Capítulo Trinta e Cinco

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Park Jihyo Pov

Sana e eu caminhamos pra fora do restaurante, andávamos devagar até seu carro que está estacionado há uma pequena distância do estabelecimento em que estávamos. Por mas que tenhamos conversado e se acertado em algumas coisas,talvez tenhamos mais para falar e esse seja o momento certo para isso.

- Sabe...te ver partindo no começo foi difícil, confesso que senti raiva de você por me fazer sofrer e eu queria que sofresse da mesma forma ou até pior. - Ficou um tempo em silêncio. - Mas eu só estava magoada,normal quando deixamos a emoção tomar conta das coisas,que é quando tudo dar errado. - Dá de ombros pegando a chave do carro de seu bolso.

- E eu deixei minhas emoções falarem alto com mentiras inventadas. - Rolei meus olhos, não por deboche, mas porque fui tola o bastante pra deixar acontecer o que aconteceu.

- Ainda sinto que preciso dizer algo pra você...- Deixo a frase morrer e vejo aquelas órbes verdes me darem atenção.

- Se precisa dizer alguma coisa, é só dizer. Já que estamos tentando nos acertar,conhecer ambos os lados sem ter um mínimo julgamento. - Destrava o carro,que apita,então a mesma abre a porta do motorista. - Entra aí. - Diz.

Vou para o lado do carona,abro a porta e entro no carro me sentando no banco. Botei o cinto,assim logo dando atenção a Minatozaki que estava ligando o carro para poder dar partida,mas eu ponho a minha mão sobre a sua,que iria virar a chave na ignição, fazendo a maior me olhar. Tiro a minha mão da sua e suspiro, não de cansaço, não de frustração ou de raiva,mas sim,para me preparar o que estou prestes a dizer.

- Eu só peço que,o que eu contar aqui,não mude nada,quero que as coisas continue do mesmo jeito que estão, sem nenhuma interferência, não aguentaria que uma grande mudança for feita nisso. - Falo negando com a cabeça olhando pra baixo.

- Eu sou toda ouvidos. - Apenas ouço sua Voz.

Flashback On

Depois da minha discussão com Sana, eu não soube mais o que fazer da vida;literalmente, meu coração parecia ter sido, quebrado,dilacerado,esmagado e jogado fora. Talvez eu tenha sido uma idiota mesmo, talvez eu tenha dado ouvidos demais aos meus Pais, mas eu não poderia aceitar uma traição, não acredito que ela tenha sido capaz disso.

- Hija,já faz uns dias que está assim e isso me preocupa. - Ouço a voz doce de minha Mama.

- Por que isso te preocupa? Já aconteceu o que o Papa e você queria que acontecesse. - Tento secar minhas lágrimas com o dorso de minha mão.

- Sana e eu não estamos mais namorando. - Minhas frases nunca mais saíam firmes.

- E que bom. Olha da maneira que ela te machucou, você está triste, não consigo mais ouvir sua risada e tudo por causa daquela cretina. - Diz ríspida e eu me levanto da cama,ficando sentada agora.

- Aquela cretina que me amou,que me fez bem,que me deu sensações que nunca me deram antes. Isso não teria acontecido se não fosse por vocês. - Aponto para a mais velha.

Estou triste e com raiva,eu só queria que tudo aquilo que eu sinto saísse de dentro de mim,quero viver em paz sem aqueles sentimentos negativos que se apossavam do meu coração.

- Você está me culpando por a Sana ter te traído? - Ela parece incrédula.

- Estou culpando vocês por terem feito a gente brigar tanto, ter se afastado tanto. Eu sempre botei todos vocês em primeiro lugar na minha vida por amar vocês, que eu acabei deixando meu relacionamento de lado e também deixei que vocês tomassem conta deles. Então todos vocês são culpados pelas minhas brigas com ela! - Exalto deixando mais lágrimas minhas caírem, de toda aquela mágoa que estou sentindo.

- Não posso deixar que me culpe por isso, Jihyo. Ela nunca foi uma pessoa pra você, que você pudesse levar pra vida,eu me meti sim e me meteria outras mil vezes,porque você é minha filha, eu amo você e botaria a mão no fogo e eu só quero o seu bem. - Se aproximou da cama.

