-Encontro no Café-

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"Cheguei mãe!" gritei da sala de casa, acompanhado da Cris. O som animado de nossos passos reverberava pelas paredes enquanto a porta se fechava.

"Já voltaram?" minha mãe disse, aparecendo na sala com uma expressão surpresa.

"Se precisar de alguma coisa, estaremos no quarto!" avisei, deixando claro que, por enquanto, nossa atenção estava voltada para a privacidade do ambiente. A troca de olhares entre mim e Cris denotava uma cumplicidade silenciosa enquanto seguimos em direção ao quarto.

No quarto, Cris e eu compartilhamos olhares cheios de curiosidade após o convite de Carlos para visitar seu café. Cris, com um sorriso malicioso, quebrou o silêncio.

"E aí, Pedro? O que você acha desse convite para o café do Carlos? Parece que o destino está tramando algo interessante", provocou ela, referindo-se ao intrigante reencontro na sorveteria.

Eu, por outro lado, hesitei diante da proposta. "Cris, eu não sei... acho que não é uma boa ideia ir até lá.O passado já teve suas histórias, e talvez seja melhor não mexermos muito nisso. Às vezes, é melhor seguir em frente, você não acha?" expliquei, procurando transmitir minha preocupação com a possibilidade de desenterrar emoções antigas.

Cris riu da minha decisão e comentou, sarcástica: "Desde quando você virou um filósofo Pedro? Ficou todo reflexivo agora, é? Eu só queria tomar um café, não discutir teorias da vida!"

Eu, rindo junto com Cris, respondi: "Às vezes, é preciso ser prático, não é? E, bem, eu só estou pensando nas possíveis complicações que podem surgir. Mas se você acha que é só um café, então, quem sou eu para discutir filosofias!"

Apesar das ponderações, Cris e eu decidimos dar uma chance ao convite de Carlos. O café dele tornou-se nosso próximo destino naquela tarde intrigante.

Com um misto de curiosidade e leve apreensão, dirigimo-nos ao café. As ruas conhecidas pareciam diferentes agora, carregadas de expectativas. Cris, como sempre, expressava sua empolgação, enquanto eu mantinha um olhar cauteloso diante do que o futuro reservava neste inusitado reencontro.

Ao entrarmos no café de Carlos, fui surpreendido por uma atmosfera aconchegante e uma decoração que me transportou ao século passado. As paredes revestidas de madeira, os móveis de época e a iluminação suave criavam uma sensação de nostalgia e acolhimento.

"Cris, você precisa ver isso! Parece que voltamos no tempo. A decoração é incrível, como se estivéssemos em outra era", compartilhei minha surpresa enquanto explorávamos o ambiente. O café, com seu charme vintage, provocava uma mistura de sentimentos, misturando o passado com o presente de maneira encantadora.

Enquanto eu e Cris absorvíamos a atmosfera do café, Carlos apareceu, cumprimentando-nos com um sorriso caloroso.

"Pedro, Cris, que bom que vocês vieram! Sintam-se à vontade, o café está por minha conta", disse ele, estendendo um gesto de hospitalidade que ecoava pelas paredes aconchegantes do lugar.

Agradecemos a gentileza, e Carlos, com uma expressão amigável, convidou-nos a escolher um lugar para nos acomodarmos. A curiosidade e a incerteza agora se misturavam enquanto nos preparávamos para explorar não apenas o café, mas também o que esse encontro inesperado poderia revelar.

Carlos, com um sorriso caloroso, decidiu juntar-se a nós à mesa. "Então, o que traz vocês de volta a Serra Azul depois de tanto tempo?" perguntou, demonstrando genuíno interesse em nossas vidas.

"Na verdade, Carlos, a vida na cidade está bastante agitada!Tenho estado focado na faculdade, então não sobra muito tempo para voltar a Serra Azul", expliquei, compartilhando a correria da vida acadêmica que me afastava da tranquilidade da cidade interiorana.

Cris, sempre pronta para adicionar um toque de leveza, brincou: "Pedro se tornou um acadêmico dedicado. E, de vez em quando, eu o arrasto para uma pausa, como estas ferias inusitada."

Carlos, percebendo a mudança de clima na conversa, sugeriu com um sorriso amigável: "Eu imagino que, estando tão ocupado com a faculdade, você deve ter construído uma vida, talvez até mesmo um compromisso com alguém , não é mesmo?"

Eu, por um momento, me vi refletindo sobre a complexidade das minhas escolhas e relacionamentos ao longo dos anos.

"A minha vida tem sido uma grande corria, e entre a faculdade e os compromissos, a parte romântica acaba ficando em segundo plano."

Cris, sempre pronta para adicionar um toque de humor, brincou: "Pedro está tão ocupado que mal tem tempo para um café, quanto mais para um romance!"

A risada coletiva que se seguiu aliviou um pouco a tensão.

O clima descontraído se instalou, e Carlos, com um olhar compreensivo, comentou: "Bem, a vida nos leva por caminhos inesperados, não é mesmo? Às vezes, é preciso encontrar um equilíbrio entre os compromissos e as pausas para o café."

A conversa continuou, misturando histórias do passado e planos para o futuro, enquanto o encontro revelava as nuances de cada personagem nesse reencontro improvável em Serra Azul.

"Carlos, queremos agradecer pelo convite! Seu café é um espaço bem agradável!" Eu disse antes de sairmos de lá.

Cris, concordando, acrescentou: "É verdade, Carlos!"

Carlos, com um sorriso, respondeu: "Fico feliz que tenham aproveitado. Espero vê-los novamente em breve. Até logo!"










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