LUXÚRIA- Moonsun

II

YongSun estava dirigindo em direção a sua casa quando de repente uma figura sombria saltou no meio da estrada. Ela pensou que fosse um animal e apertou a buzina do carro, esperando que ele fugisse. O tempo pareceu desacelerar enquanto seus olhos distinguiam a figura de uma pessoa e ela pisou no freio com força, mas ela estava indo rápido demais para parar e o acidente aconteceu.

O carro balançou com o impacto da batida e Yong gritou enquanto o veículo balançava antes dos pneus pararem. O impacto a jogou para frente, com o cinto de segurança parando-a dolorosamente no lugar, os airbags defeituosos não funcionando a tempo de lhe dar o acolchoamento extra.

Ela foi capaz de ouvir o sangue fluindo em seus ouvidos com o silêncio que se seguiu ao acidente. A adrenalina estava bombeando em suas veias e ela estava ofegante como se tivesse acabado de correr uma maratona. Depois de alguns minutos, ela finalmente conseguiu ver novamente e processou o que acabara de acontecer.

-Oh, puta merda, acabei de bater em uma pessoa!

Seus olhos se arregalaram de compreensão e choque, não havia como alguém sair vivo daquela colisāo. Ela pensou em ligar para a ambulância, mas precisava ter certeza. Ela saiu do carro e correu em direção à pessoa deitada no meio da estrada, imóvel.

Seus joelhos rasparam no asfalto quando ela se ajoelhou no chão e alcançou o pescoço da pessoa. Ela não tinha pulso e seus dedos queimavam como se tivesse acabado de tocar no gelo. Ela tentou voltar e caiu de bunda em pânico, havia um zumbido em seus ouvidos que simplesmente não parava.

Era uma mulher que parecia ter uns 30 anos, mas nāo havia como ter certeza. Depois de um tempo ela percebeu o sangue cobrindo o corpo da menina. Ela estava nua, mas a espessa camada de sangue fazia parecer que não estava. Havia muito sangue e sangue velho e seco. Não havia como um acidente de carro causar um ferimento desse tamanho. Então ela viu, os lábios da garota se movendo, foi apenas uma contração, mas o som fraco de sua garganta fez YongSun perceber que a garota ainda estava viva. Talvez eu simplesmente não conseguisse sentir o pulso dela, ela pensou.

O hospital mais próximo ficava a quase uma hora de distância e mesmo que ela chamasse uma ambulância demoraria muito para chegar, enquanto sua casa ficava a apenas cinco minutos de carro daquele trecho da estrada. A menina estava fria como mármore e decidiu levá-la para casa e pelo menos aquecê-la até a chegada da ambulância.

Ela não era exatamente uma pessoa em boa forma, então Yong precisou de muito esforço para carregar a garota até o carro. Ela nunca pensou que um corpo tão esguio pudesse suportar tanto peso. Depois de arrastar a garota para o banco de trás e deitá-la com cuidado, ela fechou a porta e sentou-se no banco do motorista. Durante todo o caminho ela fez questāo de diminuir a velocidade nas áreas acidentadas e verificava o banco de trás de vez em quando para ter certeza de que a garota não havia caído do assento. Ela não podia se dar ao luxo de acelerar, entāo a viagem demorou mais do que ela imaginava. O carro parou em frente a uma pequena casa de dois andares feita de madeira de carvalho escuro. Ela saiu do banco do motorista e tirou os saltos. Se ela fosse levar a menina para casa, não poderia fazê-lo em uma estrada de cascalho com sapatos de salto alto.

YongSun fez questão de estacionar o carro o mais próximo possivel da entrada e segurou a garota pelos ombros para arrastá-la para casa. Ela nem se preocupou em trancar o carro enquanto lutava com as chaves para abrir a porta, os pés cortados e doloridos por andar descalça no cascalho.

Quando ela finalmente colocou a garota no grande sofá bege de sua sala, ela exalou de exaustão. Ela foi ligar as luzes e rapidamente voltou até a garota para inspecionar seus ferimentos. Ela não tinha notado por causa da noite escura lá fora, mas seus olhos se arregalaram de surpresa ao notar os lindos traços da garota. Ela tinha mechas vermelhas aveludadas que caíam em volta do rosto e criavam um contraste com sua pele branca como porcelana.