Capítulo 5

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— Desculpe por isso — é a primeira coisa que falo assim que Andrei abre a porta de seu quarto. — Eu ia sugerir ir para o quarto de uma das minhas primas, não era minha intenção vir para cá.

— Eu sei. — Andrei me ajuda com a mala.

Apesar das minhas justificativas, não deixo de pensar que era a intenção de Samantha de compartilharmos o quarto e a cama. Já espero as risadas que virão quando eu contar para a minha melhor amiga todos os desdobramentos do fim de semana que era para ser de um simples casamento. A bola de neve só aumenta.

Olho ao redor do local, que está impecável: a cama arrumada, a mala de Andrei encostada num canto estratégico do quarto para não atrapalhar em nada, e o terno do casamento pendurado ao lado da grande janela que dá para uma sacada.

— As camareiras devem amar ter um hóspede como você — digo.

— Coitada delas ao conhecer o furacão Donnatela. — Andrei sorri.

— Meu quarto ficou uma bagunça. — Sorrio de volta.

— Dá para perceber a partir de como você trouxe as suas coisas — ele diz, ao deixar minha mala ao lado da dele.

Aproveito para colocar minha bolsa com itens de higiene pessoal no banheiro.

— Aliás, depois que você saiu, a recepcionista do hotel me entregou isso. — Andrei vem até mim com um envelope.

— O que é isso? — pergunto, quando pego o envelope.

— Não sei. — Ele coloca as mãos nos bolsos de sua bermuda e dá de ombros. — Ela só disse que era um pedido de desculpas devido ao imprevisto com o seu quarto.

Franzo o cenho e abro o envelope. Quase caio para trás ao ver seu conteúdo.

— Ganhamos um vale cortesia para massagem e banho de ofurô! — quase grito.

— Como assim ganhamos? — Andrei vem para o meu lado.

— Tem os nossos nomes nos crachás. — Mostro.

— Essa é uma das áreas mais caras do hotel.

— Como sabe? — Olho para ele com as sobrancelhas arqueadas.

— Eu pesquisei — responde.

— Bom, está marcado para as três da tarde.

— Então temos que andar logo, porque faltam quinze minutos para o horário marcado — meu ex-namorado-e-atual-de-mentira diz, conferindo as horas em seu relógio de pulso.

Sendo assim, vou para o banheiro, tiro minha roupa e visto o roupão branco do hotel por cima do biquíni que coloquei mais cedo. Coloco o crachá no pescoço e calço meus chinelos.

— Ah, cara! Como eu precisava de uma massagem! — Escuto Andrei dizer.

Quando saio do banheiro, ele também está vestindo apenas o roupão do hotel, com o crachá no pescoço.

— Se eu soubesse que para ganhar cortesia era só alguma coisa dar errado, teria tentando fazer algo antes. — Andrei brinca, fazendo-me rir. — Não ganho uma massagem desde a época da faculdade — conta, enquanto tranca a porta do quarto.

Fico em silêncio, absorvendo seu comentário. Ele saia com garotas que faziam massagem em suas costas? Quando? Logo depois que terminamos?

— Não, Donnatela. Eu não saia com garotas que faziam massagem em minhas costas — ele responde minha pergunta. — Na verdade, não me envolvi com ninguém da faculdade.

— Como você sabe que...

— Você pensou alto.

— Ah! — Fico sem graça.

Donna & DreiOnde histórias criam vida. Descubra agora