Capítulo 12- Aquele que Jade aparece

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- O que você faz aqui? - o tom de voz da ruiva denunciava o quão irritada ela estava naquele momento. Bastou olhar para aquela mulher ali sentada, em seu lugar de trabalho, para sua alegria sumir.

- Bom dia, pra você também - diz a loira em deboche.

- Muito cinismo de sua parte aparecer assim depois de ano, Jade.

-Eu senti saudades querida - a mulher tinha os cabelos cortados um pouco acima dos ombros, olhos azuis como o céu, os lábios pintados vermelhos sangue, e a jaqueta de couro como Hope adorava em seu corpo. As tatuagens que cobriam suas mãos estavam maiores. Essa era uma das paixões que tinham em comum, tatuagem.

A jornalista olhou cada detalhe, depois de quase dois anos ela continuava a mesma, o mesmo sorriso debochado.

- Vá se foder, Jade.

- Adoraria me foder com você. - a loira se levanta. Suas mãos tocam nos ombros da ruiva, seus lábios tocam sua orelha - Você continua linda.

- E você cínica. Me diz logo o que veio fazer aqui. - as madeixas foram jogadas pro lado, como de costume o óculos foi ajeitado em seu rosto.

- Vim para que possamos recomeçar.

Hope joga a cabeça para trás soltando uma gargalhada, a risada não era nada forçada, era tão natural que deixou a outra com uma cara de tédio a fitando.

- Não há nada para recomeçar. Você escolheu me deixar, você escolheu partir sem me dar uma explicação. Agora some da minha sala antes que eu chame os seguranças. - esbravejou sentindo seu sangue ferver. Jade tinha conseguido tirá-la do sério em segundos.

- Ok, eu vou, mas eu volto. - a mulher se inclina para beijar seus lábios, mas a jornalista vira o rosto fazendo os lábios tocarem sua bochecha. - tchau querida - a mulher sorri debochada se retirando da sala.

Hope se joga em sua cadeira, solta o ar com calma, massageando sua têmporas. De repente sentiu uma enxaqueca forte.

- Que inferno - rosnou com raiva. Tentou se concentrar no trabalho, mas estava difícil com a insuportável dor que sentia, acabou saindo mais cedo do trabalho, quem sabe algumas horas de descanso, conseguiria fazer tudo na parte da tarde.

Quando chegou em casa, a primeira coisa que fez foi se livrar da roupa e fechar todas as janelas do quarto, sem deixar nenhuma claridade entrar. Entrou debaixo das cobertas e ficou ali pensando na péssima manhã que estava tendo. Jade, tinha sido uma namorada, as duas tiveram bons momentos juntas, a mulher sabia como deixar a Mikaelson bem, como acalmá-la com um simples abraço, ficaram um pouco maia de um ano juntas, o suficiente para se amarem de corpo e alma, eram um casal feliz, até que um dia qualquer Jade decidiu sair de sua vida. Hope nunca soube bem o porquê, a mulher simplesmente sumiu. O apartamento voltou a ficar vazio, e Hope sentia a falta de ter alguém ali.

As coisas voltaram para os trilhos quando conheceu Josie Salvatore, quando pôs seus olhos nela, não tinha dúvida que a mulher era perfeita. Não nutria mais nenhum sentimento pela ex, a não ser ódio.

A jornalista acordou se sentindo mais calma, a soneca tinha lhe feito bem. Sentiu os pés tocarem o piso gelado, procurou por um moletom, e prendeu o cabelo. Precisava pintar um pouco antes de voltar para o trabalho. O relógio marcava ser um pouco mais das onze da manhã. Caminhou para fora do quarto, preparou as coisas para fazer o café, depois checou algumas mensagens perdidas em seu celular. Uma era de Penélope perguntando se ela estava bem, outra de sua mãe com os bons dias de sempre, e uma de Josie.

Bom dia, querida. Obrigada por ontem, amei passar o domingo com você - J

Nos vemos à noite, certo? - J

Há, bom trabalho. XoXo - J

Com os braços cruzados em cima da bancada, Hope fechou os olhos, céus, estava sem cabeça para sair de casa, mas como desmarcar algo com suas meninas. Suas meninas, a mesma sorriu com os pensamentos. Ajeitou o óculos no rosto.

Sim, nos vemos à noite, linda - H

Já estou com saudades - H

A mulher prende os lábios entre os dentes enviando aquela mensagem. Se perguntava se estava sendo melosa demais, tinha nem vinte e quatro horas que tinha deixado a Salvatore no trabalho. Mas não deixava de ser verdade aquela mensagem, precisava do seu abraço. Deixou o celular de lado, voltando para o seu café. Colocou uma grande quantia em seu copo térmico, pegou o celular e caminhou até o seu ateliê improvisado.

A música In My Head, começou a tocar em seu celular. Puxou a manga de seu moletom, e com a paleta de cores na mão, Hope começou a dar vida a mais um de seus desenhos, mas esse era um em especial.

[...]

- Eu preciso que me mande aquela entrevista que fizemos na sexta-feira. - Hope ficou em silêncio esperando a mulher do outro lado da linha.

- Achei aqui, estou enviando agora para o seu email, Srta Hope.

- Ótimo Alyssa, confere se estão as perguntas juntas por favor. Acabei deixando meu caderno de anotação em minha sala. Qualquer dúvida pode me ligar, estarei com o celular ligado.

- OK, até qualquer hora, chefe.- a ligação logo foi encerrada.

Por volta das 15hs a jornalista pediu seu almoço e voltou para o trabalho, tinha muitas coisas para se fazer ainda, conectou o celular com baixa bateria no carregador, e se sentou no sofá com mais um copo de café em mãos. Passou o resto da tarde ali, quando deu por si, o dia já tinha escurecido. Pegou uma bolsa e colocou algumas mudas de roupas dentro. Enrolada em seu roupão acendeu um cigarro, sentiu os músculos relaxar.

Da sacada de seu quarto ficou observando os prédios em sua volta, o céu cheio de estrelas, e não pode deixar de pensar como seus dias estavam sendo melhores desde que conheceu Josie. Permitiu que um sorriso surgisse em seus lábios, soltou a fumaça branca no ar, e só pedia para que Jade sumisse de novo de sua vida, pois nada poderia atrapalhar sua felicidade ao lado de Josie Salvatore.

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