Um ato de amor

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Lorenzo estava sendo para Ravini o que ninguém jamais foi.
Dormia com ela todas as noites, segurava à sua mão quando sentia medo e nunca abandonava a filha em momento algum, quando ela pensava em fraquejar, ele estava ao seu lado apoiando.

- Papai, já está conseguindo ver a minha barriga? - perguntou Ravini.

- Um pouco, parece que engoliu uma laranja.

- O que vou dizer à ele quando crescer? Que o seu pai é um fantasma? Que eu nem sei quem é?

- Você vai dizer que ele tem o melhor avô do mundo e a mãe mais incrível e linda de todo o planeta. Ele será filho da Gigante da Soja. Quer melhor que isso?

- O senhor não existe, papai!

- Oi, como vai a mamãe mais linda
desse mundo? - perguntou Stevan.

- Oi, Stevan, entra. - disse Ravini.

- Nossa, sua barriguinha está começando a aparecer.

- Meu pai me disse que engoli uma
laranja.

- Pode ser um melão, parece que esse menino está comendo fermento. - disse
Lorenzo.

- É um menino? - perguntou Stevan.

- Ainda não sei. - falou Ravini.

- Deixa eu cuidar de vocês, Ravini, eu assumo o bebê, prometo amá-lo mais que a minha própria vida. - disse Stevan, com aquele amor que nunca deixou de existir.

Como ele a amava, era impressionante! Stevan nem quis saber com quem ela havia dormido, só sentia vontade de
protegê-la de todo aquele sofrimento.

- Não precisa me aceitar como namorado, eu só queria ficar perto de vocês. Me aceita? - falou Stevan.

- Stevan, você é o sonho de qualquer mulher. Como pode ser assim tão
perfeito? - disse Ravini.

Após aquele pedido ele nunca mais se separou dela. Cuidava, amava, levava ao médico e acompanhava todas as
ultrassonografias.

- E um menino, Ravini. - disse o médico.

- Um menino, doutor? - perguntou Ravini.

- Sim, um meninão, olha aqui.

- O meu filho é um menino? - perguntou Stevan.

- É sim, Stevan. - disse o médico.

Os dois se olharam com tanta ternura, aquele momento era único para ambos.

- Como eu amo vocês, chega a doer meu peito! - disse Stevan.

- Nós também te amamos! - falou Ravini.

A vida seguia, mas as lembranças daquela noite de amor nunca saíram das suas lembranças.

- Lorenzo, chegamos, corre aqui. - falou Stevan.

- O que foi, Stevan?

- Você será vovô de um meninão lindo!

- Um menino, igual ao meu Doni?
Esperei tanto por isso!

Parecia um sonho, ele sempre acreditou que Ravini e Doni teriam filhos para ele amar.

- Meu neto, eu nem acredito, que felicidade, filha! - falou o vovô mais bobo desse mundo.

- Sabia que o senhor ficaria feliz. - disse Ravini.

- Meu coração não aguenta de tanto
amor.

- Calma, papai, senta um pouco. Stevan, pega água para ele. - falou Ravini.

- Meu amor, esse filho é do Doni? - perguntou Lorenzo.

- Papai, eu não sei.

- Meu filho pode estar vivo? Ele não
faria isso comigo!

- Eu achei que era ele, mas o senhor não iria acreditar.

- Filha, o Doni nunca foi encontrado.

- Mas ele não ia me abandonar.

- A água, Lorenzo, bebe um pouco. - falou Stevan.

- Eu vou me deitar. - falou Lorenzo.

Ele subiu ao seu quarto e pegou a jaqueta que estava no closed.

- Você não ia fazer isso comigo, Doni, não comigo, filho!

Como doía aquela incerteza e medo de ter vivido uma mentira por tantos anos.

- Se você estiver vivo, eu vou te encontrar, eu te amo tanto, filho, seja quais foram as suas razões, eu te amarei para sempre.

Os meses se passavam e Ravini já entrava no quinto mês, a barriga estava imensa.

- Até para andar está ficando difícil. Onde está indo, papai? - perguntou Ravini.

- Vou viajar por uns dias, resolver
negociações de soja. - falou Lorenzo.

- Já estou com saudades.

- Logo estarei de volta, nem vai dar
tempo da barriga crescer mais um
pouco.

- Pode ir Lorenzo, eu cuido da Ravini, o Álex e o Arthur estão me ajudando com a soja. - falou Stevan.

Lorenzo saiu em busca do filho, não falou nada à Ravini. Algo havia tocado o seu coração, ele queria descobrir porquê a sua ferida havia sido aberta novamente.







Meu DoniOnde histórias criam vida. Descubra agora