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— Sabia que o papai tinha uma irmã? Bom, ela é...digamos que diferente, nunca tinha conhecido alguém da família indígena do papai — Abigail brincava com o colar com uma única pedra em seu pescoço, inquieta — Ela parece me analisar o tempo todo, não gosto disso, é como voltar para escola quando algum professor novo descobria de quem eu sou filha. É desconfortável demais — ela abraça o que parecia um urso de pelúcia — Se a senhora estivesse aqui, com certeza teria dado pra ela um daqueles seus olhares assustadores como fazia nas aulas de ciência que eu via a senhora dar quando ia te ver na universidade

Ela sorri, mas ele logo é substituído pela testa franzida

— A senhora conhecia essa irmã do pai? Não sei se são de sangue, mas duvido, mas não é como se isso importasse. Enfim — ela suspira — Não gostei muito dela, odeio a maneira como ela me olha, como se eu fosse um bicho esquisito... Não tenho muito para falar dela, só a vi uma vez e foi justo depois de acordar... espero poder mudar minha opinião sobre ela com o passar do tempo...

A câmera é desligada





















— Pai! Vou sair com o Mike e com a Bianca! — ela diz descendo as escadas com uma bolsa de tecido em uma mão e na outra um chapéu

Liam aparece na sala com aquela mulher atrás de si, o acompanhando. Anahi era o seu nome

— Sair? — ele franze a testa — Achei que ficaria comigo e com a Anahí — a mulher atrás dele vinha com os braços cruzados

Abigail não queria ficar perto dela com aquele olhar a analisando a cada passo e ofegar

— A gente marcou de sair tem semanas, pai. Eu te pedi permissão no sábado, lembra? — ela sabia que ele não lembraria, e era com isso que estava contando

Abigail não tinha pedido nenhuma permissão no sábado para o pai, mas não queria, de forma alguma, ficar no mesmo lugar que aquela mulher, então uma leve mentira, que ele notaria provavelmente, a salvaria

Ele suspira meio chateado

— Tudo bem, pode ir

Ela sorri e sai correndo da casa sem antes dizer "tchau pai, te amo!" e simplesmente não aparecer o resto do dia em casa




























Abigail entra na lanchonete, ouvindo o som do sino tocar

— Olá, seja bem-vindo! — diz a senhora de uns 70 anos, de costas para a porta do restaurante. Quando se vira, nota quem é, abrindo um grande sorriso — Oi, meu amor! A quanto tempo!

— Bença, dona Nair — Abigail atravessa o balcão para a mais velha beijar sua testa

— Deus te abençoe, meu amor! A Bianca acabou de sair com o Mike para ir no mercado da esquina para mim

— Tudo bem, a senhora quer ajuda enquanto eles não voltam? — o restaurante estava com metade das mesas cheias, o mínimo que ela poderia fazer era oferecer ajuda para a senhora já de idade

— Ah querida, vou aceitar sua ajuda — a senhora ri — Pode ir limpando as mesas para mim?

— É claro!




























— Então ela veio do fundo da Amazônia só para visitar o seu pai? — Mike questiona meio duvidoso sobre a tal situação de sua amiga

— Pelo menos foi o que eu entendi

Os três, depois de ajudarem a avó de Bianca no restaurante até ele esvaziar e os pais dela chegarem, resolveram ir para a praça central próxima ao restaurante da mais velha

— Não sei não em... — comenta Bianca meio insegura — Isso para mim é meio suspeito — ela olha para Mike que dá de ombros — Já faz alguns anos que sua mãe foi para Pandora...

Abi sabia para onde aquela conversa iria

— Meu pai ama demais minha mãe, não acho que ele seria capaz de trocá-la...

Abi odiava pensar que sua mãe talvez nunca voltaria para ela e para o pai... Mas... E se ela realmente não voltar? E se estiver criando esperanças atoa? E se seu pai já tivesse desistido de sua mãe e seguido em frente?

Abi odiava ficar sem saber o que era verdade e o que não era...

Ela abraça as pernas contra o peito, sentindo Mike a abraçar e Bianca acariciar seu ombro

— Será que estou tendo esperanças em algo que não irá acontecer? — ela questionou sussurrando para os amigos que a abraçam, os três sentados em um lençol de piquenique na grama cinza (queimada pelos poluentes do ar que usavam)

— Esperanças nunca é demais, Abi — Mike diz — Você sempre teve esperanças de que minha mãe fosse vencer o câncer dela e terminar a faculdade dela para dar aula para os irmãos da Bianca. Você sempre nos ajudou a ter esperanças, agora é a nossa vez

Bianca concorda com ele

— Sua mãe vai voltar um dia, acredite — Bianca sorri para a amiga desanimada, que sorri de volta

— Obrigada, pessoal...

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