capítulo 14

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Maria Clara ON

Dias depois

Já tem pouco mais de um mês que não vou para igreja pois tenho muita vergonha de olhar para Gustavo depois do beijo que eu lhe dei. Estou me sentindo tão mal e envergonhada por ter feito isso, afinal ele é um padre, eu lhe devo respeito por isso, sem falar que partiu meu coração ver ele sofrendo por conta do beijo, mesmo sem ele olhar nos meus olhos eu consegui sentir o desespero que ele ficou enquanto chorava e pedia perdão a deus e isso foi o suficiente para me fazer sentir uma vagabunda de primeira.

Sei que ele pode ter gostado do beijo ao me corresponder, mais quando ele voltou a si o arrependimento e o pavor foi bem maior do que qualquer outra coisa e isso foi o suficiente para que eu decidisse que o melhor a fazer é me manter afastada. Tá doendo muito focar longe, mais infelizmente esse é o melhor a se fazer, não posso correr o risco de cometer outro erro e novamente machucar o homem que amo.

Sim, eu amo Gustavo mais do que um dia imaginei ser possível amar alguém e é em nome desse amor que resolvi desistir dele para sempre, afinal amar também é deixar ir, amar é saber que a pessoa amada está feliz mesmo que você não faça parte dessa felicidade, por isso aceitei que o melhor para todos é eu me manter longe dele. Gustavo é um padre e isso nunca vai mudar, ele ama o que faz, essa é a vocação e felicidade dele, então lhe desejo que ele seja muito feliz e se para isso eu tenho que sacrificar minha própria felicidade assim farei.

Pai: eu já falei para você tirar essa ideia maluca da cabeça Cassandra - fala sério entrando em casa e me tirando dos meus pensando

Mãe: Mário para pra pensar, esse contrato vai ser bom para nossa família - fala mamãe vindo logo atrás dele

Pai: sim, concordo com você mais não vou casar a minha filha com um desconhecido apenas por conta da porcaria de um contrato - fala sério

Mãe: tenho certeza que ela não vai se importar Mário, sem falar que não custa nada ela se casar para ajudar a própria família - fala séria

Maria Clara: quem vai se casar? - pergunto chamando a atenção dos dois pais mim

Pai: ninguém querida, a sua mãe que só fala besteiras - fala olhando feio para mamãe que bufa irritada em seguida começa a subir as escadas - como você está querida? - pergunta vindo até mim

Maria Clara: tô bem papai - minto forçando um sorriso - daqui a pouco vou no shopping com a Anna Mel, vamos assistir um filme no cinema

Pai: que bom querida, fico feliz em ver que você está voltando a se animar para sair com sua amiga - fala beijando minha testa

Maria Clara: papai que história é essa de casamento e contrato? - pergunto sentindo um sentimento ruim por conta dessa história

Pai: não é nada importante filha, a sua mãe que inventa cada ideia maluca que só Jesus na causa - fala sorrindo mais percebo que ele está tenso - não se preocupa com isso, você sabe que eu jamais obrigaria você e nem a sua irmã a fazer uma coisa que não quer não é?

Maria Clara: sim, eu sei papai - falo dando um pequeno sorriso para ele

Pai: eu te amo minha filha - fala beijando minha testa novamente

Maria Clara: também te amo papai - falo beijando o rosto dele que sorri

Pai: vou subir tomar banho e fala com sua mãe - fala me olhando - se divirta no cinema e não fica pensando em besteiras em

Maria Clara: tá bom papai, obrigado - falo voltando a me deitar no sofá enquanto ele sobe para o quarto dele

Antes que eu volte a pensar besteira, recebo uma mensagem da Mel avisando que já está me esperando, então me levanto e caminho até a garagem. Quando chego no local entro no meu carro e já começo a dirigir para fora de casa indo em direção a casa onde minha amiga mora com seu irmão e irmã.

Minutos depois chego e Anna Mel vem correndo para o carro enquanto diz que está fugindo de Isabel que não queria ficar sozinha com Igor pois segundo ela está de mal com o irmão porque ele não quer deixar ela pintar suas unhas de rosa. Quando minha amiga me conta o motivo da pequena estar brava com o irmão eu sem querer acabo dando um pequeno sorriso já sabendo que quando voltarmos Igor estará com as unhas pintadas, afinal ele não consegue negar nada para a pequena e nem mesmo para minha amiga que já está grande, ele mesmo sendo jovem é um verdadeiro para para as duas.

Durante o camho até o shopping vamos conversando sobre a faculdade que nesse momento está me ajudando muito a manter minha mente o mais longe possível de Gustavo por pelomenos algumas horas. Mais é incrível como parece que todos os caminhos me levam até ele, mesmo eu fazendo de tudo para me manter longe dele, o encontro todas as noites nos meus sonhos e quando fecho meus olhos é ele que vejo, eu também já o vi na mercado quando fui com Anna Mel, o vi entrando na farmácia com um outro homem e o vi em frente a um orfanato que fica a três quarteirões da rua da casa da minha amiga, em todas essas vezes fiz de tudo para fugir e me esconder dele mais mesmo assim foi difícil para mim vê-lo e não poder nem sequer lhe dar um oi, mais acredito que o melhor que tenho a fazer é continuar distante mesmo todos os caminhos me levando até ele, a distância é o melhor.

Todos os caminhos me levam até você Onde histórias criam vida. Descubra agora