Capítulo 8: Receio.

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Os dois dormiram a noite toda, e ao início do amanhecer, Crowley - embora fosse ele quem preferia dormir até tarde - foi quem acordou primeiro. Ao abrir os olhos se encontrou numa situação um tanto quanto delicada: ele estava de barriga pra cima e Aziraphale estava deitado sob seu peito, com uma das mãos chegando ao lado oposto de seu quadril. Ele estava num sono tão profundou que Crowley achou indesejável acordá-lo agora. Voltou a dormir. Ou pelo menos tentou.

Uns 10 minutos depois Aziraphale acordou. O ruivo ainda não tinha pegado no sono novamente, mas fingiu com todas as forças que ainda estava dormindo. Ao notar como estava, o loiro sentiu o rubor em seu rosto. Levantou-se rapidamente e logo partiu arrumar o café da manhã dos dois. O de cabelos vermelhos não pode não sentir falta do amigo de infância ali. Os dois ainda estavam muito hesitantes depois desse inesperado reencontro.

Crowley logo levantou e foi atrás de seu anjo que o esperava na cozinha. Iriam comer o resto do bolo que sobrou na noite passada.

- Bom dia anjo!

- Bom dia querido! Dormiu bem?

- Parecia até que eu tava no céu, - Disse rindo um pouco e logo após notando o que tinha falado - claramente por conta do colchão bem macio e do silêncio, óbvio. - Falou um pouco rápido por conta do nervosismo.

- Gostou do bolo?

- Estava divino...

Os dois tomaram o café da manhã e o ruivo já havia partido para abrir a sua mais nova floricultura.
Ao adentrar o estabelecimento, nem virou a plaquinha de "fechado" para "aberto", apenas correu o mais rápido possível para o quartinho dos fundos - onde mantinha seus quadros e o diário do amigo - e ligou o mais rápido que conseguiu para Bell.

- Oi, maninho! Porque me-

- BELL! PUTA QUE PARIU, VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR!!!

- Opa, calma aí bem.

- Desculpa! É que Bell juro, você não vai acreditar quem é meu novo vizinho, quem me chamou pra um jantar, e na casa de quem eu dormi essa noite!!!

- Bom, considerando que a gente não conhece ninguém dessa cidade, eu suponho que seja algum psicopata que quanto você menos esperar irá te matar - Disse a irmã enquanto refletia sobre a inocência de Crowley de aceitar ofertas do tipo de alguém totalmente estranho.

- Calma Bell! Eu conheço ele! É o anjo!!! - O ruivo tinha um sorriso de orelha a orelha nesse momento - Ele voltou pra mim! O Aziraphale!!!

- TÁ DE ZUEIRA NÉ!? - Gritou Bell agora entendendo a empolgação do irmão.

- EU JUROOO!

- Olha, mas já vou avisando pra ir com calma tá!? Não vai se empolgar. Trate tudo isso com normalidade!

- Ah, sim, pode crer! Muito normal mesmo a pessoa que você ama que sumiu da sua vida quanto você tinha quase 17 anos te reencontrar do acaso quanto faz um mês que você completou 24 - Disse enquanto mostrava sua mão trêmula na frente da câmera.

- Só tô dizendo pra você não apressar nada sabe. Em sete anos muita coisa muda.

- Você pode ficar tranquila quanto a isso, nunca o forçaria a nada.

- Acho bom mesmo! Enfim cara, eu fico muito feliz por você! Espero que dê tudo certo por aí! Te amo Crow.

- Obrigado Bell! Eu também te amo! Conta tudo aí pra mãe e pro pai tá?! Agora eu tenho que ir, tem uma floricultura que implora por minha presença.

Os dois se dispediram e o ruivo abriu a floricultura. Não teve muitos clientes e agora já se aproximava do meio dia. Passou grande parte do tempo reorganizando a decoração da loja várias vezes. Pouco tempo depois que terminou a última organização o loiro apareceu na floricultura.

Perto de Você - Good OmensOnde histórias criam vida. Descubra agora