- Assim como se fosse com Minji também, eu iria fazer o mesmo por ela,porque eu amo vocês e a última coisa que eu quero é que vocês tenham um relacionamento onde vem a sofrer. - Estica sua mão em minha direção, mas eu desvio e saio da minha cama.

- Eu não quero suas palavras de consolo. A única coisa que quero agora é ficar sozinha e não quero ver ninguém tão cedo. - Me ajoelho no chão pegando minhas malas de baixo da cama.

- O que vai fazer Jihyo? - Pergunta me olhando de maneira confusa.

- Eu irei voltar pra Inglaterra e não vou voltar tão cedo. - Apenas respondo.

Flashback Of

- E assim o fiz. - Contava enquanto recebia a atenção da mais nova pra mim. - Eu voltei pra Inglaterra, lá aos poucos eu tentava fazer as coisas e ..tentava não pensar no término, não tentava pensar em você ou lá na minha família que eu deixei pra trás. - Passei o dorso da mão em meu nariz. - Eu sei que você sofreu Sana,te fiz sofrer e muito, mas..eu acabei percebendo a burrada que eu fiz e isso era tarde demais e não daria pra consertar as coisas. - Brinco com meus dedos,com minhas mãos apoiadas em meu colo.

- O que houve? - Perguntou cuidadosamente.

- Eu comecei a me sentir mal,muito mal e
não entendia, talvez fosse porque eu tinha parado de me alimentar corretamente. - Dei uma pausa. - Passei a me concentrar na faculdade e no trabalho de meio período que eu tinha arrumado por lá, com isso, acabava que não me alimentava muito bem e, minhas amigas falavam pra mim ir ao médico porque eu poderia estar anêmica e não sabia. - Dei uma risada soprada. - E se..eu estivesse? - Olho pra frente.

Flashback On

Eu sei que preciso seguir o conselho de minhas colegas, para poder ir ao médico mas só que simplesmente não dá. Eu tenho um trabalho pra entregar,tenho que estudar pra prova e ainda terei que usar o Word,para fazer um PDF pra entregar a professora com regras,tópicos, explicações de todo o tema que estamos estudando em aula. Sem contar que tem o trabalho que eu acabei de começar em pouco tempo; que é secretária. Então eu tenho agendas para ver,tenho que verificar algumas coisas e mandar para o meu chefe que está irritado com minha demora;não o julgo.

Agora eu tenho que aguentar aquele olhar frio do meu chefe sobre mim,ele parecia me odiar de todas as maneiras,seu olhar mata a minha alma e isso não me agrada, estou preocupada se serei demitida.

Toda essa preocupação está me dando enjoo, não aguento essa sensação.

- Jihyo,está bem? - Pergunta Eunha;minha colega de trabalho.

- Você está pálida. - Se aproxima de mim.

Eu não sei o que aconteceu a seguir,tudo apenas escureceu,perdi todos os meus sentidos.

Assim que acordei,me dei conta de estar em um hospital,por estar em um quarto branco,não era totalmente um quarto, já que tinha outros pacientes ali dentro. Vi a Eunha ali comigo, estranhei isso.

- Jihyo! Nossa, você me preocupou e a todos do trabalho. - Realmente ela parece preocupada.

- Desculpa por isso. - Ponho a mão na cabeça,que estou com uma dor enjoada.

- Por que não me contou? Sei que estamos a pouco tempo trabalhando juntas,mas podia me contar,assim eu te forçaria a comer. - Ela se aproximou e pegou a minha mão.

- Contar o que? - Indaguei confusa.

Olhando em seus olhos olhos azuis,quase cinza tive certeza do que eu realmente estava,não podia acreditar que aquilo estava acontecendo naquele momento,o oxigênio pra mim começou a faltar na hora.

Flashback Of

- Então....ela..- Começa com o olhar perdido.

- Sim,ela é. Por isso que tranquei a faculdade e no...primeiro ano. - A interrompi e vi a morena botar as duas mãos no volante.

- Eu não sei o que dizer, Jihyo. - Ditou.

- Não diga nada..só vamos embora. - Volto a olhar pra frente.

Continuação....

Years Later | Danhyo e Sahyo G!POnde histórias criam vida. Descubra agora