chapter 23

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shin yuna.

— alô, yuna-ya?

eu estranhei, namjoon nim não costumava me ligar e dessa vez sua voz parecia trêmula e assustada.

— sim, namjoon nim. aconteceu alguma coisa? parece assustado.

— vocês todas podem vir pro hospital? é urgente, te explico quando chegar. vou te mandar o endereço por mensagem.

comecei a tremer, expliquei a situação pras meninas e saímos quase que correndo, hwasa também foi, ela também estava preocupada. todas estávamos receosas no carro, fui a primeira a colocar o pé pra fora, eu sentia que algo estava errado, meu coração estava doendo.

assim que cheguei, vi namjoon, beomgyu e sunoo de pé, e taehyun sentado parecendo ansioso. o chefe andava de um lado pro outro e percebi que sunoo tinha uma lágrima solitária no rosto.

namjoon me viu, sendo acompanhado pelos meninos, hwasa passou pela minha frente, abraçando o namorado.

— o que aconteceu, namjoon? — perguntei, segurando o meu choro pela garganta, era grave.

— hueningkai.. — não, não mesmo. o que kamal fez dessa vez? é incrível a capacidade desse ser humano de ser um completo idiota. — hueningkai estava perseguindo um suspeito numa escada, os dois acabaram caindo e o suspeito derrubou kai, resumidamente — ele fungou, e agarrou hwasa fortemente. minhas lágrimas estavam caindo agressivamente — a culpa é minha — ouvi ele murmurar pra namorada.

eu ri, não podia ser verdade, esse não era hueningkai, ele estava pregando uma peça pra me irritar. eu comecei a andar em direção aos quartos, não me pararam.

eu cheguei na frente de um, estavam colocando a maca pra dentro e enxerguei kai, suas costas estavam ensanguentadas e tinha alguns pequenos cortes no rosto, não podia ser.

quando colocaram ele no quarto, talvez estavam preparando algo pra dar banho nele ou algo do tipo, mas pude ver ele direito dessa vez, ele tinha dois cortes na sobrancelha, um em cada bochecha e um no lábio, estava com um negócio de respirar no nariz, não me recordo do nome agora. sua cabeça estava enfaixada e sua calça estava suja, imaginei que tinha feito exames de urgência nele. ah, e seu braço também estava enfaixado. ele iria xingar tanto quando acordar.

minhas pernas estavam trêmulas demais, quase que voltei arrastava pra recepção, hoje nós estamos lotando ali, por que não tem tanta gente, só a 5-0. assim que cheguei, procurei conforto nos braços de namjoon e hyejin, um abraço conjunto, deixei minhas lágrimas caírem sem medo, me sentia confortável ali.

— ele está horrível, namjoon nim. 

— ainda bem que não viu quando resgatamos ele, yuna-ya, tenho certeza que estava pior.

— vocês são responsáveis por kai kamal huening? — um cara vestindo jaleco perguntou, namjoon me pediu pra ir junto dele falar com o doutor — bom, hueningkai tem muita sorte, quedas como essa podem causar grande impactos na região da cabeça, o que poderia levar a um possível traumatismo craniano, mas a dele foi consideravelmente leve. ele quebrou duas costelas e o braço direito, teve pequenos cortes no rosto mas nada do que se preocupar, fizemos exames na região da cabeça e pelo visto não afetou muita coisa lá, mas que vai nascer um galo, vai. o paciente tem pequenos hematomas pelo corpo, principalmente nas costas e na parte da coxa. demos analgésicos um pouco fortes então acredito que ele só vá acordar lá pelas 20h, precisamos que um de vocês acompanhe o paciente e dê seu nome na recepção, agradeço.

o homem saiu, suspirei aliviada, hueningkai ficará bem. namjoon explicou a situação pro povo, que fez igual a mim. e depois começaram a discutir sobre quem ficaria aqui.

