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Maria Vitória Mancini

Essa semana tinha sido corrida, fui a faculdade para confirmar se estava tudo certo com a minha transferência e acabar de entregar alguns papéis, aproveitei e conheci um pouco do local, não queria ficar tão perdida quando voltasse, as minhas amadas férias acabariam daqui duas semanas.

Meus pais depositam todo o mês um valor na minha conta para ajudar com as despesas, já tinha conversado e dito que não devia ser a prioridade deles e não precisava, mas depois de eu tanto falar e sentirem eles chateados eu aceitei, eles insistem que até eu estar formada vão continuar depositando.

Mas não abuso, procurei ter a minha própria renda, já que os meus horários são caóticos, organizo minha agenda de acordo com o que preciso, realizo provadores, fotos e ensaios para lojas e marcas, e não posso reclamar, trabalho é o que não tem faltado, por estar de volta na cidade, algumas lojas me procuraram e tirei essa semana para combinarmos tudo.

Tinha saído cedo de casa e só tomei café, como a intenção era acabar tudo o que eu tinha na rua para depois ir embora, decidi almoçar no shopping que era mais prático, perto e rápido.

Depois de almoçar fiz uma horinha e segui direto para o estúdio de fotos onde tinha um job marcado. 

O endereço me levou até um prédio com salas comerciais, entrei no elevador e apertei o botão do segundo andar, cheguei á sala de recepção, onde uma mulher me recebeu.

– Maria Vitória certo? - acenei confirmando com um aceno de cabeça e a comprimentando. – Prazer Elisa! Você é mais linda ainda pessoalmente! Me acompanhe que eu vou levar você.

Agradeci pelo elogio, Elisa era muito simpática e entrando pela sala encontrei com Ângelo, não era o primeiro trabalho que faziamos juntos e ele se tornou um amigo.

– Oi maravilhosa! - me deu dois beijos, um de cada lado do rosto. – Quando me disseram que era você, fiquei surpreso, resolveu voltar?

Expliquei a minha situação e ele me contou um pouco sobre como ele estava. – Temos que marcar algo, colocar a conversa em dia, é bom ter você de volta. - eu sorri, continuamos conversando alinhando sobre como seriam as fotos, acabei conhecendo a equipe e a responsável pela marca que veio acompanhar tudo.

Na pausa que tive, postei um story e agora postei mais um, repassaram algumas fotos comigo antes de eu ir embora e terminando me despedi de todos.

Conferi o horário e eram 19:00pm, mandei mensagem para o meu irmão e ele disse que estava em casa preparando algo para comermos, então fui direto para o apê, doida por um banho.

[...]

Estava sentada na mesa ao lado do Leo, ele tinha feito strogonoff e pelo menos nesse prato ele arrasava.

– Como foi hoje? Vi que postou story tirando fotos.

– Deu tudo certo, umas lojas que eu já fiz trabalho me procuraram e algumas outras novas entraram em contato.

Ele me deu um sorriso – Sabe que fico felizão né?! Tenho orgulho de você.

Eu não aguentava esse momentos, eu amava o meu irmão, acho que por termos crescido no sítio lugar mais afastado, sempre foi nós dois, e é foda ver toda a evolução dele como pessoa e profissional.

– Te amo feio, eu também sou muito orgulhosa de você. Mas cê tá querendo é o que nesse amor todo em?! - ele revirou os olhos.

– Viu? Depois sou eu que não ligo pra nada, eu me declarando e você mete essa.

Soltei uma gargalhada. – Quem não te conhece, que te compre. Aposto que ta querendo alguma coisa.

– Eu to de boa, aniversário do pai esse domingo, você vai passar o final de semana ou vai pra lá só de manhã?

– To querendo ir sábado e dormir lá, cê topa? - Leo concordou com um aceno de cabeça. – O pai disse que a mãe quer fazer um almoço, então as parentaiada e um pessoal deve aparecer lá no domingo.

– To sabendo, mas dá sim, sábado você vai comigo, a gente sai de manhã.

– Certo então. - me levantei levando meu prato e copo para a pia – Você tira a mesa? To doida pra deitar - fiz um biquinho.

Leo diminuiu o olhar e deu um aceno, passei por ele me despedindo e indo para o quanto.

Hoje era quinta, pra amanhã de manhã eu tinha marcado uma hidratação, o coitado do meu cabelo ta necessitado, de tarde procuraria um presente para o meu coroa.

[...]

Eu estava renovada, cabelinho limpo e brilhando, ontem depois que saí do salão tinha comprado o presente, duas camisas e uma cachaça que meu pai amava.

Estávamos na estrada e faltavam poucos minutos pra chegarmos, viemos no carro do Leo e ele é quem veio dirigindo, na verdade eu até gosto, saímos cedo e vim cochilando um pedaço do caminho.

– Que bom que lembrou que tem pais Dona Maria Vitória. - eu ri abraçando a minha mãe, ainda não tinha vindo pra cá, e ela estava pocessa.

– Oi mãe, também estava com saudade, cadê o pai?

– Sabe como é seu pai né, não consegue parar quieto, acordou e foi para o curral. - Eu ri, sabia bem até demais.

Entrei pra dentro de casa e deixei a mochila que eu tinha trago no meu antigo quarto, ajudei a minha mãe na cozinha e de tarde fui dar uma volta de cavalo com meu pai.

Voltamos já estava entardecendo, tomei um banho e me sentei na mesa para jantar com eles.

– Amanhã o véio ta fazendo 70, tá só agitando o barraco - meu irmão implicou.

– Ta ficando é doido né Leonardo, 70 é seu cu, toma vergonha. - eu ri.

– Não to te falando, tá tão velho que já ta errando a idade pai?!

– Se eu com 70 anos to assim, você tá é acabado, me erra ô Leonardo.

Nem minha mãe segurou a risada, eu não aguentava com os dois, meu irmão era implicante demais.

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