Capítulo 3

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Maria Clara ON

Pouco mais de trinta minutos depois chegamos na casa da minha amiga que apesar de ficar em um bairro simples é um local tranquilo, a casa não é grande, tem apenas quatro cômodo mais o importante não é isso e sim o amor que esses irmãos sentem um pelo outro, coisa que eu nunca tive afinal minha única irmã parece me odiar e eu nem sequer sei o motivo, mais é como minha avó sempre diz, tudo tem um motivo e os planos de Deus não falha.

Assim que estaciono o carro, me despeço de Anna Mel e assim que a mesma caminha em direção a casa a porta é aberta e Isabel corre para os braços da irmã que sorri pegando a pequena garotinha de cabelos cacheados em seus braços. Sorrio vendo a cena em seguida ligo o carro e começo a dirigir até minha casa, durante o caminho penso na conversa que preciso ter com meus pais sobre eu me mudar, sei que para eles não vai fazer a menor diferença mais vai ser melhor assim, afinal ninguém naquela casa dá a mínima para mim mesmo.

Minutos depois chego em casa e a primeira coisa que vejo ao passar pela porta é minha irmã que está jogada no sofá cantando uma música em voz alta e só por Deus mesmo, a garota parece um papagaio rouco cantando, ainda bem que nascemos em família rica e ela não precisa cantar para viver porque se não coitada, ela iria passar fome com uma voz horrível dessa.

Maria Luiza: tá olhando o que em? - pergunta ao notar minha presença

Maria Clara: vendo não, me envergonhado por você, porque maninha você canta mal pra caralho - falo e ela fecha a cara - o que? Só disse a verdade

Maria Luiza: ninguém pediu sua opinião sua bastarda - fala séria

Mãe: o que está acontecendo aqui meninas? - pergunta entrando na sala

Maria Luiza: nada mamãe, estava apenas dando boa noite para minha irmãzinha - fala abrindo um sorriso para nossa mãe

Mãe: está tudo bem Clara? - pergunta me olhando

Maria Clara: sim mamãe, está tudo bem, já estou acostumada com o jeito da Luiza - falo olhando para ela - eu vou subir tomar um banho

Mãe: não demora que o jantar está quase pronto - fala me olhando e eu concordo

Subo até meu quarto e assim que entro no cômodo deixo minha bolsa em cima da poltrona em seguida caminho até o banheiro, então faço minhas higienes e logo em seguida tomo um banho um tanto demorado. Quando termino meu banho volto para meu quarto, então pego uma roupa confortável no closet e logo em seguida desço e já vou direto até a sala de jantar onde meus pais e a insuportável da minha irmã me esperam, papai como sempre está mechendo em seu celular, mamãe vendo uma revista de moda e Maria Luiza deve estar conversando com algum sem noção pelo celular pois pensa em uma garota que tem mal gosto para homens é ela.

Maria Clara: boa noite - falo chamando a atenção de todos

Maria Luiza: até quem fim em, achei que você estava querendo nos matar de fome - fala séria e eu reviro meus olhos

Pai: boa noite filha - fala me olhando rapidamente

Mãe: boa noite - fala fazendo sinal para a governata da nossa casa - pode servir o jantar

Assim que o jantar é servido, começamos a comer em silêncio mais logo a tranquilidade foi por água a baixo pois Luiza começou a encher o saco dos nossos pais pedindo a eles uma nova coleção de bolsas que lançou recentemente e assim que ela conseguiu a confirmação dos nossos pais a pidona começou a encher o saco pedindo uma viagem para o mês que vem que será seu aniversário, bem que podiam mandar ela para bem longe com passagem só de ida pelomenos assim eu teria paz.

Pai: tudo bem compra essa viagem Luiza - fala e minha irmã comemora

Maria Luiza: obrigado papai - fala sorrindo para ele

Maria Clara: papai eu também tenho uma coisa para falar - falo e ele nem sequer me olha pois acaba de chegar uma mensagem em seu celular

Pai: você quer ir com sua irmã na viagem, tudo bem pode comprar a passagem - fala ainda sem me olhar

Maria Clara: Deus me livre - falo baixo e Luiza me olha séria - o que tenho para dizer é que vou me mudar - falo e todos me olham

Mãe: se mudar? Como assim você vai se mudar? - pergunta séria

Maria Clara: já sou uma mulher adulta não faz mais sentido eu continuar morando aqui - falo dando de ombros

Pai: você não vai para lugar nenhum Clara, o que não faz sentido é você querer deixar sua família sua família - fala sério

Maria Clara: não estou querendo deixar ninguém pai, a questão é que minha vida toda eu fui invisível para vocês, a minha vida toda fiz de tudo para que vocês me enxergasse mais isso nunca aconteceu porque vocês estavam ocupados demais trabalhando e no tempo livre me desprezava - falo já em lágrimas pois a rejeição deles me dói e muito - sabe não entendo porque me colocaram no mundo se não iriam me amar, se na vida de vocês nunca teve espaço para mim, se vocês iriam amar apenas a Luiza não me colocassem no mundo, pois eu não pedi para nascer assim como não pedi para ser rejeitada a minha vida inteira

Mãe: filha nunca fui nossa intenção te fazer sentir excluída - fala me olhando com lágrimas nos olhos

Pai: claro você sempre foi tão independente que achamos que você preferia isso - fala me olhando

Maria Clara: sempre fui independente por que vocês nunca estiveram a minha disposição, vocês nunca estiveram presentes para me ajudar, nunca nem sequer se interessaram na minha vida - falo já me levantando

Pai: Maria Clara volta aqui precisamos conversar filha - fala assim que começo a caminhar em direção a porta

Maria Luiza: deixa ela papai, Clara só está fazendo drama vamos falar da minha viagem que é bem melhor - fala animada como se nada estivesse acontecendo

Sem conseguir me controlar mais saio correndo de casa e entro no meu carro, então começo a dirigir sem rumo pela cidade e logo começa a chover forte e por conta disso descido parar um pouco pois os vidros estão ficando cada vez mais embaçado. Estaciono o carro em uma rua qualquer e encosto minha cabeça no volante do carro então começo a chorar
tudo o que estava entalado durante todos esses anos.

Não sei quanto tempo se passa mais assim que a chuva vai diminuindo vejo que estou em frente a uma igreja que me chama muito atenção, então descido entrar na mesma pois quem saiba Deus consiga aliviar um pouco a dor que sinto em meu coração, quem sabe ele me mostre uma nova direção, um novo caminho que devo seguir.

Com esse pensamento caminho para dentro da igreja e vejo que aparentemente a missa deve ter acabado tem poucos minutos, então me sento em um banco nos fundos e poucos minutos depois vejo um homem alto, de cabelos escuros conversando com duas freiras e conforme eles vão se aproximando não consigo deixar de olhar para esse homem, o meu coração começa acelerar e borboletas voam no meu estômago...será ele o novo caminho por qual devo seguir.

será ele o novo caminho por qual devo seguir

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