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Maria Vitória Mancini

Entrei pela casa procurando por um banheiro, segui pelo corredor e avistei a porta, passei por ela trancando e fiz xixi, levantei me limpando, lavei as mãos e aproveitei o espelho para dar uma ajeitada no cabelo e no meu rosto.

Não sei onde pequei tanto, quando decidi voltar, o que eu tinha como prioridade era evitar estar no mesmo lugar que o Guilherme, no final eu aceitei que no mínimo isso seria impossível, devido ao mesmo ciclo de amizade.

Então decidi que evitaria ter tanto contato direto com ele, o que claramente estava falhando, já que em todas as oportunidades estavamos nos alfinetando ou flertando do nosso jeito.

Eu não estava bêbada, tinha controlado para não beber muito, e não passei do meu limite, meu irmão tinha chegado na Lara na pista, então aproveitei pra sair da vista dele.

Apaguei uma das luzes deixando somente a do led ligado como estava.

Abrindo a porta para sair, senti um leve empurrão para dentro, levei um sobressalto e me segurei nos braços da pessoa por reflexo. – Desgraça tá maluco?

– Devo ta ficando e a culpa é toda sua. - minha respiração se desregulou e dei tudo de mim para que ele não percebesse, ele apoiou as mãos na pia onde eu estava encostada, uma de cada lado na minha cintura.

– O que você quer? - ele analisou todo o meu perfil desde as minhas sobrancelhas até a minha boca, voltando para os meus olhos, e perbebi o seu sorriso de lado.

Engoli em seco sentindo aquele olhar, me paralisando. Eu realmente parei, eu estava esperando?! 

A resposta do Guilherme foi subir a mão pelo meu pescoço, se aproximando mais ainda, senti seus dedos deslizarem entre o meu cabelo e pararem na minha nuca deixando sua boca rente a minha.

Não consegui conter o suspiro e o arrepio da minha pele.

Eu não estava afim de ceder, porque eu sabia dos riscos que eu assumiria, somente por ser ele. De novo.

– Eu quero o que você também quer, mas me provoca e foge. - ele raspou a boca de leve sobre a minha de um lado pro outro – Por que tá fugindo amor?

Guilherme gostava de provocar e esperava que eu tomasse a decisão de beija-lo.

– Não estou fugindo de ninguém.

Em meus olhos deixei claro a minha irritação, mas eu tinha dúvidas sobre o motivo. Ele, ou eu mesma?

Nos olhos dele eu podia ver a pontada de divertimento, misturada com a luxúria. O puxão no meu cabelo denunciava a sua impaciência em esperar.

Subi as minhas mãos sem pressa nenhuma pelo seu peito, pescoço e parei alisando sua barba, que ele nunca tirava.

Ele soltou um grunhido e encostou sua pélvis na minha me fazendo sentir o quão duro ele estava.

Tenho quase certeza que a minha reação foi automática.

Com um movimento puxei ele pela nuca, arranhando de leve, e com isso ele não esperou por mais nada. Tomou a minha boca com a língua, nada suave, foi duro, molhado e afoito como se estivesse me punindo, puxei os seus cabelos da nuca soltando um gemido, enquanto apoiava a minha outra mão na sua cintura por de baixo da camisa.

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