cap 7

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AMBER

- Droga! - Resmungo quando acerto uma bola na trave do gol -

    Graça a Deus o tempo deu uma mudada! Agora tá nublado diferente de hoje de manhã que tava um sol da desgraça!

    Eu estou sozinha no campo. Normalmente no final semana as pessoas vão visitar suas famílias, poucas ficam na faculdade. E as que ficam, ficam dentro do quarto. Eu até ia passar o final de semana com a minha família, mas depois de ontem preferi ficar por aqui. Aliás como eu ia explicar oque aconteceu pra minha família?!

  "Oi gente! Então, sabe ontem a noite eu vi meu professor de química com uma faca bem no meio do peito!"

  

- AHH!! - Eu gritei com raiva já que tinha errado o menso lance denovo -

   Eu não acredito que saí lá da Argentina pra vim aqui pro Flamengo e ser um completo desastre!...
Porque eu não dou conta de ser boa?  Talvez seja só questão de tempo... Ainda tá no início da temporada. Eu vou dar conta!

- Tá tudo bem Argentina? - Escutei uma voz masculina vindo de trás de mim olhei pra trás e vi ninguém mais ninguém menos que -

- Arrascaeta? - Me levantei -

- Porfavor, me chame de Arrasca. Ou como vocês falam: Arraxca
- ele se aproximou- Eaí? Tá treinando?

- Sim. Pelo menos é oque eu tô tentando fazer! Eu acerto todas. Mas tem um gol que eu não tô dando conta de fazer! Ou vai na trave ou sai fora
- Disse em um tom meio decepcionada -

- Que gol? - Ele cruzou os braços -

- Fora da área. É ridículo, eu sei!
- coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e desviando o olhar -

- Nada haver! Todo jogador ou jogadora, tem uma coisa que não consegue fazer!
- ele disse simples-

- Sei...

- É sério! Tipo, eu, sou um desastre no pênalti! Raramente cobro e quando eu cobro eu erro!

- Mas é diferente! Tipo, pênalti é normal ser ruim. Agora, gol fora da área, sen goleiro, sem zaga e sem marcação?!
- disse indignada -

- Então faz o seguinte, eu só saio daqui depois que eu acerte um pênalti e você acerte um gol fora da área. Ok?
- ele estendeu a mão pra mim -

-... Ok! - Apertei a mão dele -

 
   Ficamos horas tentando acertar o gol. Eu era a goleira do Arrasca e ele era meu goleiro. Mas parece que quanto mais tempo passava pior eu ficava! Diferente dele que não parava de fazer gol. Pelo visto essa história de ser ruim em pênalti era furada!

   O sol já estava quase se pondo e eu ia sugerir deixar o combinado para amanhã. Mas quando Arrasca foi bater denovo, ele deu uma parada, colocou a mão na cintura, fechou os olhos, respirou e depois olhou diretamente para bola. Deu alguns passos pra trás e correu em direção à bola que entrou no gol pertinho da trave, denovo. O mesmo saiu comemorando

Tudo (menos) isso | Pedro Guilherme Onde histórias criam vida. Descubra agora