Jisung pov.— E mais uma coisa, quando estivermos na escola ou no ônibus, finja que não me conhece. — Soltei sua manga e ele desceu friamente do ônibus. Ele nem se virou, eu o observei se afastando e estou acostumado, ele não é o primeiro nem o último a ser assim comigo. Mordo o lábio inferior, suspiro e encaro minha nova escola.
Eu estava tão nervoso, parado na frente de uma sala de aula onde meus futuros estudos continuam e local onde vou encontrar amigos... isso parece estranho... amigos... nunca tive um. Quem gostaria de sair com um menino doente, mas o mais importante, não estou aqui para encontrar amigos, mas sim pelos meus sonhos como artista.
— Jisung, você pode entrar! — O professor ‐ na verdade meu futuro professor de sala de aula - chamou meu nome e me deu as boas vindas. Entrei, todos estavam olhando para mim.
Não, por que agora me bate essa fraqueza? Antes de entrar, me sentia fraco, minhas pernas mal estavam em pé, provavelmente por causa do nervosismo e da corrida atrás do ônibus. Contive-me na porta, ofegante. Isso fez com que todos me olhassem surpresos. Eu realmente tive que começar meu primeiro dia assim? O professor veio ajudar, mas eu estava perfeitamente bem, juro.
— Está t-tudo bem. Eu estou bem. — O professor pareceu preocupado e segurou minha mão.
— Tem certeza? — Balancei a cabeça e entrei na sala de aula. Todo mundo estava olhando para mim me deixando ainda mais nervoso. Meu coração batia forte. É melhor não olhar para eles, baixei a cabeça e me apresentei.
— Olá a todos... m-meu nome é Han J-Jisu--- — Eles me interromperam, caindo na gargalhada. Olhei para eles. Sim... minha gagueira era tão engraçada e patética. Eles estavam rindo, apontando para mim e fazendo comentários "por que ele está falando assim?" outro "ele é retardado" "alguém cortou a língua dele hahaha" todo mundo estava se divertindo, menos eu, a única coisa que eu queria era me apresentar.
— Ok, pessoal! É o bastante! Assim como Han Jisung, ele será seu novo colega de classe... ele tem problemas de saúde, então espero que todos cuidem dele. — Olhei para o professor. Sim, ele teve que enfatizar as questões de saúde como todo mundo faz. Ele me mostrou onde sentar e eu tomei o lugar. Olhei em volta, todos estavam olhando para mim, mas não eram olhares amigáveis. Abaixei minha cabeça.
O sinal da escola tocou, o professor saiu da sala e eu fiquei com meus colegas onde não me sentia querido.
— Então? J-j-j-jisung? Hahaha. — Um cara riu da minha cara. Eu me encolhi com sua ação repentina. — Oh, lindos óculos, posso vê-los! — Antes que eu pudesse dizer qualquer palavra, ele os tirou de mim e os pegou. — Uau! óculos de nerd, gente, como estou!
— Hahaha que cara de perdedor. — Todos estava rindo, sim, tão engraçado. Olhei em volta, levantei-me e o encarei.
— D-devolve d-de volta.
— Hahaha! o quê? Eu não falo em nerds! Hahaha! — Dei um passo perto dele e tentei tirá-los de sua mão, mas ele se afastou e riu quando quase caí.
— Hahah! Seu pedaço de merda desrespeitoso!! — Foi tão rápido que nem vi o que aconteceu, só senti como se tivesse caído no chão. Gritei de dor, todo o lado direito do meu corpo doeu. Então soou novamente o sinal da escola para o início da próxima aula.
— Aqui, pega! — Ele jogou meus óculos, eu os peguei antes que caíssem e quebrassem. Coloquei-os de volta, agarrei-me à cadeira e fiz o possível para me levantar. Eu já estava impressionado por usar toda a minha energia para levantar meu corpo fraco. Quando voltei, limpei a poeira das minhas roupas. A sala de aula estava lotada e ninguém se preocupou em me ajudar, pelo menos em perguntar se estou bem. Isso me deixaria feliz, mas nem sei por que estou maravilhado, o mundo é assim comigo desde que nasci. Limpei o esfregaço da testa com a mão e vi sangue no dedo. Toquei minha testa novamente e passei o dedo em direção à sobrancelha e toquei o sangue novamente.
Depois que a aula acabou, fui até o refeitório. Quando olhei em volta, percebi que todos estavam sentados com seus amigos. Minho também estava lá, mas já estava saindo com os amigos. Antes que alguém viesse me incomodar, olhei para minha comida e continuei a comer.
