VII- Um sonho longo e feliz‐ Parte 3

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Não sei por quanto tempo eu dormi, e sinceramente não queria ter acordado.

Satoru ainda estava dormindo do meu lado, tomando espaço de mais da metade da cama. Ele parecia um anjo deitado daquele jeito, mas era apenas aparência mesmo.

Tomei um banho e vesti o uniforme da Escola Jujutsu, temendo que houvesse alguma missão para mim. Sendo bem sincera, ter entrado nessa escola foi resultado da minha impulsão, e em alguns momentos eu ainda me arrependo— quase sempre depois de uma morte.

— Bom dia, florzinha.— cantarolei ao ver Satoru sentado na cama.

— Bom dia? Você me deixou acordar sozinho, você é uma péssima namorada, hein.

O drama começou cedo hoje.

— Tá se sentindo sozinho, gatinho?— começo, indo em sua direção— Morre que passa.

Satoru, que antes estava quase sorrindo ao me ver aproximar, faz uma expressão triste.

Deixei escapar uma risada.

— Ai ai, vem cá, vem.

Seu olhar de cachorro pidão voltou, o que me faz sorrir. Fico abraçada a ele, sentada do seu lado.

— Você tem alguma missão para hoje?— Ele pergunta.

Nego.

— Até agora, nenhuma. E você?

— Tenho. Vai ser uma coisa rápida, nada demais.— ele responde, confiante, levantando da cama.

Satoru sempre agia assim, entretanto, uma parte de mim desacredita das palavras dele, uma parte que sente medo de que ele não volte da missão mesmo que ele seja o mais forte.

— Vou logo avisando que eu não quero ter que te enterrar agora.

Ele sorri.

— Isso foi um "Cuidado, amor, volte pra casa"?

Dou de ombros.

— Aceite como quiser.

Antes de ir ele beijou minha testa e me deu um longo abraço de novo.

— Volto a tempo de preparar o jantar.— ele avisa. Nego com a cabeça, Satoru era um péssimo cozinheiro.

Depois de arrumar a cama, organizei minha mesinha que ficava no canto do quarto, nela tinha vários papéis e rascunho de relatórios, joguei todos fora.

Experimentei o anel que Haibara tinha me presenteado, encaixou perfeitamente no meu dedo anelar. Tive que guardá-lo também.

Com o fim da limpeza, fui para a cozinha pois estava faminta. Acabei encontrando Nanami pelo caminho.

— Bom dia, Julia já acordou?— pergunto.

— Ela ainda está na cama. Provavelmente vai ficar lá a tarde toda, por causa da ressaca.— ele explica.

— Ah, ainda bem que ela tem você pra cuidar dela.

Ele sorri, gentilmente e sai andando pelo corredor.

— A velhinha já está de pé?— escuto Suguru perguntar, o tom de sua voz era brincalhão.

Mostrei o dedo do meio para ele.

— Ah, sempre de bom humor. Sempre doce como um bolo.

— Claro.— digo, sorrindo— Bom dia, franjinha, e a Shoko?

— Ela ainda tá dormindo. Depois que você e Satoru foram embora, ela virou todas.

— Ela só esperou eu sair pra cair na bebedeira de vez?— perguntei incrédula—Achei que ela pararia mais com isso depois da nossa conversa.

𝗞𝗠𝗕 𝘀𝗲 𝗮𝘃𝗲𝗻𝘁𝘂𝗿𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗽𝗲𝗹𝗼 𝗺𝘂𝗹𝘁𝗶𝘃𝗲𝗿𝘀𝗼 Onde histórias criam vida. Descubra agora