Capítulo 15

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Grandes atos requerem grandes meios de empreendimento.

- John Milton, Paraíso Recuperado.

– Você tem um problema. – disse Niall quando Lauren se materializou no local onde ela havia sido convocada.

Eles ficaram em frente a um antigo templo nas profundezas da floresta amazônica. Raízes de árvores antigas tinham quebrado a estrutura de pedra construída pelos primeiros humanos de uma civilização que havia desaparecido na obscuridade da história. O dossel frondoso deixa a luz do sol filtrar em espirais de luz.

– Outro? – Lauren perguntou.

Ela não queria deixar Camila ou o churrasco. Elas tinham muito a fazer depois de passar o tempo no banheiro. Lauren tinha planos, planos malvados que haviam sido rudemente interrompidos por Jerry Gunter. Ela estava tentada a designar uma súcubo para aquele homem.

– Temos um Crouchers. – Declarou Niall com certa preocupação ao apontar para a porta aberta de pedra.

As divindades antigas, quase tão antigas quanto o pai, estavam esculpidas na pedra, mas suas identidades não eram claras porque anos de chuva e crescimento de musgo haviam alisado os pontos mais nítidos das esculturas.

– Um Crouchers? Não lidei com um desses desde os tempos da Babilônia. – Lauren se aproximou, mas congelou quando os cabelos finos na parte de trás do pescoço subiram em um antigo aviso instintivo. Se ela ainda tivesse suas asas de anjo, elas teriam tremido com a necessidade de levá-la para longe deste lugar.

– Como você achou isso? Crouchers geralmente não demoram muito em lugares, e este aqui está longe da civilização. – Lauren não gostava desse tipo de demônio. Era perigoso, imprevisível e precisava de uma boa quantidade de poder celestial - ou infernal - para ser destruído.

Os olhos azuis de Niall estavam frios.

– Você verá. Desta forma. – Ele conduziu Lauren pela porta, tomando cuidado para não passar. O corpo de um homem estava deitado sobre as pedras de uma sala que não tinha mais paredes. Seus olhos cegos estavam arregalados e ainda cheios de terror. Seu corpo estava não frio, mas apenas morno, o que significava que ele não estava morto há muito tempo.

– Quem é ele?

– Um arqueólogo. Sua equipe correu de volta para o acampamento base para chamar a ajuda e ter a equipe médica retornando. Precisamos neutralizar o Crouchers. Não podemos ter mais vítimas.

Lauren assentiu. Era outro aspecto de seu trabalho que as pessoas não sabiam. Como a rainha do inferno, ela tinha a tarefa ingrata de controlar os demônios, aqueles em estado selvagem e aqueles nas mentes dos homens. Ela não, ao contrário da opinião popular, desencadeava demônios no mundo. Não, eles escaparam sozinhos e Lauren tinha que arrastá-los de volta para o inferno. Os demônios Croucher poderiam ser bem desagradáveis.

Eles permaneciam nas sombras das portas, e qualquer pobre humano que passasse seria morto. Os babilônios foram os primeiros a descobrir os demônios Crouchers e os chamaram de rabisu, ou 'aqueles que ficam à espreita.' Croucher escolhia portas como seus ninhos demoníacos por causa dos poderes que as entradas mantinham. Em todas as culturas do mundo, as portas tinham significado e, portanto, exigiam proteção contra espíritos e demônios malévolos.

Mesmo os humanos, com seus instintos fracos, podiam sentir a presença de Crouchers.

– Eu odeio essas coisas. – disse Lauren quando se aproximou da porta.

Os pelos do pescoço dela subiam acentuadamente com formigamentos inquietantes, como se alguém tivesse pingado água fria na cabeça, no pescoço e nas costas.

Devil - Lauren IntersexualOnde histórias criam vida. Descubra agora