𝐃eep 𝐄nd | ChanMin/SeungChan

Vergonha.

— E eu não deveria ter confundido as coisas entre nós dois!

Sabe quando você está em uma sala barulhenta e justo no momento que você diz a coisa mais atroz da sua vida todos e tudo ficam em completo silêncio?! Foi o que aconteceu.

Bangchan me encarava fixamente enquanto eu me reprimia por ser boca aberta. Acho que Yuna e Ryujin também ouviram pois nenhuma voz ou som, ousavam soar. Somente a água fervendo na panela e os passos pesados do vizinho.

— Eu... Eu... Eu não queria, Channie. Se eu pudesse ter escolhido...

— Apenas troque de roupas. — ele me interrompeu um tanto sério. — As suas estão encharcadas.

Só se eu fabricasse as roupas agora mesmo!

De onde eu tiraria peças novas para me trocar?

E por que me interrompeu mudando de assunto?!

— Aqui. — proferiu enquanto estendia roupas dobradas e limpas à mim.

Não vou negar, a sensação de estar usando roupas molhadas é extremamente agoniante e desconfortável!

Decido aceitar; agradeço em silêncio e escolho algum quarto para me trocar.

Logo percebo, aquelas roupas não eram peças aleatórias ou de alguém aleatório... Eram dele.
O cheiro meio cítrico que impregnava o tecido revelava isso.

Depois de alguns minutos saio do cômodo e enquanto eu ajeitava a roupa que havia ficado um tanto grande em mim, passo por algo no corredor que me fez olhar com prudência os seus detalhes.

"— Quando eu me der conta do sentimento saudade, posso olhar para a fotografia e sentir alívio [...]"

Era mais um quadro. Mas não qualquer um... A fotografia fazia o meu peito doer.

— Seungminnie, anda logo! Irá perder o vôo se continuar enrolando assim!

— Já estou indo, Sullyoon!

A garota parece se afastar da porta e descer as escadas.

Minhas mãos tremiam enquanto lutavam para segurar firmemente aquela foto. Uma foto minha e de Bangchan tirada há anos atrás na escola.

Eu tremia pois odiava tal sentimento!

Mais ainda, eu ME odiava por senti-lo.

Sem pensar muito para não me arrepender, rasgo a foto ao meio.

Como será que ele conseguiu essa foto...?

— Jisung foi quem me deu ela. — a voz rouca soa pelo corredor, me assustando.

Parece até que havia escutado os meus pensamentos...

— Hum. — murmurei enquanto colocava o quadro em seu lugar novamente. — E por que a aceitou? Está rasgada...

— Oh, isso não é um problema! Veja, nada que alguns pedaços de fita não resolveram.

Sorrio pequeno para si.

Eu sentia vergonha.

Vergonha de minhas ações.

Mas já estavam feitas, não estavam? O que eu poderia fazer além de seguir em frente?

— Me desculpa. — pedi mais uma vez naquela noite.

— Eu já te perdoei, Kim Seungmin. Não peça mais desculpas.