capítulo 3| salva pelo diabo

407 45 2
                                    



Este capítulo pertence a nova versão


Corro como nunca fiz antes, espio por cima do ombro vendo que tem no mínimo cinco pessoas atrás de mim, entro cada vez mais fundo na floresta vendo as copas espessas se fecharem acima de mim, os galhos das árvores grossas arranham o meu rosto e ra...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Corro como nunca fiz antes, espio por cima do ombro vendo que tem no mínimo cinco pessoas atrás de mim, entro cada vez mais fundo na floresta vendo as copas espessas se fecharem acima de mim, os galhos das árvores grossas arranham o meu rosto e rasgam minha roupa quando me trombo com eles durante minha corrida desajeitada.

Meus joelhos reclamam, mas continuo até os perder de vista. Noto o chão ficar cada vez mais enlameado e o barulho leve de água correndo, sigo com mais calma até o riacho que percebi ao longe.

Sento-me apoiada em uma das árvores já secas por conta do inverno e finalmente desamarro a corda que prendia e esfolava meus pulsos a cada movimento.

Lavo meu rosto na água gélida, os pequenos cortes ardem intensamente, uno minhas mãos em concha e tomo um grande gole, a sensação de alívio me atinge imediatamente assim como o frio que parece permear meus ossos.

Recupero o ar dos pulmões, tinha que continuar. Me levanto mais uma vez e continuo a caminhar sem um rumo específico, meu corpo protesta contra o movimento, mas não posso parar.

Continuo seguindo em frente, com pequenas pausas, mas nunca ficando muito tempo no mesmo lugar. O céu já se encontra em um tom escurecido, em breve terei que parar para descansar, mas nenhum lugar nessa floresta interminável parece seguro o suficiente.

O vento frio atravessa meus ossos, a fome retumba em meu estômago e a dor no corpo me atinge como grandes pedras passando por cima de mim. É difícil dar mais um paço, porém a insistência da minha cabeça vence os claros sinais do meu corpo.

Ao longe percebo uma clareira, sem qualquer proximidade com a civilização ou residente animal, perfeito? Não, mas serve.

Conforme a noite cai o frio parece se intensificar, pensei em procurar galhos, mas uma fogueira poderia indicar onde estava. Sem outra solução aparente, apenas me encolho esfregando os braços para tentar gerar calor.

O que posso fazer? Estou condenada, abandonada, ferida a mercê da floresta e da noite... com certeza morrerei em breve, seja por frio, fome ou porque me acharam e eu fui queimada. Talvez tivesse sido melhor ter me entregado de uma vez.

Sinto a ar ficando mais denso como uma mão se fechando na minha garganta, minhas ideias se nublam como se o assombro da morte impedisse qualquer coisa em mim de funcionar corretamente. Meus olhos ardem e um nó se forma na minha garganta, esfrego meu peito tentando me acalmar.

Sinto meu rosto úmido conforme as lágrimas escorrem por ele regando a terra abaixo, solto um gruído longo que reflete toda agonia que passei nos últimos dias, um ardor atinge minha garganta a medida que o grito se estingue.

Perante as trevasOnde histórias criam vida. Descubra agora