01. Hazza

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Louis Tomlinson



— Ande, Louis! Não temos a tarde toda! — Minha mãe apressou.



— Eu não sei qual escolher. — Choraminguei enquanto olhava ao redor. — Todos esses gatinhos são lindos e merecem um lar mas não são como eu queria. — Olhei mais uma vez para os gatinhos no espaço de recreação.



— E como você queria? — A atendente do abrigo perguntou parecendo muito atenciosa e paciente.



— Não sei bem como explicar. — Dei de ombros e suspirei.



— Temos alguns gatos que trouxeram para nós hoje de manhã. A maioria deles estavam na rua e com vários machucados. — Nos guiou até a parte de trás do abrigo. — Eles também estão para adoção mas requerem um pouco mais de cuidados.



Encarei todos aqueles gatos enjaulados, com arranhões e realmente machucados.



— Como podem estar todos tão machucados? É difícil acreditar que algum ser humano seria tão cruel. — Minha mãe negou com a cabeça e suspirou triste.



— Muitas pessoas pegam gatos e depois de um tempo abandonam na rua. — Eu mesmo a expliquei. — Pessoas sem coração, isso sim. — Formei um bico com os lábios e girei meu corpo para analisar os gatinhos. — E aquele? — Apontei para uma jaula separada das outras no fim do corredor.



— Este parecia muito assustado então decidimos colocá-lo separado dos demais. Ele não deixa que nenhum cuidador se aproxime, por isso temos sempre que aplicar um sonífero.



— Posso vê-lo?



— Querido, acho melhor não. Vai que ele te estranhe e resolva te arranhar? O coitado está muito traumatizado. — Mamãe aconselhou e acariciou meus cabelos como se eu fosse uma criança.



— Eu não me importo, ele só deve estar muito assustado. E se ele for o único a não ser adotado? — Encarei a pequena bola de pêlos encolhida em um dos cantos da jaula. — Eu sei o que é se sentir afastado das pessoas por simplesmente não conseguir atender as expectativas. Sei o que é ser mal interpretado pelas pessoas que nem se dão o trabalho de tentar conhecer.



— Tudo bem, não vou te dizer o que fazer, é você que vai cuidar mesmo, espero que arrange um jeito de levá-lo com você para a faculdade. — Mamãe murmurou.



— Está bem, mas se ele mostrar algum comportamento agressivo, teremos que aplicar uma injeção e fechar a jaula mais uma vez. Não queremos que ele machuque ou se machuque. — Concordei com a cabeça e voltei minha atenção para o gato.



— Qual o nome dele?



— Nós achamos uma coleira perto dele, dizia que seu nome é Harry Styles. Um nome bem longo para um gato. — Riu nasalado. — Mas se você resolver adotar vai poder dar outro nome de acordo com sua preferência. — Assenti e me agachei em frente a jaula.



— Louis Tomlinson, não vamos adotar um gato agressivo. — Mamãe avisou e olhou desconfiada para o pequeno gato.



— Ei, gatinho! — Afinei a voz e passei a mão de leve por seus pêlos. — Eu sou o Louis. — Sorri quando o gatinho abriu os olhos. Pareciam pequenas bolinhas verdes e brilhantes. — Não vou machucá-lo. — Sussurrei ao que o mesmo soltou um miado descontente e se encolheu.



— Louis, tome cuidado! — Mamãe repreendeu. — Ele não parece muito contente com a aproximação.



— Ele é um bom gatinho, mãe. Não vai me machucar. — Acariciei entre suas orelhas. — Não é mesmo, Hazza? — Sentei no chão em frente a jaula e cruzei as pernas. — O que fizeram com você? — Analisei os ferimentos nas pequenas patas e suspirei triste por seu estado.



O gato soltou um miado manhoso e se encolheu.



— Eu te machuquei? Será que eu machuquei ele? — Arregalei os olhos e soltei sua patinha. — Me desculpe, gatinho. Não foi minha intenção. — Recolhi minha mão rapidamente.



— Vamos, filho! Teremos outras oportunidades. Você encontrará o gato perfeito para adotar.



— Mãe, eu quero o Hazza. Eu o quero! — Fiz um bico e minha mãe revirou os olhos para mim.


— Um garoto desse tamanho sendo uma criança teimosa. — Resmungou.



Vi o gato caminhar, ainda hesitante, até a minha mão e esfregar a cabeça ali.



— Viu? Eu disse que ele devia estar só um pouco assustado. — Me atrevi a pegá-lo no colo e o gatinho chiou mas não lutou contra.



— Louis, tome cuidado! — Mamãe ralhou.



— Ele gostou de mim, mãe. — Murmurei contente quando o gato enrolou a calda em meu braço e fechou os olhos. — Eu quero ele. — Sorri enquanto o acariciava.



— Tem certeza disso? — A dona do abrigo perguntou cuidadosamente e o gato se esticou, tentando arranhá-la.



— Tenho! — Respondi firme.



A mulher assentiu e tentou pegar o gato das minhas mãos.



— Acho que o Hazza não quer ir com você. — Sorri sem graça quando o gato chiou e se agarrou a minha camiseta.



— Acho que ele gostou apenas de você. — Riu e afastou as mãos. — Está tudo bem. Fico contente que conseguimos achar um lar para ele. É um gato extremamente bonito.



— Eu sei disso. — Sorri grande e acariciei o gato. — Você é um gatinho! — Beijei sua cabeça e ri da minha própria bobeira.



— Irão querer os curativos, ração, brinquedos...? Podem dar uma olhada na nossa loja se quiserem. — A mulher perguntou parecendo extremamente animada.



— Sim. — Mamãe suspirou cansada. — Se vamos levá-lo temos que ter tudo que é preciso.



— Eu cuidarei desses arranhões. Vou cuidar dele. — Sorri na direção das duas. — Vocês vão ver que logo mais o Hazza estará saudável e um gatinho bem gordinho. — O gato chiou e eu ri. — Okay, um gatinho saudável e em ótima forma.



...

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