Três

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Boa leitura!

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O homem em minha frente tinha seus olhos raivosos cravados em mim, eu suspirei desviando o olhar de seu corpo sentindo o meu próprio queimar, eu não era tão bobo, sabia como era o desejo carnal e formas de saciá-lo, porém nunca vi um alfa nu e muito menos tão belo quanto a fera nesta torre.

Nunca pensei que a carne poderia ser tão atraente e muito menos que aquele lobo poderia se transformar em um belo alfa.

ㅡ Saía, ômega ㅡ ele rosnou apontando para as escadas.

Engoli seco negando, ele rosnou mais alto se levantando do chão, estremeci me forçando a encarar sua face, ele andou pelo quarto ㅡ que percebi estar completamente destruído ㅡ até a cama onde pegou uma manta negra e cobriu seu corpo.

ㅡ O que queres aqui?! ㅡ ele questionou.

ㅡ Ouvi... ouvi os uivos de dor ㅡ sussurrei dando um passo para frente, no mesmo minuto que ele deu um para trás ㅡ, você está bem?

ㅡ Eu vivi dez gerações de seus antepassados com a mesma dor durante toda a noite. ㅡ Ele riu com frieza. ㅡ Não preciso de sua preocupação.

ㅡ Mesmo que não queira, vou me preocupar. ㅡ Seus olhos oscilaram em vermelho.

Ele desceu seus lumes pelo meu corpo, corei pela camisola que estava vestindo.

ㅡ Vá para o seu quarto! ㅡ o alfa gritou.

ㅡ Deixe-me ver se estás bem. ㅡ Me aproximei e ele se afastou. ㅡ Senhor?

ㅡ Diabos, ômega!

O alfa se aproximou me pegando em seu colo jogando-me sob seus ombros, ofeguei sentindo seu cheiro amadeirado se espalhar em minhas narinas, descemos as escadas enquanto eu ainda estava em sua posse, tentei me soltar pondo minhas mãos em suas costas, ele parou e seu corpo ficou tenso.

ㅡ Não me toque.

ㅡ Então me solte! ㅡ resmunguei birrento.

ㅡ Você não tem poder aqui, ômega, não sobre mim.

Com teimosia arranhei suas costas, ele me puxou de seu ombro prensando meu corpo na parede, gemi de surpresa e prazer, o alfa me encarou com raiva e eu tremi. Seu corpo estava tão perto do meu, emanando calor e feromônios, eu suspirei observando seus lumes divagando entre meus olhos e meus lábios, inclinei meu corpo para o seu e ele se afastou.

ㅡ Me toque ㅡ ordenei em um sussurro.

ㅡ És um ômega ardiloso! ㅡ Ele rosnou e eu sorri. ㅡ Quem lhe visse na floresta não imaginaria o devasso que és!

ㅡ Sou um ômega livre, tenho anseios e curiosidades, não pretendo me casar e ter que me prender a uma relação sem amor, porém acima de tudo tenho meus desejos e sonhos carnais, mesmo que nunca me case desejo ser possuído um dia.

O alfa respirou fundo apertando meus braços.

ㅡ De mim, não terás o que quer ㅡ me garantiu com frieza. ㅡ Sou um monstro, uma fera amaldiçoado a ver os descendentes de minha amada e nunca poder vê-la novamente, não te quero.

ㅡ Não?

Sorri segurando seus braços e me jogando em seu corpo, o alfa grunhiu sem conseguir me afastar ou sequer me tocar, acariciei seus ombros largos e rijos, soprando sua pele quente ouvindo seus praguejos.

ㅡ Me condenei a esse destino, ômega, e desejo passar a eternidade assim.

Fui posto em seus ombros novamente, resmunguei birrento por sua negação, ele abriu a porta do meu quarto me jogando na cama, suspirei vendo seus olhos carmesim, ele me encarou e então se virou.

ㅡ Sou tão repugnante assim? ㅡ sussurrei me ajoelhando na cama. ㅡ Sou... tão asqueroso assim?