— gente — os olhares se voltaram pra mim — me deixem ficar aqui, por favor. eu preciso ir pro acampamento sabendo que hueningkai está bem. — saiu quase como uma súplica, acho que namjoon iria discordar, mas repensou — obrigada.

— vamos, eu te levo pra casa pra pegar algumas coisas. — taehyun sugeriu, balançando as chaves que eu sabia ser de huening por causa do chaveiro tosco de sorvetinho, lembro dele do dia que foi me buscar na escola. 

eu estava tão aérea que só me liguei quando cheguei em casa, entrei, e fui direto pro meu quarto, tirei tudo de dentro da mochila e deixei no chão de madeira, peguei meu cobertor de pelinho, uma roupa quentinha, carregador e minha escova e pasta de dentes, soquei tudo dentro da mochila e saí dali.

encontrei soohyun no meio do caminho, dei um rápido abraço nele e expliquei a situação, ele ficou extremamente preocupado, mas tentei aliviar ele dizendo que ia mandar notícias pelo kakao.

entrei no carro de hyuka e ele voltou pro hospital.

[•••]

suspirei, estava no quarto dele. tinha acabado de entrar, me aconcheguei na poltrona totalmente desconfortável dali. ouvi um resmungo ou algo parecido, estranhei, olhei pra hueningkai e segurei sua mão. nada. quando ia tirar minha mão da dele, um aperto não deixou. hueningkai abriu os olhos, me vendo na sua frente e depois olhou em volta e tentou levantar, o impedi.

— não deveria fazer isso. — sugeri — está com dor? — questionei, vendo o mesmo fazer uma careta.

— dói.. quando eu respiro.

— eu acho que é normal, quer dizer, você fraturou duas costelas, então seria o usual você sentir essa dor, eu imagino. — ele arregalou os olhos — eu vou chamar o médico.

saí do local, dando um pouco de privacidade pra kai e também indo procurar o médico que até agora não tinha me dito o seu nome.

— oi, é o médico de hueningkai, certo? ele acordou, achei que quisesse vê-lo. — disse pro doutor bonitão, ele tinha pele bronzeada e um cabelo castanho lindo que parecia bem macio.

— ah, claro! enquanto eu converso com ele, você pode ir comprar alguma coisa na lanchonete que tem aqui perto — aconselhou, dando um sorrisinho de lado.

aderi a sugestão, saidno do hospital indi em direção à lanchonete. lá comprei um pedaço de bolo junto de um capuccino, comendo ali mesmo. pedi um pedaço de bolo pra viagem, era um bolo de massa branca com morango, bem levinho, sabia que hueningkai não poderá comer muita coisa boa, então decidi levar esse pra ele.

eu voltei com o pacote e não fizeram tanta questão de olhar o que tinha dentro. e se eu fosse um assassino e dentro do pacote estivesse uma arma? certamente falarei isso pra namjoon mais tarde.

cheguei na sala e hueningkai estava com uma enfermeira que tentava fazer ele comer, o que era totalmente falho:

— pode deixar aí, eu convenço ele — pronunciei um pouco alto, pra ela notar minha presença. pude notar a mesma respirar feliz que tinha alguém aqui. — não devia rejeitar comida, kai.

— devia aprender com sua namorada, senhor huening — a menina sugeriu, saindo em seguida, deixando-me totalmente vermelha e hueningkai emburrado.

— deveria chegar em outras horas, shin. quase estava fazendo ela me dar o número. 

— não para de flertar nem todo quebrado, não é? — sorri — se comer o que ela te deu, eu te dou isso aqui e tenho certeza que vai gostar. — falei enquanto tirava a pequena embalagem transparente do saco, colocando longe do alcance dele. 

— acho que eu vou ter que comer isso. — ri, eu podia ouvir o nojo em sua voz. a comida que eles dão nos hospitais daqui são realmente horríveis.

Dᥲᥱgᥙ 5 0 |ƬXƬZY|Onde histórias criam vida. Descubra agora