Claire terminou de assar as benditas panquecas sem ter queimado nenhuma, o que foi um grande milagre levando em conta as condições em que estava. Ela pediu que Jericho fosse colocar a mesa e esperar lá enquanto ela fazia uma calda de caramelo para acompanhar, não ousaria tentar se ele continuasse tão perto, instigando, atormentando-a. Preparou o café rápido e levou o que restava para a mesa.
Jericho foi quem serviu as xícaras de café, dispôs algumas panquecas para eles em pratos diferentes e esperou que ela voltasse da cozinha com alguma coisa que havia esquecido.
— Chantilly. — ela disse simplesmente, puxando uma cadeira próxima a ele para se sentar. Entretanto, quando estava prestes a fazê-lo, Jericho apenas encaixou as mãos grandes ao redor do corpo dela e a puxou sem esforço para sentar de lado em seu colo. Claire ficou surpresa com a ação repentina, mas não reclamou.
— Gosto de você aqui. — ele disse encarando seu rosto, procurando alguma desaprovação. Não a encontrou.
Tudo em Jericho fazia Claire desejá-lo e por mais que precisassem terminar o café rápido e cada um ir cuidar de seus afazeres, a única coisa que importava naquele momento era o que sentia. A mão dele acariciava sua coxa direita enquanto a outra repousava em suas costas, a textura era áspera contra sua pele e lhe causava arrepios conforme ele subia e descia os dedos.
A humana segurava os ombros de Jericho com certa força, fechando os olhos quando ele se aproximou mais para beijar-lhe a curva do pescoço, subindo para a bochecha até alcançar os lábios entreabertos.
Jericho rosnou, sentindo o desejo se alastrar por todo seu corpo.
Claire gemeu com o rosnado e aprofundou o beijo segurando os cabelos longos dele, desprendendo-os. Amava a textura dos fios ondulados, a pele quente dele sob os dedos, a forma como a língua dele invadia sua boca sem reservas e os sons que fazia. Percebeu que quanto mais excitado estava, mais altos e roucos os sons eram. O macho então afastou seus lábios dos dela, respirando forte e rapidamente e ainda de olhos fechados encostou sua testa na dela entoando mentalmente que tinha controle sobre si mesmo, como um mantra.
— Adoro seu beijo — Claire disse ofegante.
— Adora? — ele perguntou baixo controlando sua voz e apertando a coxa dela um pouco mais.
— Muito. Você me tira o ar e a razão quando me beija — ela sorriu.
— Você faz o mesmo comigo. Fico feliz, tive medo de não ser bom nisso.
— Vai me dizer que você não tinha beijado antes? — ela brincou.
— Não tinha.
Claire afastou as testas e o encarou, recebendo um olhar avermelhado de volta.
— Eu fui seu primeiro beijo?
— Foi. Eu te avisei que não sabia fazer aquilo.
Ela puxou na memória o primeiro beijo deles naquela noite fatídica. Ele tinha dito algo assim, mas ela achou que fosse sobre ficar com uma humana.
— Está brincando. — ele acenou negativamente. — Por quê?
Jericho respirou fundo e seu semblante esfriou um pouco.
— Testes de procriação forçada não costumam ter muitas carícias e sou um primata, as fêmeas não querem que um primata se apegue, beijar deixaria tudo mais difícil.
— Sinto muito, Jericho...
Claire o abraçou, existia tanto dele que ela ainda não sabia, tantas coisas que ele mesmo procurava esquecer, o que fizeram com ele para sempre o acompanharia. Sentiu-se um pouco mal por ter gostado que ele nunca houvesse beijado outra pessoa, também se prendeu na parte em que ele se apegaria mais facilmente se beijasse durante os testes. Aquilo queria dizer que estava se apegando rápido a ela? Precisava tentar ir com calma, porque ele a fazia sentir muitas coisas e temia que em algum momento acabaria ferida.
— Eu não sinto, gosto que eu não tenha beijado ninguém antes de você. — Jericho disse depois de algum tempo — Amo beijar você.
