Dia 09 • Hospital

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O AR ESTAVA GÉLIDO NO PEQUENO COMPARTIMENTO de paredes verde musgo e vidros que eram tão invisíveis que poderiam achar que não tinha nada ali.

O quarto de hospital.

Quando acordei essa manhã, eu só queria ter notícias da avó Gretta e nada mais. Os gêmeos não paravam de chorar a noite e o Dylan estava com olheiras de tanto chorar e tomar sorvetes enquanto assistia uma maratona de Simpsons na TV.

A Sra. Walker não mandava nenhumas novidades e nem atendia as minhas chamadas. Eu estava nervosa pois nunca tinha testemunhado algo do gênero e era a mais sã naquele momento. Eu me senti uma verdadeira irmã.

Coloquei os gêmeos para dormir, e beijei a testa de cada um deles e desejei boa noite e disse que tudo iria ficar bem, mesmo sem ter certeza do que se passava.

Ajudei o Dylan a deitar-se também e quando estava a trancar as portas da casa, o Sr. Rupert atravessou a rua correndo até o nosso lado.

O seu rosto estava vermelho, o suor pingava e ele cheirava a doces, talvez tivesse acabado de sair do banho.

— O que aconteceu com a Gretta? — Perguntou-me ainda recurepando o fôlego.

— Ela passou mal e... Não sei qual é o estado dela até agora — doeu-me dizer aquilo e acho que doeu-lhe ouvir pela sua expressão de medo.

— Oh, pobre Gretta. Eu vou ajoelhar-me e rezar por ela toda a noite! — disse o Sr. Rupert e eu assenti em silêncio.

Ele voltou para a sua casa, mancando por conta das costas que lhe doíam pela forma que segurava o seu tronco e eu fechei a porta.

Os meus olhos foram tomados por lágrimas, pois eu estava com medo da Gretta ter o mesmo fim que o meu.

Subi as escadas absorta nos meus pensamentos, as lágrimas rolando e o nariz pingando. Ao entrar no quarto, eu Sentei-me em frente ao espelho e tirei um lencinho da caixa e assoei-o o meu nariz.

— Molly... Você está bem? — Steph perguntou depois de um tempo e eu neguei com a cabeça. — O que houve?

— A Gretta saiu daqui às pressas. Estava passando mal e... Não sei se ela continuará viva, Steph — a minha voz falhou e ela mordeu o lábio inferior. — E se ela também morrer? Será que ela morrerá feliz?

— Tenha fé, Molly. A minha avó vai sobreviver. Eu espero — sua voz também falhou.

— Tenho medo que ela tenha um fim tão triste quanto o meu. Sei que todos morrem uma hora ou outra, mas depois de eu saber o que é realmente a morte, eu fico muito triste só de saber que alguém irá embora como eu e nunca mais voltará — solucei entre o choro. — As pessoas não têm noção do que é morrer quando estão vivas.

Apertei a mão direta da avó Gretta que estava mais branca do que o habitual e eu conseguia ver as suas veias vermelhas e algumas verdes nos seus dedos e na sua pele enrugada

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Apertei a mão direta da avó Gretta que estava mais branca do que o habitual e eu conseguia ver as suas veias vermelhas e algumas verdes nos seus dedos e na sua pele enrugada.

Trinta Dias Para Amar VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora