Years Later | Danhyo e Sahyo G!P

Capítulo Trinta e Três

Park Jihyo Pov

Ao ver Sana de novo a minha frente, foi como se eu desaprendesse a respirar. Ela fez mesmo parte da minha vida, significou tanto pra mim,me ensinou mesmo a amar de verdade, eu descobrir o amor com ela. Todos podem até pensar que posso estar falando tolices, já que ela foi apenas a primeira pessoa com quem tive um relacionamento de verdade na minha adolescência e sim,foi exatamente isso.

Quando mais jovem, com meus/minhas ficantes, nunca passei de beijos e as vezes mãos dadas, isso deve ser porque eu nunca tinha me interessado de verdade por ninguém, até que aquela canadense apareceu em minha vida e me fez ter diferentes percepções sobre o amor. Não quero parecer boba,tola,a protagonista sem graça de um filme que só fala baboseiras, mas foi exatamente isso que aconteceu.

Com tudo que aconteceu, entre brigas e choros,passou vários anos e agora ela está ali, diante de mim e enfim depois de dezesseis anos vamos ter uma conversa,sim, uma conversa que a gente não teve e que não fomos maduras o suficiente para sentarmos e ter...agora teremos.

- Oi Sana. - Dou um sorriso mínimo para a Minatozaki.

- Oi Jihyo. - Diz de forma neutra, mas não deixa de retribuir o sorriso.

Nos cumprimentamos com beijos em bochechas e decidimos nos sentar, para enfim, pedir nossas comidas e apenas conversar, mas creio que assim como eu,ela também esteja aqui mais para a conversa do que apenas um jantar. Confesso não estar muito de barriga cheia,com todo o nervosismo que me rondou desde essa manhã.

- Podemos pedir agora? - Pergunta e eu assinto apenas. Ela levanta o braço e com os dedos chama um garçom e logo o abaixa e volta a me olhar.

- Quer...começar a falar? - Boto o meu celular sobre a mesa.

- Bom,não vai adiantar eu pedir desculpas por algo que aconteceu a anos atrás, eu sei que fui muito grossa com você, desisti do que tínhamos, desisti de você, porque eu estava machucada..- Respirei fundo.

- Machucada com uma mentira que seus pais inventaram sobre mim,sendo que eu nunca te trai. - Desvio meu olhar do dela. - A única vez que consegui olhar pra uma outra mulher, foi uns 7 meses depois que você simplesmente jogou tudo no
lixo. - Seus olhos tinham frieza e isso me
machucava de uma certa forma.

- Eu não joguei no lixo...- Começo.

- Jogou sim,quando decidiu que seus pais
pudessem tomar as rédeas de algo que não se tratava deles e sim de nós, Jihyo. - Espalmou as mãos com leveza na mesa. - Eles não tinham respeito comigo, contigo e com nosso relacionamento. Eu entendo que eles sejam os seus pais, que você os ama e muito, mas só que o que eles fizeram,na minha opinião foi um completo absurdo e você simplesmente deixava. - Completou e eu simplesmente assenti.

- Meus Pais sempre souberam de tudo,tudo o que falavam ou faziam era para o meu bem, eu fiquei tão bem com todo esse conforto que eles me davam que eu simplesmente não queria sair. Então sempre que eles falavam alguma coisa,eu aceitava, porque eu sabia que eles estavam falando para o meu bem. - Digo decidindo encarar com firmeza o olhar dela.

- Talvez a culpada disso seja você, em tudo então. - Eu nego com a cabeça. - Quando nossos pais falam algo para o nosso bem,é apenas um alerta e cabe a nós decidirmos se quisermos seguir ou não, mas o que eles fizeram foi se meter em algo que estava acontecendo entre nós duas. - Se mantinha serena.

- Eu ficava indignada que o tanto que eles falavam,se metiam entre nós e você não fazia absolutamente nada. E eu não podia falar nada, porque sempre brigávamos e brigávamos e brigávamos, o assunto sempre era seus pais. - Continua a dizer.

- Você fala como se eu não tivesse sofrido com o termino também. - Digo, mas com a voz baixa.

- Sofreu? Então, fui eu que desisti de você, não é? - Arqueiou uma das sobrancelhas. - Sempre falei pra você, que estaria te esperando e foi isso o que eu fiz, sempre. - Quando terminou comigo,eu chorei, chorei e chorei muito, desejei dormir para que quando acordasse, aquela dor não estivesse ali e que fosse apenas tudo um pesadelo. - Meu coração doeu, demais.

- Desculpa por te fazer sofrer. - Peço vulnerável a essa situação.

- Como eu falei Sana,assim que começamos a conversar, eu não irei te pedir desculpas porque já faz anos que isso aconteceu, então uma simples palavra não irá mudar o que aconteceu no passado. Me arrependi muito de ter terminado com você..- Senti meus olhos transbordarem em lágrimas, mas apenas me contive.

- Quando voltei para a Inglaterra, eu não me aguentei,eu desabei,senti como se não tive chão abaixo dos meus pés, eu vivi no automático por muito tempo. Entendi que naquela época, eu te amei e muito,te amei incontrolávelmente, te amei intensamente, imensamente e então, estar sem você foi uma das piores coisas que aconteceram na minha vida. - Confessei para a mais nova.

- Também te amei muito, Jihyo. Você foi minha primeira namorada,meu primeiro amor, minha primeira em muitas coisas e em você eu não só via: "Jihyo, minha namorada", você tinha se tornado uma âncora pra mim,conseguia me fazer ficar bem apenas com seu modo de agir,sua risada,então eu te achava a garota mais incrível da face da terra. Começava a acreditar que você era a "Wonder Woman" da vida real. - Deu uma risada soprada.

- Eu te amei muito Jihyo, mas como o amor que eu sentia por você, eu me sentia decepcionada em relação a você, me sentia frustrada. Porque por mas que eu tivesse um jeito mais tolo, brincalhona de fazer as coisas,todos os sentimentos, todos os atos e todas as palavras, foram todas verdadeiras contigo. - Abaixa o olhar.

- Queria voltar no tempo e consertar as coisas....- Abaixo o olhar também.

- Não! - A olhei. - Eu nunca mudaria nada no passado, Jihyo. Nós vivemos o que tínhamos que viver,passamos cada momentos incríveis ao lado uma da outra, você me apresentou o amor,assim como te apresentei também. - Suspirou.

- Se não fosse pelo o que aconteceu, eu não iria conhecer a mulher incrível com quem sou casada hoje. Ela me deu e me dá forças,me ilumina de uma forma intensa, trabalhamos bem em casa,somos uma boa dupla. Tivemos nossos três pestinhas e hoje somos uma família incrível, então Jihyo, na verdade, eu sou muito grata a você, de verdade. - Diz e vagarosamente eu assinto.

Logo o garçom se aproxima da mesa,com um tablet em mãos, ele entrega o menu para Sana e eu, esperando que a gente vá fazer o pedido.

Continuação...