Claire sorriu na pele dele. Como ela poderia proteger seu coração daquilo? Ele não era humano, sabia que ele não era do tipo que mentia apenas para conseguir algo em troca como alguns que conheceu. Ele era sincero, direto, mas o medo continuava ali, como um presságio de algo ruim chegando para separá-los.
Ela soltou o macho de seu abraço para encará-lo mais uma vez, seus olhos agora mais calmos tinham apenas nuances vermelhas numa imensidão marrom. Roçou os lábios nos dele mais uma vez, beijando com calma e algo mais que preferia não pensar muito sobre o que era.
— Nosso café está esfriando... — ela disse contra os lábios dele.
— Estou sendo um péssimo macho para você, deveria estar te alimentando — ele resmungou.
Jericho se mexeu com Claire em seu colo, pegando a calda de caramelo e derramando sobre as panquecas em ambos os pratos, começaram a comer. Era um pouco difícil ter Claire ali em seu colo e não agarrá-la, mas Jericho queria que ela se alimentasse bem e que se recuperasse o suficiente da noite anterior. Viu como ela estava sensível então esfriaria seu desejo por maior que fosse até que ela estivesse pronta.
Comiam com calma até que a porta se abriu e um grande macho ruivo entrou com a mão sobre os olhos.
— Estou entrando, vistam-se caso estejam pelados — ele disse.
— Estamos nus, volte outra hora — Jericho rosnou em resposta.
— É brincadeira, Flame, estamos vestidos — Claire riu um pouco envergonhada.
O macho tirou a mão do rosto exibindo uma careta ao ver Claire no colo de Jericho, entretanto, seu olhar não demorou nos dois e logo reparou na mesa de café da manhã.
— Bom dia, pombinhos. Vou tomar café com vocês — ele se acomodou em uma cadeira.
— Vou pegar um prato e uma xícara para você — Claire se levantou ouvindo um rosnado do primata que não parecia nada satisfeito com a presença do felino.
Enquanto a humana ia em direção a cozinha, Flame a inspecionou e depois encarou Jericho que estava impaciente.
— O que foi? Por que está aqui tão cedo? — o primata rosnou baixo.
— Queria ver se ela estava bem — o felino respondeu.
— Óbvio que ela está bem.
— Parece estar andando estranho. Você foi cuidadoso? — ele cochichou.
— É melhor você parar com essa conversa antes que ela ouça e eu tenha que te bater.
Naquele instante, Claire voltava para a mesa de jantar, estranhando o silêncio repentino.
— O que estavam cochichando? — ela perguntou.
— Nada. — Jericho rosnou.
— Você está andando estranho — Flame soltou como se não fosse nada.
Claire imediatamente sentiu o rubor tomando suas bochechas. Que diabos de comentário era aquele? De repente a xícara em que colocava café para ele se moveu sozinha levando os seus dedos junto com ela e o café quente banhou sua mão.
— Ai! Que droga!
— Viu o que você fez? Eu vou acabar com você, Flame — Jericho se levantou indo para Claire, pegou sua mão encharcada de café que começava a ficar vermelha. Caminhou rapidamente com ela até a pia da cozinha, ligou a torneira e enfiou sua mão debaixo da água.
— Desculpe, Claire — o ruivo falou do outro lado.
— Tá tudo bem, não queimou muito — ela suspirou.
— Me deixe bater um pouco nele, só para ensiná-lo a manter a boca fechada. — Jericho disse desligando a torneira.
— Não faça isso, Jericho, não há necessidade — Claire pediu, estava tentando levar na esportiva. Flame e ela tinha certa intimidade mas ela realmente não esperava aquele comentário assim, sem nenhuma preparação antes.
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Bom dia, amoreeeees! Como estão?
Mais um capítulo fresquinho para vocês, espero que gostem! Beijão!
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JERICHO - Novas Espécies (revisando)
RomancePLÁGIO É CRIME! (Obra inspirada nos livros da Laurann Dohner) CONTEÚDO INDICADO PARA MAIORES DE 18 ANOS! Livro 01 Jericho é um Nova Espécie. E como se isso não lhe bastasse, como se toda a tortura que viveu nas Indústrias Mercile não fosse o sufic...