Dois

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  Adormeci após a pequena história da senhora, quando acordei o sol estava forte no céu, vi no canto do quarto uma roupa em um manequim

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  Adormeci após a pequena história da senhora, quando acordei o sol estava forte no céu, vi no canto do quarto uma roupa em um manequim. Com cuidado pus a roupa que parecia ser feita dos mais delicados tecidos, a calça preta junto a camisa também preta e com rendas tão delicadas, o colete vermelho sangue parecia tão lindo. Sorri me vendo no espelho, olhei para a penteadeira vendo uma delicada tiara com pedras vermelhas e tão delicada, me sentei em frente ao espelho e penteei meus fios dourados com cuidado.

  Acabei por deixá-los presos caindo pelo meus ombros, pus a tiara e sorri me sentindo bonito.

  A porta foi aberta e a senhora entrou, ela sorriu me olhando com olhos brilhantes.

ㅡ Você parece um príncipe. ㅡ Corei com seu elogio. ㅡ O café da manhã já está servido querido, venha.

  Assenti e a segui pelos corredores do castelo, era lindo e cheio de flores brancas por todos os lados, o sol trazia uma aura brilhante para cada pedra, suspirei sentindo falta de meu pai, ele gostaria de ver este lugar e descrevê-lo em um livro.

   Paramos no salão, onde havia uma grande mesa cheia de fartura, diversas comidas e bebidas, a senhora me levou até a cadeira e puxou para que eu sentasse. Agradecido eu me sentei e olhei para a comida, não comia desde o dia anterior e meu estômago doía.

  A porta do salão foi aberta, o grande lobo passou por ela carregando um servo, engoli seco me encolhendo, não por medo e sim surpresa ao ver que ele era muito maior do que me recordava da noite anterior, seus olhos vermelhos me fitaram espalhando o arrepio pelo meu corpo.

ㅡ Vejo que aproveitas o meu castelo ㅡ sua voz ecoa por minha mente.

ㅡ Fiz o que fiz por amor ao meu pai, senhor ㅡ sussurrei levando minha mão ao coração. ㅡ Espero que cumpra sua palavra.

ㅡ Posso parecer um monstro, mas tenho honra!

ㅡ Acredite, não lhe vejo como um monstro ㅡ fui sincero em minhas palavras.

  Ele um dia fora um homem como qualquer outro, era um alfa como todos e por punição virou uma fera. O lobo rosnou jogando o servo longe.

ㅡ Não preciso de sua pena!

ㅡ Mas a terá! ㅡ retruquei me erguendo.

  A fera negra uivou de raiva correndo pelos corredores, suspirei sentindo meu coração querer sair de minha boca, a pequena senhora soltou risadinhas me olhando.

ㅡ Vocês anjos de fios dourados são realmente corajosos, mesmo depois de dez gerações continuam tão audaciosos ㅡ ela disse em meio a risos.

ㅡ Existiriam outros como eu? ㅡ perguntei com curiosidade.

ㅡ Sempre existirá ômegas como você para uma fera como ele. ㅡ Ela sorriu gentil. ㅡ Eram gentis e valentes, como cavalos indomáveis.

  Sorri sentindo meu peito se aquecer, porém ela suspirou pesado.

ㅡ Porém eles se foram a muito tempo, deixando para trás lembranças que nunca quero esquecer.

  Assenti, por fim dei início ao meu desjejum.

[...]

  A senhora me deixou dando-me permissão para explorar o castelo, menos a torre do norte, o que me deixou curioso. Andei pelos corredores extensos até parar em uma grande porta dourada com desenhos bem detalhados, com dificuldade empurrei a porta vendo mais um salão.

 Porém nele havia pinturas, de diversos ômegas com as mesmas características que eu, todos tinham cabelos e olhos dourados, homens e mulheres, todos com semblantes amáveis e calmos, roupas luxuosas e jóias perfeitas.

   Embaixo de cada retrato havia uma jóia diferente, com uma cor diferente e formato.

  Tudo era tão delicado.

ㅡ Então esses foram os outros? ㅡ perguntei a mim mesmo.

   Passei um bom tempo decorando cada traço presente nos singelos retratos, logo em seguida me retirei com o coração pesado de nostalgia, no qual eu não conseguia me lembrar o porque estava sentindo. Mais uma porta grande e dourada e nela havia uma imensa biblioteca.

  Suspirei maravilhado, andei pelas estantes gigantescas vendo diversos títulos e autores, parei em um corredor vendo um grande retrato escondido, era um homem de cabelos negros e olhos tão escuros quanto, seu olhar era rude e seu corpo coberto por uma manta vermelha, olhei para baixo vendo algo escrito.

  Me aproximei tocando o retrato e sentindo meu corpo estremecer.

ㅡ Jeon Jungkook I ㅡ sussurrei a escrita em dourado.

   Um rosnando profundo me fez pular, olhei para trás vendo o lobo negro deitado debaixo da janela, a luz do sol fazia seus pelos brilharam como vidro puro, seus olhos estavam cravados em mim.

ㅡ És um ômega curioso ㅡ a fera praguejou.

ㅡ Faz parte de quem eu sou ㅡ resmunguei arteiro ㅡ, és um senhor resmungão!

ㅡ Sim, garoto, sou resmungão. ㅡ O lobo mostrou seus dentes. ㅡ Vá comer, passou tempo demais explorando essas paredes.

  Olhei para o lobo e então me voltei para o retrato.

ㅡ É você, não é? ㅡ Pisquei atordoado. ㅡ O homem no quadro.

ㅡ Vá.

ㅡ Devo dizer que tens uma beleza estonteante.

ㅡ Aquilo foi o homem que um dia fui e me arrependo amargamente, desejo pagar por meus pecados pela eternidade se for preciso, ômega, agora suma! ㅡ O focinho da fera apontou para a porta.

  Assenti correndo para fora, meu coração pulsando em meu peito.

   Pelo resto do dia não vi o grande lobo negro, quando a noite surgiu devorando a luz e trazendo consigo as intensas estrelas, eu me abriguei em meu quarto vestindo uma camisola de seda vermelha, olhei para as janelas suspirando de saudades.

ㅡ Espero que papai esteja bem ㅡ sussurrei para mim mesmo.

   Um uivo doloroso tomou o castelo, meu corpo estremeceu ouvindo choramingos da fera, me levantei atordoado andando até a porta, hesitei antes de abrir a mesma. O corredor era iluminado pela luz da lua, mais uma vez ouvi rosnados e choramingos.

  Corri em direção aos barulhos, meus pés descalços se chocavam contra o chão frio me causando desconforto, parei em frente a uma escada vendo a luz de uma vela vir da mesma, mais um uivo e meu coração saltou. Subi devagar apoiando minhas mãos nas paredes, parei ao ver o final da escada e uma sombra, era o lobo.

 Dei um passo, mas parei ao ouvir som de ossos quebrando e então a sombra do grande lobo foi se transformando em um homem, ele gritou com sua voz rouca e eu solucei, o desconhecido parou e sua cabeça virou em direção a escada.

ㅡ Quem está aí? És tu, senhora?

  Estremeci criando coragem para subir os últimos degraus, meus olhos avistaram o mesmo homem do retrato da biblioteca, só que seus cabelos estavam maiores e mais selvagens, junto ao seu corpo que estava maior.

 Corei ao perceber que ele estava nu.

ㅡ O que fazes aqui?!

𝗔𝗺𝗮𝗯𝗶𝗹𝗲 Onde histórias criam vida. Descubra agora