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Guilherme Martinelli

Acabei acordando mais tarde, casamento do Gustavo era hoje então o dia ía ser mais tranquilo, tomei um banho, fiz minha barba, passei desodorante e perfume.

Quando terminei, desci para a cozinha, fiz uma omelete e bebi um copo de suco que estava na geladeira.

Como padrinho, fui intimado á ir de terno, não precisei comprar por já ter, algumas vezes em alguma coisa relacionada a empresa eu tinha que usar, e na boa, não era muito chegado.

Teminei de comer, lavei o que eu tinha sujado e subi pra me arrumar, olhei o relógio e eram 13:30pm, mandei uma mensagem para o Gustavo e ele me respondeu que estava ficando pronto.

Fui para o closet para me trocar, ajeitei o relógio e minha pulseira no pulso, escondi meu cordão por de baixo da camisa social e desci segurando o palitó.

Cheguei na garagem abrindo a caminhonete, tava lavadinha bonitona, peguei o meu celular, enquanto eu virava a chave e mandei uma mensagem avisando que estava saindo.

[...]

Meus pais estavam aí e fui direto na dona Isabel, pra ela dar um nó na minha gravata, fiquei um pouco com eles e encontrei com o Gustavo, que de longe vi que tava nervoso.

– Chegou agora?

– Tem um tempo já, pronto pra botar a coleira? - vi quando ele revirou os olhos e me acompanhou sem entender.

Fui no bar e pedi por uma dose de whisky e dei pra ele.
– Vira de uma vez, com essa cara aí, você ta precisando.

Ele me encarou, olhou pro copo na minha mão, e virou a dose, quando colocou de volta no balcão, o fotógrafo surgiu, pediu por uma foto de nós dois. Que time o do cara.

Logo atrás vinha uma moça, chamando pra irmos nos organizar pra entrar.

– Me lembrei de uma coisa. Mavi ta aí, e vai entrar cês dois, certo. Aproveita. - ele murmurou com um sorrisinho, caminhando do meu lado.

Porra, ta brincando com a minha cara.

– Mas que caralho Gustavo.

Não contei pra ninguém do meu lance com a Maria Vitória, na verdade, o Gustavo na época acabou descobrindo, e para o Leonardo tinhamos ficado uma vez.

Nunca dei espaço pra mulher, confesso que não sou um cara muito paciente e fico mais na minha.

Não dou brecha pra entrarem na minha vida, e sigo fielmente o "pente e rala". Eu não sei explicar até hoje como aconteceu, mas pisquei e foram 4 meses.

Quando ela foi embora, não dei muito espaço pra conversa e brigamos, coisa que foi "esclarecida" por uma ligação, depois de dois dias que ela já estava lá.

Segui o caminho, preparado para quando a cerimonialista chamasse nosos nomes, mas pelo visto, ela não estava tão preparada assim e não conseguiu disfarçar a leve surpresa.

Como eu não presto, dei um sorrisinho de canto como cumprimento, me posicionando do seu lado, entrando na fila.

– Oi Vitória.

– Oi Guilherme. - disse aceitando o braço que deixei entre nós.

Não retirei os olhos dela, podia sentir a tensão irradiando dos seus ombros, depois de segundos, que pareceram muitas horas, ela os desviou quando os casais começaram a entrar.

Tomei essa oportunidade para me permitir observá-la mais um pouco, a desgraça sabia ser linda.

Nos dirigimos para os bancos que estavam separados pra nós, tinha certeza de que falava por nós dois, ao dizer que não queriamos continuar na companhia um do outro.

Os pombinhos iriam me pagar por isso.

A cerimônia demorou uns 40 minutos, mas não fomos liberados imediatamente, tinham fotos e a coisa toda.

Quando finalmente saímos, senti um puxão no meu braço e um leve empurrão nas costas e me deixei levar para o canto perto do bar.

– Não quero ficar nesse clima, você quer conversar sobre alguma coisa?

– Que clima?! Estamos be... - Ela me cortou.

– Guilherme por que não tenta dizer isso, sem fazer uma careta.

Puta que pariu, que peste.

- Estamos bem loira. Não precisa se preocupar, quer um abraço pra selar a paz?

- Eu não estou brincando Guilherme, to levantando bandeira branca, não tem porque ficarmos desse jeito, se já passou, um abraço vai servir como paz pra você?

Viu o que eu disse? A língua é afiada.

Concordei com um aceno de cabeça, e no fundo, sei que ela tinha razão, não tinhamos porque ficarmos tão desconfortáveis se era um assunto acabado.

Mas eu já disse que não presto?

Gostava de vê-la no limite e sem dar tempo pra pensar, passei um dos meus braços pela sua cintura e com o outro segurei sua nuca, deixando minha boca rente ao seu ouvido. – Tudo em paz loira. - beijei seu rosto.

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