A perda de um amor

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- Papai, eu já estou pronta, o Doni
já está no altar? - perguntou Ravini.

- Que princesa linda! Ele foi rapidinho até a lavoura, já está voltando.

- Ele saiu, papai?

- Sim, mas já está chegando, não se preocupe.

Todos os convidados já haviam chegado e uma hora se passou desde o momento que ele havia saído.

- Meu amor, vou com o Alex e o Arthur procurar o Doni, já estou preocupado. - disse Lorenzo.

- Papai, eu estou com um aperto no peito. - falou Ravini.

- Calma, meu amor, ele deve estar resolvendo alguma coisa.

Quando iam saindo, dois trabalhadores chegaram com o carro dele todo sujo de sangue e com marcas de tiro.

- Seu Lorenzo, encontramos o carro do Doni próximo à lavoura de soja. - disse um dos funcionários da fazenda.

- E onde está o meu filho? - perguntou Lorenzo.

- Só encontramos o carro e muito sangue no chão, alguém fez muito mal à ele.

- Não! Eu quero o meu filho. - gritava Lorenzo.

Ravini escutou os gritos de desespero do pai e desceu as escadas correndo.

- Onde está o Doni? - perguntou Ravini.

- Não sabemos, Ravini. - disse Álex.

Quando ela viu o carro naquelas condições, o seu peito parecia que estava sendo rasgado de tanta dor.

- Papai, onde está o meu Doni? Eu quero o meu amor. - dizia Ravini, tomada pela dor.

Ela gritava de desespero vendo aquele sangue sujando o seu vestido.

- Doni! - ela gritava desesperada.

De prontidão, todos os convidados saíram à procura do rapaz, que sem sucesso, voltaram sem encontrá-lo.

- Não encontramos, senhor Lorenzo. - disse um funcionário.

- Ele tem que estar em algun lugar, meu filho é um homem bom, porquê isso? - falou Lorenzo.

Ele foi procurado por muitos dias, sem sucesso algum.
Ravini ia todos os dias à lavoura procurar por ele, seus olhos tristes traduziam o sofrimento de alguém que teve o seu sonho destruido daquela forma.

- Meu amor, porquê você me deixou? Como eu vou conseguir viver sem você? Não me deixa desse jeito, eu não consigo nem respirar direito, sempre tive você por perto. - dizia Ravini.

Ela passava todos os dias onde o carro foi encontrado e uma cruz com rosas foi deixada pelos trabalhadores que sofreram com a sua partida.
Após o acontecido, Lorenzo ficou muito debilitado, vivia à base de remédios e cercado pelo amor de Ravini.

- Papai, eu estou aqui, trouxe seu café.

Seis meses já haviam se passado após o dia do casamento, Ravini tomava conta de tudo, tinha aprendido com Doni e também estava concluindo à faculdade de agronomia.

- Maria, cuida do papai, eu tenho tanta coisa para fazer hoje. - falou Ravini.

- Pode deixar, Ravini, ele está bem melhor. E você, como está?

- Hoje fazem seis meses que o Doni se foi, meu peito dói tanto, ele me deixou um vazio que não consigo preencher com nada.

- Nunca encontraram nenhuma pista?

- Não! Como pode alguém fazer isso com o Doni? Ele sempre foi querido por todos.

- Você é muito guerreira, suportar tanta dor e ainda cuidar dessa fazenda gigante.

- Ele amava tudo isso, eu tenho a obrigação de fazer o melhor. Meu pai, mais tarde eu volto, te amo muito, come tudo viu.

- Eu também amo muito você, se cuida, eu só tenho a ti. - falou Lorenzo.

- E eu, ao senhor.

A dor da ausência de Doni era sem tamanho. Ela passava os dias entre as plantações de soja e a conclusão da sua faculdade. Tomava conta daquilo
que ele mais amava e sentia a sua falta todos os dias. Plantios e colheitas eram feitos e sempre que olhava para tudo aquilo, ele vinha a cabeça.

- Amor, ainda dói muito, quando vai passar? Você sempre estará aqui dentro, mesmo que se passem anos eu te amarei como sempre fiz. Como eu queria te ver. Por que me deixou? - falou Ravini, com os olhos tristes e distantes.

Álex e Arhur estavam ajudando Ravini na fazenda, a perda de Doni fez com que eles percebessem que precisavam estar ao lado dela, apoiando e ajudando no que fosse possível.

- Maninha, os plantios já foram feitos. - disse Arthur.

- Não sei o que seria de mim sem vocês, obrigada por tudo, meninos.

- Nós iremos te ajudar para sempre. - falou Álex.

- O Doni ia gostar de vê-los trabalhando. - disse Ravini.

- Você nos ensinou muito bem, ele iria ficar orgulhoso. - falou Arthur.

A maldade de Luci acabou com a vida dos dois, mas o sentimento ela nunca irá conseguir apagar.







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