Gustavo sempre foi aquele típico homem certinho que nunca nem sequer ultrapassa o sinal vermelho ou leva uma multa de trânsito, criado por duas tias de sua falecida mãe, sempre viveu em um ambiente religioso e coagido por suas tias que o fez ver o s...
Acordo no dia seguinte com olheiras enormes por conta do choro, mais como tenho que ir para faculdade me forço a sair da cama em seguida vou até o banheiro, então faço minhas higienes e logo em seguida tomo um longo banho. Quando saio do banheiro vou até minha penteadeira e arrumo meus cabelos os deixando soltos mesmo, depois faço uma maquiagem um pouco mais reforçada que as que costumo fazer no dia a dia para poder esconder minhas olheiras e por último me visto.
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Depois de me vestir saio do quarto e desço até a sala de jantar onde encontro apenas meus pais tomando café da manhã, afinal minha irmã não faz nada da vida então sempre acorda depois das dez da manhã. Quando chego no cômodo papai sorri me dando bom dia já minha mãe apenas responde meu bom dia como de costume em seguida volta a comer e assim que ela termina diz que vai subir escovar dos dentes em seguida se vai me deixando sozinha com meu pai.
Pai: não liga para sua mãe, ela não dormiu bem a noite - fala dando um sorriso sem graça
Maria Clara: tudo bem pai, já estou acostumada com essa indiferença - falo dando de ombros e ele abaixa a cabeça - mais pelomenos agora tenho o senhor não é?
Pai: claro filha, estarei sempre ao seu lado - fala pegando na minha mão em seguida beija o dorço da mesma
Durante o restante do café da manhã converso com meu pai sobre a faculdade e ele sorri o tempo todo dizendo que está orgulhoso, o que me deixa feliz e ao mesmo tempo sinto um sentimento estranho e gostoso no peito, afinal esperei dezenove anos para escutar papai dizer essas palavras, só espero que ele realmente tenha mudado em relação a mim pois quero muito ter uma boa relação com meu pai já que pelo visto mamãe continua na mesma achando que Maria Luiza é a filha perfeita.
Quando terminamos o café da manhã subo escovar meus dentes e assim que desço novamente encontro meus pais no estacionamento, então aceno para papai que me deseja boa aula em seguida entro no meu carro e começo a dirigir para fora dos portões de casa. Durante o caminho ligo o rádio em uma música aleatória apenas para quebrar o silêncio mais nem sequer a música impediu meus pensamentos de ir até o momento em que conheci Gustavo.
Ele tava tão lindo vestindo uma roupa social toda preta e assim que meus olhos encontraram os dele parecia que nada mais importava, tanto é que nem sequer reparei no colarinho branco em seu pescoço. Fiquei tão feliz e nervosa quando ele falou comigo e se sentou ao meu lado, achei que naquele momento eu estaria conhecendo um bom homem com quem eu poderia chegar a ter algo, achei ele o homem mais gentil, educado e cavaleiro que já conheci e justo quando descidi criar coragem para pedir o número do telefone dele que fui reparar que ele é o padre da igreja e aquilo acabou comigo de uma forma tão inesperada.
Nunca fui de acreditar em amor à primeira vista, mais desde que meus olhos encontraram os de Gustavo todas as minhas teorias foram por água a baixo, eu senti todas as emoções descrevidas nos livros de romance só que muito mais intensas e naquele momento eu soube que me apaixonei a primeira vista, mais nada no mundo me preparou para encarar a realidade de que eu viveria carregando a dor de amar uma pessoa proibida e que jamais me olhará como mulher.
Nunca entendi o por que de eu nunca ter me apaixonado, de eu nunca ter nem sequer gostado dos garotos da minha idade ou dos homens ao meu redor, por isso descidi me entregar apenas para o homem que fizesse meu coração bater mais forte, mais pelo visto isso nunca irá acontecer pois o único homem por que tenho interesse jamais poderá ser meu.
Acho que nasci para sofrer, a felicidade não é para mim. Primeiro Deus me deu pais negligentes que nunca nem sequer me deram o mínimo de atenção, sem falar na minha única irmã que me odeia sem eu nem sequer saber o motivo ou ter feito algo para ela e agora me apaixono por um cara que nunca poderá ser meu. Quero muito acreditar que tudo isso tem um propósito, mais é difícil acreditar nisso quando tudo o que aconteceu na sua vida simplesmente dá errado e você só se ferra.
Saio dos meus pensamentos quando chego na faculdade, então estaciono meu carro e antes de sair do mesmo seco uma lágrima solitária que escorreu por meu rosto, em seguida de todo minha maquiagem e só então saio do carro e começo a caminhar para dentro do prédio. No caminho comprimento alguns dos meus colegas mais não paro para conversar com ninguém pois no meu estado não estou sendo uma boa compainha nem mesmo para mim quem dirá para os outros.
Logo chego na sala de aula, então me sento no meu lugar de costume que fica na primeira mesa da terceira fileira e poucos minutos depois a sala está lotada de alunos e o professor chega já passando matéria nova e anotando no quadro a data da prova que será na próxima sexta-feira. Como sempre levo os estudos muito a sério, anoto a data da prova no meu celular para não esquecer, em seguida começo a prestar atenção na nova matéria e faço uma nota mental para começar a estudar ainda hoje pois como de costume quero tirar nota máxima, mais não para impressionar meus pais e sim para o meu futuro, afinal já tem anos que percebi que a única pessoa que deve estar feliz por mim sou eu mesma, afinal nunca pude contar com ninguém e meus estudos são para o meu futuro por isso prezo muito por ele.
