-Decisões pendentes-

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O celular tocou lá pelas 7:30 da manhã, e eu, morrendo de sono, atendi sabendo que só podia ser a Cris. Ela estava super animada porque iria passar as férias de julho na casa dos pais.

"Oi, Cris!" eu disse, ainda meio sonolento.

"Pô, você ainda tá dormindo? Não acredito, cara! Já viu que horas são?" ela reclamou.

"Bom, levando em consideração que hoje é sábado, eu devia tá dormindo se você não tivesse me acordado!" respondi com uma risadinha. A energia dela já tava me contagiando.

"Ai, desculpa, é que eu tô ansiosa demais pra ficar deitada! E aí, já se decidiu?" ela perguntou.

"Decidi? Sobre o quê maluca?" fiquei meio confuso com a pergunta dela.

"Ué, a gente tá de férias da facul, esqueceu? Sua mãe tá esperando uma resposta!" ela explicou.

Aí que a ficha caiu. Férias de julho, a cidadezinha da minha mãe...

"Ah, é isso! Cris, sabe como é, não curto muito aquela cidade. Amo minha mãe, mas preferia que ela viesse pra cá!" expliquei.

"Amigão, você precisa encarar a realidade, não dá pra ficar fugindo disso sempre," ela deu aquela lição de moral amiga, mas com o jeito dela.

"Pois é, vou pensar nisso Cris. Vamos conversar mais tarde, pode ser?" fui tentando acordar de vez, porque aquela conversa já estava me dando um puxão de orelha amigável.

"Claro! Mas não enrola muito viu ? As férias chegaram e sua mãe merece uma resposta." ela brincou antes de desligar.

Deixei o celular de lado, pensando nas decisões que estavam me esperando. As férias de julho prometiam mais do que eu imaginava, trazendo não só descanso, mas também a chance de encarar um passado que eu vinha evitando fazia tempo.

Por volta do meio-dia, resolvi retornar a ligação para Cris. Afinal, com ela, o tédio raramente tinha vez.

"Fala, Pedro!" ela atendeu com aquele entusiasmo característico.

"Então, amiga, quando você vai viajar?" perguntei, tentando parecer desinteressado, embora a curiosidade estivesse quase transbordando.

"Eu vou na segunda! Você vem?" ela disparou a pergunta.

Suspendi meu olhar para o teto por um instante e soltei um suspiro teatral antes de responder: "E eu tenho outra opção?"

Cris soltou uma gargalhada do outro lado da linha. "Tem! A gente pode pegar um avião e ir pra Nárnia! O que você acha?"

"Ah, eu prefiro," respondi com uma risadinha. Não havia nada como o jeito descontraído e cheio de humor da Cris para descontrair o ambiente.

"A gente se fala mais tarde, então! Preciso terminar de arrumar as malas," ela disse, ainda rindo.

"Claro, boa viagem! E não esquece de cumprimentar o Sr. Tumnus por mim, caso vá mesmo pra Nárnia!" brinquei antes de desligar.

Sweet LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora