Devil - Lauren Intersexual

Capítulo 08

Fugi, mas ele me perseguiu

- John Milton, Paraíso Perdido

Camila estava caindo na escuridão, nela. Ela sabia que não podia resistir. Ela se virou para encará-la, uma lágrima escorrendo pelo seu rosto. Camila não estava com medo, ela estava furiosa - furiosa que ela a queria, que ela gostava do jeito que Lauren falava com ela, a tocava, a fazia se sentir vulnerável. Lauren estendeu a mão e limpou com o polegar e, em seguida, chupou o polegar em sua boca, gemendo baixinho.

– Não há nada tão delicioso quanto as lágrimas de um mortal. Derramadas em amor, raiva, medo, cada uma tem um sabor diferente. A sua é parte raiva e parte medo. – Ela passou o polegar sobre os lábios de Camila, e ela os separou, respirando fundo, e então Lauren deslizou o polegar entre os lábios.

– Chupe. – Ela ordenou.

Tremendo, Camila fez como ela ordenou. A outra mão de Lauren deslizou pelas costas dela até a sua bunda, sua palma apertando-a com força. Em vez de machucar, seu toque era bom, bom demais. Seu canal ficou molhado e ela apertou as coxas juntas.

Lauren tirou o polegar da boca, sorrindo amplamente. – Que animal de estimação você será. – Lauren a pegou pela mão antes que ela pudesse falar, e em um flash ofuscante um portal se abriu e elas entraram. Elas estavam de volta em seu apartamento acima da boate em Chicago.

Ela a levou para um quarto que Camila não tinha visto. Um quarto. Ela prendeu a respiração, seu coração disparou ao ver o local, o quarto da demônia. Tinha uma lareira, várias cadeiras e um sofá, e a cama em si era de uma Califórnia King, com cortinas vermelhas transparentes penduradas frouxamente em torno do dossel, mais para mostrar do que para ocultar.

Era sedutor, atraente... algo fora de suas fantasias mais sombrias, as mesmas que Camila tentou esconder dela.

Lauren se recostou na beira da cama e apontou para ela.

– Tire seu vestido.

Camila estendeu a mão para desfazer o zíper do lado, a mão tremendo tanto que demorou algumas tentativas. Então ela deslizou para fora e lentamente deixou cair no chão. Ela usava um sutiã preto e calcinha, nada extravagante, e ela estava feliz. Ela cobriu o corpo com os braços até vê-la sacudir a cabeça. Ela baixou os braços para os lados e olhou para qualquer lugar, menos para Lauren.

– Podemos acabar logo com isso? – Camila sussurrou.

Sua risada baixa era o oposto de confortar.

– Minha querida, estamos apenas começando. – Lauren tirou o casaco e colocou-o sobre uma cadeira próxima. Depois enrolou as mangas da camisa branca e afrouxou a gravata de seda vermelha, tirando-a do pescoço. Camila assistia em partes iguais a pavor e fascinação enquanto Lauren enrolava a seda cara em torno de suas mãos, do mesmo modo que uma boxeadora enfaixava as palmas das mãos. Ela prendeu a respiração quando Lauren apertou a seda e depois a soltou.

– Suba na cama e deite-se de costas, braços acima da cabeça.

Tremendo, Camila obedeceu. Ela caminhou até a beira da cama e se deitou sobre os lençóis de seda e então deslizou para o centro da cama. Lauren observou cada movimento dela. Camila não conseguia parar de tremer, e levou todo o seu autocontrole para não entrar em pânico quando Lauren capturou seus pulsos e os amarrou com sua gravata vermelha que, momentos atrás, tinha estado em volta do seu pescoço. Então ela estalou os dedos e uma corrente prateada se materializou em sua mão. Lauren enrolou a corrente em volta da gravata e depois a segurou nos fusos de madeira da cabeceira da cama.