizes o tempo todo. O amor alheio não é da conta de ninguém, já o discurso de ódio é da conta de todos. Os tempos são outros, nada importa mais. Ninguém liga se você beija homens ou mulheres, com quem está andando, quem prefere manter distância, as roupas que se veste. Ninguém maduro o suficiente e com a mentalidade aberta ligaria para isso, já que somos todos pecadores. No meu caso, adoro ser jovem, viver a juventude, sem julgamentos cara a cara, mesmo sendo hipócrita ao dizer que não falo da vida de ninguém, ou de nenhum outro jovem.
Acho que a essa altura do livro, já devemos ter algum vínculo e por isso tenho uma pergunta ao meu querido leitor. Você se daria bem com uma pessoa como eu? Se soubesse minha história palavra por palavra, mesmo que provavelmente enjoasse das trágicas decepções amorosas que já tive em todo o decorrer da minha vida. Pessoas confusas perdem pessoas incríveis, então não deixe o que começou com um sorriso tão lindo acabar em choro. Voltando às perguntas, se tivesse todo o meu passado na palma das suas mãos, você se daria bem com uma pessoa como eu?
Vivi minha cota de solteirice intensamente, prejudicando ou não minha sanidade mental, aproveitei ao máximo. E se o momento de fechar esse ciclo tivesse chegado? E se a pessoa certa, surgisse no momento certo e no lugar certo? Não que isso mude muita coisa na minha caminhada, de fato não me levaria a lugar nenhum profissionalmente ou socialmente falando. Às vezes você não consegue o que quer, porque merece melhor, pare de esperar que tudo fique perfeito para ser feliz. Realmente acho que me daria bem com alguém como eu, se colocasse em prática os meus próprios conselhos.
Sempre seremos como um aparelho tecnológico, com nossas próprias falhas. Errar sempre foi humano e continuará sendo, e quando as coisas chegam tão longe, geralmente, todos ao nosso redor tendem a desaparecer, te deixando na fossa por um mínimo defeito. Se até nós mesmos às vezes não nos importarmos com nossas próprias falhas, porque ligar para a opinião alheia? E mais uma vez a resposta para tudo isso é: liberdade. Vocês se dariam bem com uma pessoa livre? Defeituosa... porém, livre?
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Pecadores e Serpentes
NonfiksiLuigi Fuhrman é o narrador fictício deste livro, espelhado no autor da obra e usando de suas vivências como base em seus argumentos e teorias. O universo literário aqui introduzido, irá muito além de um relato de memórias, onde cada palavra escrita...