Devil - Lauren Intersexual

Capítulo 10

Prove isto, e esteja a partir de agora entre os Deuses.

– John Milton, Paraíso Perdido

A segunda sexta à noite

Camila olhou a caixa preta com um laço de cetim vermelho no topo quando ela se sentou no sedan preto. O motorista de Lauren abriu a porta para ela quando ela veio até o carro, e ele entregou a caixa para ela. A carta dizia para não abrir a caixa até que ela fosse instruída. Então ela usava jeans, um suéter azul-marinho e, tênis converse, e ela não tinha intenção de se trocar a menos que Lauren ordenasse que o fizesse. Ela provavelmente seria condenada a se despir novamente. O motorista parou do lado de fora do clube e ajudou-a a sair. Ela carregava sua bolsa e a caixa preta dentro, subindo no elevador até a suíte de Lauren sozinha.

As portas se abriram para o apartamento de Lauren. Estava vazio, nenhum sinal da sua pretensa sedutora. Ela largou a sacola de roupas e livros e caminhou até a cama, tocando o veludo vermelho. Foi o mesmo que Lauren a cobriu a última vez. Camila quase sorriu com a lembrança dela mostrando um pouquinho de humanidade. Ela voltou sua atenção para a pena no estojo de vidro, incapaz de resistir a observar de novo. O relógio de pêndulo na esquina batia doze vezes.

A pena ainda pairava no ar, os fios brancos brilhando como se poeira de diamante tivesse sido lançada sobre ela. Ela se perguntou como Lauren ficaria com centenas de penas como esta formando duas asas brancas como a neve. Ela imaginou-a no sol, as asas abertas, brilhando. Lauren seria a coisa mais linda que ela já viu. Camila estava tão perdida em um torpor que pulou quando uma mão agarrou seu pulso, impedindo-a de levantar o vidro. Ela nem sabia que ia fazer isso.

– Eu sei que é tentador, mas você deve resistir. – A voz de Lauren era baixa, suave.

Ela soltou a mão do vidro no momento em que Lauren soltou seu pulso.

– Me desculpe, é tão lindo, eu não posso... – Camila balançou a cabeça um pouco, tentando limpar a névoa estranha.

– Venha, temos reservas para o jantar à meia-noite. – Lauren deslizou um braço ao redor de sua cintura e gentilmente a puxou para longe da pena no estojo de vidro.

– Eu preciso me trocar ou...

– Ainda não. Traga sua caixa. – Lauren a soltou para caminhar até a porta do armário e abriu-a. Ela estava lentamente se acostumando com a ideia maluca de que uma porta de armário poderia se abrir para um outro lugar, como uma casa na praia de Malibu. Desta vez foi em uma Villa num paraíso tropical.

– Onde estamos indo? – Camila pegou sua bolsa e sua caixa preta e olhou para a mão que Lauren estendeu para ela. Camila enfiou a caixa debaixo do braço e colocou a mão na dela. Lauren passou pela porta, e uma brisa úmida do oceano levantou seu cabelo.

Lauren sorriu ao conduzi-la pelo caminho do jardim iluminado por lâmpadas coloridas. Palmeiras, ladeavam a passagem e, quando se viraram, uma faixa escura de árvores se abriu para revelar um prédio. A enorme Villa tinha luzes douradas ao redor com uma piscina infinita com vista para o oceano.

– Bem-vinda a Belize. – Lauren pegou a caixa e a acompanhou até as principais portas de vidro da Villa. Todas as luzes estavam acesas lá dentro, e ela podia ver a mobília cara, a reluzente mesa da sala de jantar de nogueira, a cozinha de granito escuro, um enorme sofá cor de uísque e uma enorme TV. O segundo andar provavelmente tinha quartos. Era impressionante.

– Quem é dona deste lugar?

– Eu. – Lauren abriu uma das portas de vidro e permitiu que Camila entrasse na frente dela.