06 - italiano de merda.

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Coloco a mão na cabeça ao sentir a pontada forte em minha nuca. Me sento na cama com os olhos ainda fechados e olho para o lado, vendo Kevin dormir tranquilamente.

Não sei como chegamos em casa, mas estamos no quarto dele, vestidos.

Eu gostaria de não ter sentido um sentimento maior por ele, saciei um desejo que queria a anos. Perdi minha virgindade com alguém que amo.

Porém.

Não alguém que me ama.

Suspiro fortemente e pego meu moletom e um short de laicra e entro no banheiro, tomando um banho morno.

Ouço batidas na porta ao enxugar meu pescoço.

- Oi?

- Vai demorar? - a voz de Kevin está grossa, provavelmente acabou de acordar.

- Não, já estou saindo! - aviso colocando meu shorts. - Bom dia - digo ao abrir a porta.

O mesmo me olha de cima a baixo e entra no banheiro batendo a porta. Confusa caminho até seu espelho e penteio meu cabelo.

Será que eu fiz algo de errado?

Que se dane.

Eu não fiz nada de errado.

Ou será que eu fiz?

Meu Deus, será que ele não gostou? Deus porque é complicado perder a virgindade?

Não tô nem ai.

Eu sou linda e gostosa.

Se ele não gostou, é problema dele.

E meu. - penso.

Suspiro fundo e saio do quarto indo até a sala de estar encontrando Leonardo e Louise.

- Bom dia! - sorrio ao ver os dois me olhando.

- Bom dia, dormiu bem? - tia pergunta se sentando ao lado de Leonardo.

- Sim... - me sento com dificuldade ao sentir minha intimidade doer.

- Está tudo bem? - Leonardo pergunta e sinto minhas bochechas esquentarem.

Olho para o mesmo vendo Kevin descer as escadas e me acomodo de uma maneira em que minha intimidade não doa.

- Estou sim, e o senhor? - bebo um gole de café.

- Também, por favor Kevin não se atrase! - ele olha para Kevin que se senta ao meu lado. - tchau meu amor, tchau Alissa! - o mesmo pega sua maleta e caminha até a saída.

Recebo uma mensagem de Dayan.
"Vamos logo se encontrar".

Suspiro e deixo meu celular em minhas coxas e começo a comer minha torrada. Loise se levanta e vai até a cozinha com um breve sorriso.

- Sua mãe está diferente, faz dias. - digo e pego um pedaço de doce de amendoim. - sabe, ela está meio distante e quieta - ele me olha enquanto mastigava. - a única coisa que ela faz é sorrir e acenar.

Quebro o contato visual e olho para frente focando na cozinha enquanto mordo meu doce. Entreito os olhos.

- Sua mãe é depressiva ou ansiosa? - pergunto virando novamente para o mesmo que me olhava feito um amador apaixonado por uma obra de Van Gogh.

- O que foi? - pergunto mas ele não fala nada.

- Minha mãe não é ansiosa, muito menos depressiva. De onde você tirou isso?! - ele sorri de lado e eu reviro os olhos dando de ombro.

- Se isso é o que você pensa. - termino de comer meu doce e me levanto.

- Alissa. - ele me chama. - sobre ontem, vamos agir como adultos e pensar que nada aconteceu.

Desejo AbissalOnde histórias criam vida. Descubra agora