O alfa se virou e voltou para mim em passos pesados, então seu corpo ficou de frente para o meu.

ㅡ És o ômega mais lindo que já vi, seu corpo pode ser comparado a de uma pérola intocada... não ache que não desperta desejo em mim, porém prefiro morrer do que lhe tocar.

Agarrei seu pulso, sua pele bronzeada se arrepiou e ele estremeceu.

ㅡ Senhor...

ㅡ Eu sou um monstro, ômega, nunca me perdoarei em tocar tua beleza virgem.

Com suas palavras doces escorrendo como mel pelo meu ouvido deixei que ele se fosse, como um fantasma obscuro arrastando sua manta negra pelo quarto até sumir.

Meu corpo caiu na cama, leve como pluma ainda sentindo os efeitos do calor de um alfa, sorri passando a mão pelos meus lábios, que formigavam para sentir o sabor cru daquele homem, seu cheiro forte e tão másculo, olhos cruéis que escondiam um amante.

Ri olhando para o teto, que papai me perdoasse por ser tão sem vergonha, porém eu o queria.

ㅡ Você me daria ele? ㅡ Olhei para a lua, tão majestosa entre os vidros da janela. ㅡ Libertaria ele por mim? Deixaria ele ser meu?

Suspirei piscando sonolento.

ㅡ Oh lua ㅡ lamuriei ㅡ, eu o quero.

[...]

Quando acordei vi que agora era um lindo vestido, branco de tecido tão leve, sorri me levantando e rodeando a linda roupa, o colar era tão lindo quanto, me banhei na tina em frente as janelas e vesti o delicado vestido, junto a peça dourada na cintura e o colar. Na penteadeira havia uma tiara dourada que me lembrava vagamente folhas de outono.

A porta foi aberta, senhora me encarou e sorriu, meus cabelos estavam presos em um coque perto de minha nuca. Sorri pegando a mão pequena da mesma e me deixando ser guiado pelo castelo.

ㅡ Ontem, eu o vi em forma humana ㅡ anunciei fazendo a senhora parar no corredor.

ㅡ Como? Oh céus eu devia tê-lo vigiado! ㅡ senhora lamentou.

ㅡ Não aconteceu nada de ruim, senhora! ㅡ Me ajoelhei para encará-la. ㅡ Ele é um alfa tão lindo!

A pequena mulher sorriu assentindo.

ㅡ Aquele alfa caduco pode ser rude, mas tem uma beleza majestosa. ㅡ Ela riu com as mãos na boca. ㅡ Pena que sequer consegue se olhar no espelho sem repudiar a si mesmo, perder sua mulher foi uma fatalidade para o rei.

Assenti com tristeza, fui levado para o salão onde a comida já estava servida, me sentei na esperança que a fera aparecesse novamente, porém nem sequer vi um vislumbre de seus pelos negros. Amuado me desatei a comer em silêncio, ao fim da refeição sai em busca de algo para me entreter.

O jardim do castelo era denso, porém as flores estavam livres e crescendo saudáveis, sorri sentindo o cheiro floral espalhado pelos cantos. Me sentei perto de uma fonte seca e fechei meus olhos.

Ouvi passos pesados na grama e então o focinho gelado do lobo na minha bochecha, suspirei abrindo meus olhos e vendo a escuridão de seus lumes.

ㅡ O sol está ficando forte, entre.

ㅡ És tão bruto e cuidadoso, alfa confuso ㅡ sorri levando minha mão até seus pelos negros. ㅡ Aceitaria meus elogios?

ㅡ Não sou digno de admiração, ômega, sou um monstro e mereço viver essa desgraça, não mereço perdão.

Fechei meus olhos acariciando seu focinho.

ㅡ Não vou lhe deixar passar a eternidade afundado em seu próprio desprezo, todos merecem redenção... Jungkook.

𝗔𝗺𝗮𝗯𝗶𝗹𝗲 Onde histórias criam vida. Descubra agora