capítulo 7

668 104 44
                                    

Gustavo ON

Tem uma semana que não vejo Maria Clara pois depois daquele dia ela não voltou mais a igreja...não que ela seja obrigada a vir aqui, mais desde aquele dia que ela não sai da minha cabeça e isso já está começando a me incomodar. Sei que só estou curioso para saber se ela está bem, mais acontece que isso nunca me aconteceu antes, ela mexeu comigo de uma maneira tão estranha que agora estou até pensando se deve ser Deus me pedindo para ajudar essa garota que aparentemente não tem uma boa convivência com os pais.

Quero poder ajuda-la mais não sei por onde e ao mesmo tempo que quero voltar a vê-la, também acho que essa distância entre nós é mais segura, pois algo dentro de mim diz que ficar perto dessa menina pode ser minha ruína. No dia em que a conheçi eu sem querer meio que comparei ela com as outras mulheres que já vieram até mim nas igrejas por onde já passei, fiz essa comparação pois nunca nenhuma tinha me chamado atenção, mais com Maria Clara foi diferente, ela é tão linda que chega a ser um pecado eu um padre achar isso e ter esses pensamentos com uma mulher, por isso as vezes chego a pensar que Deus de alguma forma está me testando e como um servo do senhor não posso e não irei me deixar cair em tentação.

Por isso naquela noite assim que cheguei na casa paroquial onde estou morando, rezei ajoelhado em grãos de milho até meus joelhos não aguentarem mais, pedi perdão a deus muitas vezes e jejuei durante dois dias seguidos. Mais mesmo fazendo isso esses pensamentos impuros não saem de mim, não importa o que eu faça nada tira essa menina da minha cabeça, mais talvez se eu ajuda-la de alguma forma isso pare e eu possa voltar a ter minha paz novamente.

_ padre o senhor está bem? - pergunta chamando minha atenção

Gustavo: sim irmã Bianca estou bem, em que posso ajuda-la? - pergunto olhando para ela

_ bom ver como senhor se pode escutar nossas confissões, as irmãs já estão todas esperando na igreja - fala me olhando

Gustavo: claro, posso sim - falo e ela sorri - pode ir se juntar as outras que em alguns minutos vou até lá - falo também olhando para ela

_ obrigado padre, estou indo para lá agora mesmo - fala animada

Antes de sair do meu escritório ela beija minha mão e logo em seguida me deixa sozinho com meus pensamentos, mais espanto eles rapidamente e depois de me recompor saio do escritório em seguida começo a caminhar até a igreja que fica na parte da frente do prédio onde estou. Assim que chego lá vejo todas as irmãs sentadas uma ao lado da outra nos dois primeiros bancos, então caminho até elas e depois de comprimenta-las caminho até o confecionario em seguida chamo a primeira irmã para sua confissão.

[...]

Escuto cada irmã com atenção a cada detalhe e no final aconselho elas da melhor forma que posso e fico feliz com isso. Desde muito pequeno gosto de ajudar as pessoas, por isso minhas tias sempre me incentivaram a ser padre, elas dizem que esse é o meu destino e acredito nisso pois gosto do que faço, ajudar as pessoas me deixa feliz e me sinto realizado sendo um servo do senhor, mais confesso que minhas tias estavam erradas sobre o sexo.

Elas me criaram dizendo que sexo é um pecado, que eu nunca deveria fazer e por isso passei toda minha infância e adolescência temendo isso, na escola quando outros adolescente falavam sobre o assunto eu logo tratava de sair de perto e por isso fui muito zoado pois os alunos achavam que eu era gay. Nunca me importei com isso, mais hoje em dia não vejo mais o sexo como um pecado, até porque é graças a ele que a vida de um novo ser é gerada, sem falar que se fosse pecado Deus não teria criado e usado isso como uma forma de se reproduzir.

Saio dos meus pensamentos quando a última irmã sai do confecionado, então faço o mesmo e assim que olho na direção da porta da igreja meus olhos se cruzam com os dela, então pisco algumas vezes para ter certeza que não estou imaginando coisa em seguida vejo ela sorrir olhando para mim e isso de alguma forma faz meu coração acelerar e bater tão forte que sinto que ele pode sair para fora do meu peito, mais logo em seguida me repreendo pois isso é completamente errado e sem lógica, eu sou um padre não devo ter esse tipo de sentimento...eu com certeza devo estar ficando maluco.

Gustavo: Maria Clara que bom reve-la - falo me dando conta que sem nem sequer perceber me aproximei dela

Maria Clara: o senhor se lembra de mim? - pergunta parecendo surpresa

Gustavo: claro, como não me lembraria...você estava parecendo tão mal quando nos conhecemos - falo olhando para ela que sorri tímida

Maria Clara: sim, eu não estava nada bem, mais depois da conversa que tivemos fiquei mais confiante e conversei com meus pais - fala se sentando em um dos bancos e eu faço o mesmo me sentando ao seu lado

Gustavo: e como está a relação de vocês agora? - pergunto curioso

Maria Clara: com o meu pai está muito melhor, sinto que ele está mais próximo e se esforçando para ser um bom pai, mais com minha mãe infelizmente continua do mesmo jeito - fala um pouco triste mais logo sorri - inclusive vim aqui hoje para agradece-lo, eu iria vir antes mais estava em semana de prova na faculdade e não me restou muito tempo - explica mudando de assunto

Fico conversando com ela por alguns minutos e aos poucos ela vai se abrindo e me conta sobre a relação que ela tem com os pais e com a irmã, o que me deixa muito triste por elas mais infelizmente isso é mais comum do que imaginamos, muitas famílias tem um filho preferido ou sem querer acabam dando mais atenção para um do que para o outro e quando vão perceber o erro que cometeram já é tarde de mais. Espero de coração que Maria Clara possa ter uma boa relação com o pai, mais não só com ele, com a mãe e a irmã também, eu também quero muito poder ajudar ela, só não sei como mais quero pois eu meio que me sinto na obrigação de estar ao lado dela nesse momento só espero estar fazendo o certo.

Todos os caminhos me levam até você Onde histórias criam vida. Descubra agora