Quando terminei, fui ao banheiro lavar o rosto. Olhei para o meu reflexo e notei um arranhão na minha testa, tirei o remendo do bolso e coloquei. Fiz uma pausa quando ouvi vozes atrás de mim, gemidos saíam de uma das cabines do banheiro. Nojento. Não acredito que eles fazem isso na escola. Olhei para baixo e vi tênis masculinos e tênis femininos. Suas vozes ficaram cada vez mais altas e imediatamente saíram do banheiro.
Quando esse dia horrível chegou ao fim, entrei no ônibus e vi Minho me ignorando como sempre. Aproximei-me e sentei-me ao lado dele. Quando chegamos à nossa estação, descemos juntos, mas é claro que o Minho andava mais rápido para que ninguém o visse andando com alguém como eu. Abaixei a cabeça e caminhei lentamente de volta para casa.
Ao tirar os sapatos reparei nos ténis de Minho, eram iguais ao que vi na cabine do banheiro masculino. Balancei a cabeça, não posso julgar alguém assim, quantas pessoas têm tênis assim, pode ser qualquer um.
Eu estava fazendo minha lição de casa quando a noite caía, quando terminei de aprender, coloquei meus livros de volta no lugar e peguei pincéis e tintas acrílicas. Eu estava planejando fazer uma arte enorme na parede ao lado da minha cama. Coloquei travesseiro no chão, coloquei fones de ouvido e me posicionei em frente à parede iniciando a arte.
Azul foi a primeira cor que usei e cobriu toda a parede branca. Levantei-me para poder alcançar um pouco mais. Tão linda, pintar é a única coisa que me deixa feliz. Vou pintar de azul claro----
— Ei, Han Jisung!! — Eu ouvi através dos meus fones de ouvido gritando e então. Senti alguém me agarrar rudemente pelos pulsos, a mão que segurava o pincel se afastou da parede formando uma grande linha azul, não... me virei e...
Nossos narizes se tocaram levemente e ele imediatamente recuou. Meus olhos se arregalaram e minha boca entreaberta porque esta foi a primeira vez que o vi tão de perto, a primeira vez que segurei meu olhar um pouco mais. Seu cabelo estava bagunçado, ele usava um moletom preto pendurado sobre sua camiseta, isso o fazia parecer muito mais alto visto de mim. Engoli em seco e olhei para seu rosto novamente. Ele era perfeito. Voltei ao meu sentido quando ele gritou na minha cara.
— Que diabos você pensa que está fazendo! — Pisquei algumas vezes e respirei fundo, essa foi a primeira vez que me senti atraído pela beleza de alguém, ele era realmente lindo... mas não combinava com seu caráter. — Jisung!! — Ele tentou tirar o pincel da minha mão, mas eu não cedi. Ele puxou com mais força e puxei-o da minha mão, enquanto ele fazia isso a cor azul espirrou em meus óculos e no rosto de Minho. Escondi meu sorriso, ele parecia totalmente fofo, como se tivesse sardas azuis.
— Seu merdinha! Por que você desenharia na parede! — Eu me encolhi com sua voz alta.
— S-sua mãe m-me permitiu! — Eu gritei de volta. Ele ficou surpreso por aumentar o tom dele.
— Ela fez isso? — Balancei a cabeça, depois me curvei, peguei meu pincel e coloquei-a de volta no vidro junto com outros. Tirei os óculos, olhando para as manchas de tinta azul.
— V-você sujou meus ó‐óculos...
— Sim! E você sujou meu rosto! — Enquanto estávamos olhando um para o outro, pude sentir raiva em seus olhos, isso estava me deixando com cicatrizes enquanto ele olhava através da minha alma. Sem dizer nada ele saiu do meu quarto, eu o segui até o banheiro, parei na porta espiando, onde ele estava lavando o rosto. Eu sorri sem saber por quê?
Eu deveria ir até o banheiro lavar meus óculos também. Cerrei os punhos e dei um passo em direção ao banheiro. Por que estou tão ansioso? Quando abri a porta, ele passou por mim saindo. Meus olhos seguiram sua figura enquanto ele ia para seu quarto. Meu nervosismo desapareceu, o que eu pensei? Ele ficando comigo? .... por que ele ficaria?
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𝑻𝒉𝒆 𝒎𝒐𝒐𝒏 | ᴍɪɴsᴜɴɢ ᴘᴛ-ʙʀ
Fanfic"Ele é apenas um garoto doente" Não quero admitir, mas me importo com ele. Ele é tão... inocente. autora original: _cherryoon_ Estou apenas traduzindo.