Capítulo 1

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Ano de 67 depois dos dias escuros

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Ano de 67 depois dos dias escuros.

O CÉU ESTAVA ESCURO, nenhuma estrela brilhava essa madrugada, talvez chova amanhã.  As colheitas são sempre mais dramáticas quando há chuva, parece fazer crescer um sentimento de “devo orgulhar o meu distrito” em um bando de idiotas. Meu distrito não fez muita coisa por mim para que eu queira orgulhá-lo, muito menos me fazer voluntariar para os jogos vorazes. É divertido ver os idiotas que acham que podem vencer os jogos tão facilmente só porque sabem como manusear basicamente uma das armas que nossos instrutores passaram ao longo dos anos.

O pensamento do meu nome sendo sorteado me traz uma careta, enquanto eu me esgueirava na pequena janela que havia no alto do meu quarto, olhando para o lado de fora vendo se não havia ninguém passando.
Eu apuro os ouvidos, tentando perceber se havia alguém acordado ou andando pela casa. Apesar de achar difícil, já que devia ser por volta das três horas da manhã, minha colega de quarto, minha irmã Kaliah, tinha a terrível tendência de voltar dos seus passeios pela casa de seus namorados nos momentos mais inoportunos possíveis. Lentamente eu solto a janela onde estava pendurada, pousando no chão.

Eu pego a minha pequena bolsinha e tento não fazer barulho ao arrastar a surrada cadeira de madeira até a direção da janela. Com cuidado eu me apoio na cadeira aonlado da janela e fico alguns segundos em silêncio para ver se alguém tinha saído dos seus quartos.
Não ouvindo nada, eu fico em pé na cadeira, me seguro em um dos suportes para mão de couro que eu, discretamente, havia chantageado meu irmão Chad a fazer.

Doía como um inferno ficar pendurada somente naquilo, mas depois de um tempo dava pra acostumar. Eu me balancei no ar e consegui agarrar o outro apoio, ainda mais em cima.
Eu apoio meu pé direito na janela, amaldiçoando o idiota que teve a ideia de fazer uma janela tão alta. Firmando o meu apoio na janela, consigo chegar até o último suporte de couro, que me dá estabilidade para escorregar com cuidado pela janela, me virando para me segurar no parapeito.

Eu olho para baixo e respiro fundo, decido contar até três mentalmente. No 'dois' eu pulo, rolando pela grama como foi ensinado no treinamento e me levantando assim que sinto estabilidade o suficiente e corro pelo caminho que já havia feito mil vezes.
Eu sorrio quando chego no riacho que passava perto da minha casa, tinha uma vista maravilhosa essa noite. Me encosto em uma pedra e pego o meu caderno de desenho na bolsa e começo a preparar o esboço da paisagem à minha frente, me permitindo ocupar a cabeça com outras coisas que não estejam relacionadas à colheita pela primeira vez esta semana.

— Tentando fugir da colheita, Sereia?– Eu seguro o grito que estava prestes a soltar pelo susto que havia tomado.

Eu me viro irritada reconhecendo o dono da voz quando havia me dado o susto, percebendo que o céu atrás dele já estava claro, puta merda. Eu me levanto irritada, indo até o meu caderno que havia sido jogado para longe no momento do susto. Me viro de novo para o garoto, que está vestido com uma roupa social e tem um blazer nos braços, ele está totalmente…apresentável, apesar do cabelo estar um pouco bagunçado, ele mantinha o mesmo ar angelical.

The Death Song - Jogos Vorazes.Onde histórias criam vida. Descubra agora