capítulo 4|propriedade de Satã

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Esse capítulo faz parte da nova versão

As duas me guiam até a última porta do segundo andar, a de cabelo branco puxa a maçaneta dourada e me deparo com um dos lugares mais lindos que já vi na vida, apesar da atmosfera sombria

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As duas me guiam até a última porta do segundo andar, a de cabelo branco puxa a maçaneta dourada e me deparo com um dos lugares mais lindos que já vi na vida, apesar da atmosfera sombria.

O piso e as paredes são todas em mármore preto, o que uma atmosfera sombria ao quarto. A frente da cama gigantesca uma lareira acesa com dois sofás vermelhos posicionados de frente um para o outro, um pequeno baú fica ao pé da cama. A direita, perto dos sofás, duas janelas cobrem toda a altura da parede, poco para trás disso tudo tem uma porta que dá para o banheiro.

Sem ao menos pedir permissão, as duas começam a me despir, seus dedos delicados, mas com unhas extremamente longas, desatam o nó do espartilho e deixam o resto das roupas em um pequeno amontoado no canto do quarto.

Elas me levam até o banheiro, um leve vapor sobe da banheira incrivelmente grande.

Mergulho na água revigorante sentindo meus músculos relaxarem, solto um leve gemido encostando a minha cabeça na borda. Deus como estou cansada.

As duas começam a esfregar meu corpo delicadamente, era estranho ter pessoas fazendo essa tarefa tão básica por mim, mas estou tão exausta que não vou nem me dar o trabalho de lutar.

— Vocês têm nomes?

Perguntei abrindo os olhos

— Meu nome é Apóleia — diz a garota de cabelo preto — e ela é a Epithymía

Estranhei os nomes diferentes, mas apenas assenti fechando os olhos novamente.

— Ele faz isso sempre?

Questionei me referindo a atitude de Lúcifer, ainda não conseguia entender, ele é o literal diabo e me salvou quando mais ninguém fez isso.

Elas hesitam antes de responder.

— Não — Apóleia responde finalmente — mas não se gabe disso pelos cantos A Mãe pode ser muito ciumenta em relação ao Senhor das Trevas

— Mensagem anotada — abri os olhos querendo sair dali — podem me dar uma toalha, por favor?

Apóleia assentiu antes que eu me levantasse, enrolei-me no pano macio da toalha vermelha. Sai dá banheira caminhando até o quarto sendo seguida pelas duas.

Sequei meu corpo percebendo que, milagrosamente, meus cortes e hematomas sumiram assim como a dor no corpo.


Desci as escadas guiada pelas duas demônias, elas me levaram até uma entrada no canto do salão do trono, paramos em frente a uma porta que parecia ser feita ossos

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Desci as escadas guiada pelas duas demônias, elas me levaram até uma entrada no canto do salão do trono, paramos em frente a uma porta que parecia ser feita ossos.

— Vire na primeira porta a esquerda, querida

Apóleia diz indicando para que eu avance.

— Tenho mesmo que ir sozinha?

Questionei olhando para as duas.

— Deixa de cu frouxo

Epithymía diz me empurrando para dentro do que percebo ser um corredor cheio de outras portas.

Suspiro profundamente antes de adentrar a segunda porta a esquerda. Olho ao redor da sala ampla percebendo as paredes escuras e a grande mesa redonda no centro, ao final dela sentado relaxado em uma cadeira aveludada Lúcifer me aguarda vestindo um pedaço de pano que lhe cobre apenas as partes.

Tento esconder meu medo, mas não consigo evitar dar paços cautelosos até a mesa, paro na outra ponta mantendo uma boa distância.

— Chegue mais perto, anjinho, eu não mordo... amenos que queira

Ele exibe um sorriso malicioso ao final da frase, Lúcifer repousa o olhar sobre mim, analisando cada pedaço de pele coberto e não coberto. Sinto minhas bochechas ficando quentes, mas ignorando isso sigo em frente até ficar a poucos centímetros dele, puxo uma cadeira sentando-me ao seu lado.

— Bom, vou te explicar como as coisas vão ser — ele começa enquanto serve uma taça de vinho para si — você terá total liberdade para circular dentro do castelo, poderá participar das festas se quiser, lembre-se de que não é minha prisioneira e sim minha serviçal. Mas tudo isso tem uma condição, você me servira sempre que eu pedir e não vai me desobedecer.

— Te servir como exatamente?

— Sendo minha concubina

— eu não sou uma prostituta

Disse irritada

— então terá que se tornar uma, anjinho

Serrei o punho mudando o foco da minha raiva para a leve dor das unhas apertando a pele.

— Ache outra coisa, não sou uma prostituta e não suporto a ideia de homens tocando em mim como bem entenderem

— então prefere mulheres? — ele questionou irônico — você não tem nenhuma outra serventia aqui se não essa, é pegar ou queimar

Apertei tão forte minhas mãos que senti vontade de gritar quando minhas unhas perfuraram minha mão. Pegar ou queimar, aceitar ou morrer, é um maldito beco sem saída. Esse é um caminho sem volta e provavelmente uma das escolhas mais idiotas que farei na vida, mas já estou na merda até o pescoço mesmo.

— Tudo bem, eu aceito

Lúcifer sorri tomando mais um gole do vinho.

— Perfeito — ele sorri estalando os dedos fazendo surgir um livro enorme e grosso encapado em pele, surgir na mesa — assine seu nome, anjinho

Hesito por um momento quando o grande livro se abre e avança até uma página com espaço vago. Paço os olhos pelos últimos nomes escritos, senti meu coração se apertar vendo um dos nomes Lena Bianchi Almgreen... minha mãe, ela fez um acordo com o diabo, mas por quê? Um puxão brusco no meu braço me tira do transe.

— Vejo que já está sangrando — ele zomba me entregando um aparo e inclinando minha mão para o sangue pingar na página — seu nome completo

Lúcifer sussurra em meu ouvido, tomando coragem prometo minha alma ao diabo.

— Muito bem — ele diz beijando suavemente os cortes em forma de meia-lua na minha palma antes de se levantar — explore o local se quiser, estarei ocupado durante o dia, esteja no meu quarto a noite

Com essas palavras porta se fecha atrás dele.

Paro encarando o livro, Laila Almgreen Santoro em sangue, que porra eu cabei de fazer?. 

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¹Aparo=pena metálica fixa ou adaptável a uma caneta/corte que se dava à pena de ave para utilizá-la na escrita.

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