18. Gatinho Malvado

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Corri pelos corredores até o banheiro assim que o sinal para o intervalo tocou. Tive o cuidado de olhar em baixo de todas as portas antes de me trancar em uma das cabines.


Suspirei cansado antes de apoiar a mochila no vaso e abrir. — Okay... O que você está fazendo dentro da minha mochila? — Cruzei os braços ao encarar Harry.


— Non queria ficar sozinho. — Harry resmungou e voltou a sua forma humana depois de pular de dentro da mochila.


— Eu já disse para você que é perigoso. Alguém pode te achar e descobrir que você é na verdade um híbrido de gato.


— Mas Harry veio como gato. — Bufou e começou a se alongar.


— Mesmo assim! Colégio não é lugar para levar bichinhos de estimação! Eu posso levar uma advertência ou até mesmo uma suspensão se descobrirem que você está aqui. — Cruzei os braços. — Tem que parar de ser tão teimoso.


— Para de brigar com o Hazza, Lou. — Estreitou os olhos. — Queria que Hazza não viesse para non atrapalhar com a menina de rosto sujo.


— O rosto dela não está sujo, aquilo se chama maquiagem. — Ri levemente e neguei com a cabeça.


— Está sim! — Cruzou os braços. — E isso non importa.


— Está com ciúmes? — Sorri maldoso.


— Hazza non sabe o que é. — Empinou o nariz.


Harry olhou ao redor da cabine e torceu o nariz.


— Banheiro? — Perguntou ao apontar para o vaso atrás de mim.


— Sim, é o único lugar que eu pensei para poder brigar com você. — Fechei os olhos e encostei minha cabeça na porta.


— Non pode brigar com o Hazza, blue. — Disse com uma voz manhosa.


— Eu realmente não sei o que fazer com você agora. Imagina se te descobrem? E se descobrissem você desta forma? Eu não sei como dar um jeito de fazer você sumir. — Suspirei.


— Está falando com o seu pau, garoto? — Me assustei com uma voz do lado de fora.


— Acho que alguém não está sabendo como lidar com uma ereção. — Um outro garoto riu.


— A única coisa que você tem que fazer é movimentar as mãos para que ela vá embora. —  O primeiro garoto zombou.


Fiquei em silêncio por uns bons minutos até escutar as risadas ficarem distantes e a porta do banheiro bater.


Suspirei em alívio e encarei Harry.


— Foi quase... — Passei as mãos pelos cabelos. — Volte a sua forma e entre dentro da mochila.


Harry me encarou com uma expressão de tédio.


— Hazza quer andar por aí, Lou. Non quero ficar na mochila. — Revirou os olhos em teimosia.


— Mas é assim que vai ser. Não era para você estar aqui, e eu já disse o que vai acontecer se descobrirem.


— Mas Hazza vai ficar só na forma de gatinho, Lou. — Fez beicinho e me abraçou. — Hazza tá pelado. — Riu como se fosse a coisa mais engraçada do mundo.


— Harry... — Resmunguei ao desviar os olhos de seu corpo. — Você está sendo um gatinho malvado. — Harry fez beicinho e eu o abracei de volta, respirando o cheiro de seus cabelos. — Se eles te verem...


— Hazza sai correndo, prometo. — Esfregou a bochecha contra minha blusa.


— Okay... — Suspirei e fiz carinho em seus cabelos. — Apenas espere todos voltarem para as salas, não deixe que ninguém te veja e o mais importante, quando ouvir um sinal tocar, se esconda atrás do bebedouro que eu vou te pegar e levar para a casa, okay? — Assentiu.


— Obrigado, Lou. — Sorriu.


— Agora volte a sua forma de gato e entre dentro da mochila.


Harry fez o que eu mandei e entrou mais uma vez dentro da mochila.


— Faça o que fizer, não saia daí até eu falar que pode. — Fechei a mochila e sai de dentro da cabine dando de cara com dois garotos.


— Ainda estava falando com o seu pênis? — O garoto zombou e eu corei.


— Com licença. — Saí andando rápido e de cabeça baixa.


— Não precisa ter vergonha não! Pelo menos ele funciona! — O garoto gritou enquanto eu saía.


Maravilha!


...


💚

Cute Kitten | Larry | Louis TopsOnde histórias criam vida. Descubra agora